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O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, preso desde 11 de julho do ano passado sob acusação de estuprar uma paciente sedada após um parto em um hospital de São João de Meriti (Baixada Fluminense), teve seu registro profissional cassado em definitivo pelo Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) nesta terça-feira (28).

Assim, ele não pode mais exercer a medicina no Brasil. Desde 12 de julho de 2022, o órgão suspendera provisoriamente seu registro, mas agora a decisão é definitiva. Segundo o Cremerj, a decisão foi tomada por unanimidade durante plenária de julgamento que ocorreu durante a tarde.

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Bezerra foi preso em flagrante na madrugada do dia 11 de julho, momentos após ser filmado por profissionais de saúde do Hospital da Mulher Heloneida Studart, situado em Vilar dos Teles, bairro de São João de Meriti.

Logo após um parto, durante um procedimento de laqueadura previamente autorizada pela paciente que havia dado à luz, o médico, protegido por um pano que servia como cortina, colocou o pênis na boca da paciente. A mulher estava sedada mais do que o seria necessário, e não tinha condições de saber o que estava ocorrendo.

Após cerca de dez minutos, ele tirou o pênis e limpou a boca da mulher com um guardanapo de papel. Após ver a filmagem, colegas do médico acionaram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti.

A delegada titular, Bárbara Lomba, foi ao hospital e prendeu Bezerra em flagrante. Ao receber voz de prisão, o médico disse que queria entender o que estava acontecendo e foi informado pela policial de que havia um vídeo provando a conduta dele.

Suspeitas

Profissionais que trabalhavam com o anestesista suspeitaram da conduta do anestesista por causa da quantidade de sedativo que o médico aplicava nas pacientes em trabalho de parto. A situação era perceptível porque as mães anestesiadas por Bezerra não reagiam com a habitual alegria ao conhecer os filhos, já que ainda estavam sob o efeito dos medicamentos em excesso.

Em 10 de julho, um domingo, o médico chegou para trabalhar e participou de duas cesarianas em salas cirúrgicas onde a gravação era inviável. Na terceira foi possível esconder um celular em um armário e realizar a gravação.

A prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Atualmente Bezerra está detido no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio). Ele é réu em processo por estupro de vulnerável e, se considerado culpado, pode ser condenado a até 15 anos de prisão. O processo tramita em segredo de Justiça, para não expor a vítima.

O Estadão não conseguiu localizar a defesa do acusado.

Mais uma anestesista é preso por suspeita de estupro a mulheres em cirurgias. A prisão do colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, ocorreu nesta segunda-feira (16) pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). De acordo com a polícia, Andres Eduardo se gravou abusando das vítimas. Em uma das imagens, ele chega a esfregar e colocar o pênis na boca de uma vítima.

Além disso, o anestesista é investigado por produzir e armazenar pornografia infantil e foi a partir disso que a polícia descobriu os abusos. Andres, que estava em situação regular no Brasil, foi preso em casa, na Barra da Tijuca, área nobre do Rio de Janeiro. Na ocasião, o médico estava dormindo e foi acordado para receber voz de prisão. O acusado atuava em hospitais público e privados.

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A Justiça do Rio de Janeiro negou um habeas corpus ao anestesista Giovanni Quintella Bezerra, denunciado por estuprar uma mulher durante o parto no centro cirúrgico do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, em julho. A decisão que negou liberdade ao acusado da última quinta-feira (17) é do desembargador Celso Ferreira Filho, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.. O processo tramita em segredo de justiça. 

O Tribunal já havia negado, no dia 1º deste mês, pedido de liberdade para o réu.

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O registro do crime foi feito pelo celular de uma das profissionais que acompanhavam a cesárea. O aparelho ficou escondido na parte interna de um armário dentro do centro cirúrgico. Quintella foi preso em flagrante no dia 10 de julho e sua prisão foi convertida em preventiva após passar por audiência de custódia.  

A primeira audiência sobre o caso está marcada para o dia 12 de dezembro na Comarca de São João de Meriti.

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, denunciado por estuprar uma mulher durante o parto, teve negado o seu pedido para revogar a prisão preventiva. A decisão, informada nesta terça-feira (1º), é do juiz Carlos Marcio da Costa Cortazio Correa, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

O crime aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti e foi registrado no celular de uma das profissionais que acompanhavam a cirurgia. A paciente estava inconsciente para realização de cesariana.

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O médico foi preso em flagrante em 10 de julho e sua prisão foi convertida em preventiva após passar por audiência de custódia.

