Alunas processam Harvard por ignorar assédio de professor
As denunciantes, todas estudantes de doutorado, afirmam que o professor de antropologia John Comaroff as beijou e apalpou sem seu consentimento, além de ameaçar sabotar suas carreiras caso o denunciassem
Três mulheres abriram um processo contra a Universidade de Harvard nesta terça-feira (8) alegando que a prestigiosa instituição americana ignorou as denúncias de assédio sexual contra um professor conhecido.
As denunciantes, todas estudantes de doutorado, afirmam que o professor de antropologia John Comaroff as beijou e apalpou sem seu consentimento, além de ameaçar sabotar suas carreiras caso o denunciassem.
Margaret Czerwienski, Lilia Kilburn e Amulya Mandava apontam que o professor de 77 anos conseguiu escapar das acusações por anos. De acordo com a denúncia, elas recorreram aos funcionários da universidade há cinco anos.
Elas "reclamaram repetidamente com os administradores de Harvard", garantem no processo apresentado ao tribunal federal de Boston. "Mas a universidade as ignorou e optou por proteger seu professor estrela em vez de estudantes vulneráveis", acrescentam.
Comaroff é acusado de beijar Kilburn na boca sem sua permissão, apertar sua coxa em público e dizer que ela poderia ser estuprada ou morta em partes da África por ter uma relação com uma pessoa do mesmo sexo, segundo o processo.
Kilburn foi alvo de um "pesadelo contínuo que incluiu mais beijos forçados, constantes convites para socializar com ele sozinho fora do campus e um controle coercitivo", acrescenta o texto.
Inicialmente, as alegações contra Comaroff vieram a público ao saírem no jornal da universidade, The Harvard Crimson, há mais de um ano, segundo o The New York Times.
Comaroff está sob licença administrativa depois que uma investigação concluiu no mês passado que ele violou a política sobre assédio de Harvard, observa o jornal nova-iorquino, embora ele não tenha sido considerado culpado de contato sexual não consensual.
O processo, que busca indenizações não especificadas, descreve as sanções como "limitadas e temporárias".
A Universidade de Harvard não respondeu ao pedido de comentário da AFP.