Israel fechará passagem com Gaza após disparos de foguetes

Decisão de fechar a passagem de Erez afetará milhares de palestinos

sab, 23/04/2022 - 10:10
Mahmud HAMS / AFP Decisão de fechar a passagem de Erez afetará milhares de palestinos Mahmud HAMS / AFP

Israel fechará para comerciantes e trabalhadores, neste domingo (24), sua única passagem com a Faixa de Gaza, depois que militantes do enclave palestino lançaram três foguetes contra seu território.

A decisão de fechar a passagem de Erez afetará milhares de palestinos deste empobrecido território, submetido ao bloqueio israelense há mais de 15 anos.

Além da passagem de Rafah entre o sul deste microterritório de em torno de 2,3 milhões de habitantes e o Egito, Israel controla todas as entradas e saídas do enclave - tanto de mercadorias quanto de pessoas.

"Após os foguetes lançados para o território israelense da Faixa de Gaza na noite passada, decidiu-se que o trânsito para Israel de comerciantes e trabalhadores de Gaza, através da passagem de Erez, não será permitido neste domingo", declarou a COGAT, a unidade do Ministério da Defesa responsável pelos assuntos civis palestinos, em um comunicado.

Três foguetes foram disparados de Gaza para Israel na sexta-feira à noite e na madrugada deste sábado, horas depois de confrontos entre a polícia israelense e manifestantes palestinos terem deixado mais de 50 feridos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, palco de fortes tensões.

Desde segunda-feira (18), vários foguetes foram disparados da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, na direção de Israel, provocando incursões aéreas israelenses contra este enclave. Os disparos não causaram vítimas, e a maioria dos projéteis foi interceptada pelo escudo antimísseis israelense.

Estes ataques com foguetes são os mais graves desde a guerra mortal de 11 dias entre o Hamas e o Exército israelense em maio de 2021, na esteira de confrontos entre a polícia israelense e palestinos em Jerusalém Oriental que deixaram centenas de palestinos feridos.

- Confrontos em Jerusalém -

A nova escalada ocorreu após quatro atentados em Israel entre 22 de março e 7 de abril, nos quais 14 pessoas morreram. Dois dos ataques aconteceram na metrópole de Tel Aviv, cometido por palestinos da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

Na sequência, o Exército israelense lançou várias operações na Cisjordânia, algumas delas letais.

Neste contexto e em pleno mês sagrado muçulmano do Ramadã, há uma semana ocorrem confrontos entre palestinos e forças israelenses na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, a parte palestina ocupada por Israel.

Os confrontos deixaram mais de 250 palestinos feridos, e as autoridades israelenses, que controlam o acesso à Esplanada, fecharam as passagens que permitem aos palestinos da Cisjordânia viajarem para Jerusalém.

Na sexta-feira (22), antes dos ataques com foguetes, o Hamas organizou uma grande manifestação no enclave em solidariedade aos palestinos de Jerusalém Oriental, onde enfrentamentos na área da mesquita deixaram cerca de 50 feridos.

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