A defesa do médico questiona a legalidade do vídeo como prova, mas o argumento foi rejeitado. Na decisão, o juiz também marcou a primeira audiência de instrução do caso para 12 de dezembro.

O inquérito conduzido pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) contra o anestesista Giovanni Quintella Bezerra não identificou a presença de sêmen na gaze usada pelo acusado após estuprar uma gestante durante o parto, no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense. A investigação indiciou o médico por estupro de vulnerável e foi enviada à Justiça nessa terça-feira (19).

Depoimentos concedidos à Polícia Civil apontaram que o anestesista, de 31 anos, limpou o rosto da parturiente e o próprio pênis com a gaze que foi recolhida pela equipe de enfermagem e enviada à perícia. O laudo não identificou sêmen, mas a integridade da coleta pode ter sido comprometida, pois o tecido foi jogado no lixo e passou por diversos recipientes antes de ser entregue às autoridades.

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A equipe de enfermagem já desconfiava da postura de Giovanni e escondeu um celular dentro da sala de procedimento para filmar o parto. Segundo a análise, no vídeo de 1h36m20s, o médico espera o marido da paciente sair da sala e, 50 segundos depois, dá início ao estupro. Ele põe o pênis para fora e ejacula em um intervalo de 9 minutos.

O anestesista segue preso em Bangu 8 desde o último dia 12 e também é investigado por outros cinco casos de abuso no ambiente de trabalho.

A Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, concluiu o inquérito sobre o abuso sexual filmado em uma sala de cirurgia do Hospital da Mulher Heloneida Studart, na mesma cidade da Baixa Fluminense. O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, foi preso em flagrante e agora está sendo indiciado pelo crime de estupro de vulnerável de uma parturiente atendida na unidade no dia 10 de julho.

A investigação foi enviada à Justiça nesta terça-feira (19), enquanto as apurações sobre os outros cinco casos permanecem em andamento na especializada. 

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Nos autos constam 19 termos de declaração relativos a depoimentos da vítima e do marido dela, além do corpo técnico, médico do hospital e de policiais, sem contar no depoimento do próprio autor. Foram anexados ainda, laudos dos medicamentos utilizados para sedar a paciente antes do abuso. 

As ampolas de cetamina e propofol estavam quebradas pela utilização, o que pode causar contaminação entre os frascos. De acordo com a investigação, Giovanni fez sete aplicações da provável sedação durante toda a ação criminosa. 

O material guardado pela equipe de enfermagem depois do estupro também foi analisado. Segundo depoimentos, o anestesista limpou o rosto da paciente e o próprio pênis com gaze, que foi jogada no lixo e depois recolhida por funcionários. No entanto, não foram encontrados vestígios de sêmen no laudo, o que, para os investigadores, se explica pela falta da chamada “cadeia de custódia”, já que o material passou por vários recipientes até ser entregue à polícia. 

No dia da prisão, Giovanni passou por três cirurgias, e as enfermeiras estranharam o comportamento dele estranho que, com o capote, formava “uma cabana que impedia que qualquer outra pessoa pudesse visualizar a paciente do pescoço para cima”. Segundo os relatos, os anestesistas se posicionam, de modo geral, usualmente ao lado oposto, de forma que é possível ao restante da equipe ver o rosto da paciente. 

O hábito de conversar com a paciente, fazer a aplicação da anestesia e se sentar para acompanhar os sinais vitais também são hábitos destes profissionais, não realizados por Giovanni, que se manteve em pé o tempo todo, bem próximo à cabeça da vítima. 

Ainda na segunda cesariana do dia, ele utilizou o capote nele próprio, se posicionando novamente de forma que impedisse os outros de enxergar a paciente. “Giovanni, ainda posicionado na direção do pescoço e da cabeça da paciente, iniciou, com o braço esquerdo curvado, movimentos lentos para frente e para trás; que pelo movimento e pela curvatura do braço, pareceu que estava segurando a cabeça da paciente em direção à sua região pélvica”, relata uma das declarações.  

Desconfiada, a equipe de enfermagem viabilizou a mudança do terceiro parto para outra sala disponível no hospital, na qual seria possível filmar o anestesista sem que ele percebesse. No novo espaço, escolhido em cima da hora, um celular foi escondido dentro de um armário de vidro escuro, com ângulo de visão direcionado ao ponto onde estaria Giovanni. O móvel é usado para guardar equipamento de cirurgia por vídeo. 

Na gravação, é possível ver que o médico está a cerca de um metro de pelo menos dois colegas da equipe, separados apenas por um lençol. Também é possível perceber uma terceira pessoa ao fundo. De modo geral, estes procedimentos são acompanhados por dois cirurgiões, um anestesista, um técnico de enfermagem e um pediatra. 

