Máscara: 1º dia de liberação em PE ainda é de desconfiança

Nas ruas do centro da capital, muita gente ainda ostentava o equipamento de segurança mesmo com a liberação

por Paula Brasileiro ter, 29/03/2022 - 10:24

Nesta terça (29), primeiro dia de liberação do uso das máscaras individuais em Pernambuco, a população recifense saiu às ruas um tanto dividida. No centro da capital pernambucana, muita gente ainda ostentava o equipamento de segurança mesmo com a liberação ao lado de algumas poucas já ‘libertas’ dele. A maioria, ostentava o item abaixo do queixo, como que preparados para lançar mão dele a qualquer instante.

A liberação do uso das máscaras no Estado foi anunciada na última segunda (28) pelo governador Paulo Câmara (PSB). Em pronunciamento publicado nas redes sociais, ele explicou que a decisão só foi possível em virtude da queda nos índices da Covid-19 em Pernambuco, bem como pelos baixos patamares de óbitos e solicitações de vagas em UTI. Câmara também fez questão de mencionar o comportamento da população pernambucana desde o início da pandemia. “Essas importantes medidas só estão sendo possíveis pela atitude de cada pernambucano e cada pernambucana que, desde março de 2020, compreendeu que só chegaríamos ao ponto atual respeitando as recomendações sanitárias e levando a sério a prevenção”, disse.

Alguns pernambucanos, porém, ainda não se sentem seguros em circular de ‘cara livre’ pelas ruas. “Ele (o governador) que fique sem máscara para lá, eu não”, disse em tom de brincadeira a ambulante Márcia Lourenço da Silva, de 51 anos, durante entrevista ao LeiaJá. A vendedora contou ter perdido a mãe de 82 anos para a Covid e que ela própria foi vítima da doença, apesar de ter seguido todas as normas de segurança previstas. Vacinada com as três doses, ela garante que continuará fazendo uso da máscara pois, apesar de trabalhar em área livre, na rua, costuma ter bastante contato com outras pessoas durante as vendas. “O vírus ninguém vê”, afirmou.

Márcia e Josias. Foto: LeiaJáImagens

Com opinião semelhante à de Márcia, o também vendedor ambulante Josias de Lima, de 39 anos, disse que continuaria usando a máscara - embora estivesse momentaneamente sem ela para tomar um cafézinho antes do início de mais um expediente. “Olha a minha máscara aqui”, falou puxando o item do bolso. Para Josias, ainda é arriscado expor-se sem a devida proteção: “Pode ter alguém doente do meu lado e eu não saber”. 

Iasmin Wislene - Foto: LeiaJá Imagens

Já para Iasmin Wislene, de 21 anos, o momento é de livrar-se do incômodo causado pelo equipamento. “Fica aquele negócio incomodando no nariz e como eu trabalho falando com as pessoas, pra mim é melhor sem (máscara)”. A jovem promotora de vendas, no entanto, disse que em alguns momentos ainda se sente insegura mas, vacinada - e no aguardo de uma eventual quarta dose que ela frisou que tomaria se houvesse -, disse que ficará sem usar as máscaras, pelo menos nas ruas, já que agora assim é permitido.

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