Estudante de medicina debocha de texto sobre estupro no RJ

Jovem fez uma sátira sexista fazendo pouco caso sobre a reflexão levantada sobre os estupros sofridos pelas mulheres

por Jameson Ramos qua, 13/07/2022 - 12:51
Reprodução Prints das postagens. De um lado o comentário sexista e do outro o texto original da fotógrafa Reprodução

Um comentário do estudante de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMS), Lucas Muller Mendonça, debochando de um texto que reflete sobre a violência de gênero, causou revolta nas redes sociais. 

Na última segunda-feira (11), após a repercussão do anestesista preso por estuprar uma mulher grávida durante o parto no Rio de Janeiro, a fotógrafa Tracy Figg publicou um texto no Instagram falando sobre a violência e os riscos que as mulheres sofrem na sociedade. 

Traccy descreve no seu texto circunstâncias em que as mulheres estariam vulneráveis ao perigo do estupro. "Na infância. Na pré-adolescência. Adultas. Idosas. NO PARTO. Na rua, na igreja, em casa. Nem todo homem, mas sempre um homem", diz o texto.

Na publicação original, Lucas fez sua "sátira" sexista, repetindo a estrutura do texto da fotógrafa e debochando do desempenho das mulheres como motoristas.

"No cruzamento da preferencial. Com placa de pare. Na mudança de pista. No sinal vermelho. Na pista molhada. Loiras. Morenas. Por não saber fazer baliza. Por invadir a pista ao lado, por andar na contramão. Nem toda mulher, mas sempre uma mulher", comentou Lucas Mendonça.

O estudante respondeu as pessoas que reagiram ao seu comentário. "Fiz um texto satírico justamente pra expor além de ridículo é bem transfóbico. Não existem pessoas com pênis que não são homens? E não existe estupro por parte de mulheres cis? Texto ridículo por texto ridículo, eu prefiro o meu". Com a repercussão negativa, ele apagou o post.

A Associação Atlética Acadêmica Medicina Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (AAAMUFMS) repudiou o deboche do estudante do curso. 

"A AAAMUFMS vem a público manifestar seu repúdio às declarações feitas por um acadêmico do curso de medicina da UFMS que estão circulando nas redes sociais. Tais declarações ferem nossa política, que busca sempre por igualdade e se opõe a qualquer tipo de misoginia. Estamos atentos a expressões e atitudes dessa natureza e não toleramos em nenhuma hipótese tais práticas. Medidas já estão sendo tomadas com base no estatuto e normas da entidade".

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