Cidade chinesa de Shenzhen flexibiliza medidas anticovid
Os transportes públicos podem retomar os serviços, assim como o governo e as atividades econômicas, em cinco distritos da cidade
A metrópole tecnológica de Shenzhen, na região sudeste da China, suspendeu parcialmente nesta sexta-feira as restrições impostas por um surto de Covid-19, especialmente no porto da cidade, vital para a economia nacional.
A decisão da prefeitura da cidade de 17,5 milhões de habitantes, próxima de Hong Kong, foi anunciada depois que o presidente Xi Jinping enfatizou na quinta-feira (17) a necessidade de "minimizar o impacto" das medidas anticovid para a economia chinesa.
Shenzhen, sede de milhares de fábricas de gigantes do setor de tecnologia, decretou no domingo um confinamento total após a detecção de casos de covid vinculados ao surto pandêmico em Hong Kong, com dezenas de milhares de casos diários.
Os transportes públicos podem retomar os serviços, assim como o governo e as atividades econômicas, em cinco distritos da cidade, informou a prefeitura na quinta-feira à noite.
A transmissão do coronavírus foi contida nas cinco áreas, que representam quase metade do grande território da cidade, anunciou a prefeitura.
Entre os distritos envolvidos está o de Yantian, que tem um dos maiores portos do mundo, pelo qual transitam 10,5% dos contêineres usados no comércio exterior chinês.
A rápida flexibilização das restrições, em menos de uma semana, demonstra a preocupação das autoridades com as consequências econômicas da estratégia "covid zero" aplicada há dois anos.
O presidente Xi Jinping ordenou na quinta-feira a manutenção da política para "frear o mais rápido possível a propagação da epidemia", que registra o nível mais elevado de contágios na China desde a primeira onda iniciada no fim de 2019.
Mas ele também destacou a necessidade de "minimizar o impacto da epidemia no desenvolvimento econômico e social", algo que levou Pequim a estabelecer o menor objetivo de crescimento anual em 30 anos (5,5%).
Graças a sua drástica estratégia sanitária, a China tem um balanço oficial de 125.000 contágios e menos de 5.000 mortes provocadas pela covid-19. O último óbito registrado pela doença aconteceu em janeiro de 2021.
Mas a variante ômicron coloca em perigo o sucesso da estratégia. Nesta sexta-feira, as autoridades anunciaram 4.365 casos em todo o país, 105 deles em Shenzhen.
Quase 60% dos novos casos foram registrados na província de Jilin (nordeste), na fronteira com a Coreia do Norte.