As funcionárias que organizaram a “operação flagrante” não acompanharam a terceira cesariana dentro da sala de cirurgia e só puderam ver as imagens que confirmaram o crime ao pegar de volta o celular. Por isso, não foi possível interromper o abuso no momento em que ele ocorreu. 

A delegada Bárbara Lomba, titular da Deam de São João de Meriti e responsável pelo inquérito, destacou o papel das enfermeiras e o papel exemplar dos funcionários do Hospital da Mulher. “Eles são dignos de serem servidores públicos. Foram eles que coletaram as provas”, afirmou. 

Uma policial técnica e seguidora dos direitos humanos. É assim que boa parte dos colegas se refere à carioca Bárbara Lomba, de 46 anos, titular da Delegacia da Mulher (Deam) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

No início da semana passada, a policial prendeu em flagrante o anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos. Ele é acusado de estuprar uma mulher durante uma cesárea no Hospital da Mulher Heloneida Studart. A atuação no momento da prisão e na condução da investigação rendeu elogios - mas este não o foi o primeiro caso rumoroso em que atuou. Ela tem no currículo apurações sobre homicídios, tráfico e crimes de milicianos, entre outros.

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"Sou muito fã da Bárbara", afirma o delegado Orlando Zaconne, atualmente na Subsecretaria de Planejamento da Polícia. "Porque ela consegue por em prática aquilo que muitos de nós buscamos, uma polícia voltada aos interesses da sociedade, garantidora dos direitos da vítima e também do autor do crime."

No vídeo que registra o momento da prisão, Bárbara anuncia a detenção em tom de voz baixo, antes de algemar o médico e encaminhá-lo à delegacia. A ação foi muito elogiada, mas também recebeu críticas. Nas redes sociais. Internautas compararam a ação na prisão do estuprador à abordagem truculenta de policiais rodoviários federais, que resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, por sufocamento, em maio.

"A Polícia só falta pedir desculpas para o médico estuprador branco", registrou um tuiteiro. "Imagina se fosse um pobre preto."

Caso Flordelis

Em 2019, quando estava à frente da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, Bárbara assumiu a investigação do assassinato do pastor Anderson Gomes.

Ele era marido da deputada federal e cantora gospel Flordelis dos Santos de Souza (PSD). Em junho daquele ano, o pastor foi morto a tiros dentro da própria casa. Vários de seus parentes, inclusive a parlamentar, foram postos sob suspeita.

Quando Bárbara deixou a delegacia, em janeiro do ano seguinte, Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos de Souza, filhos da deputada, já haviam sido indiciados pelo crime.

Em grande parte com base em provas coletadas pela equipe de Bárbara logo após o assassinato, o Ministério Público denunciou a deputada como suspeita de ser a mandante do crime. Flávio e Lucas foram condenados. Já naquela época, alguns colegas se referiam à Bárbara Lomba como "mulher superpoderosa".

À frente da DH de Niterói, Bárbara atuou também na elucidação da chacina de cinco jovens por integrantes de uma milícia, em 2018, com a prisão dos acusados. Também comandou o desbaratamento de outro grupo miliciano que se instalou em Itaboraí. E em palestra há dois anos na Escola de Magistratura do Rio (EMERJ), a delegada comentou esse último caso.

"O grande diferencial (da milícia) é que estamos lidando com pessoas que conhecem nossa forma de proceder, são pessoas envolvidas com agentes de segurança, políticos, várias camadas do poder", analisou. "É muito mais grave. E as ações são mais difíceis porque eles sabem o que nós (policiais) podemos fazer."

Formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) em 1997, Bárbara ingressou no ano seguinte na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ). Entrou para a Polícia Civil em 2001, aos 25 anos.

Entre 2012 e 2013, à frente da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), a equipe de Bárbara lançou a Operação Fortaleza. A ação resultou no indiciamento de 50 traficantes e 21 policiais militares que recebiam propina para deixar o tráfico funcionar livremente no centro do Rio. Na operação, foi presa a chefe do tráfico no Morro da Providência, Andrea Vieira, conhecida como Tia.

"Foi uma prisão cinematográfica, no meio do trânsito, comemoramos durante dias", contou ela, na palestra na EMERJ. "Graças às diligências, conseguimos capturá-la antes de deflagrar a operação.

Bárbara ressaltou que o trabalho de inteligência feito na época para identificar os traficantes só foi possível porque o morro estava ocupado pelo programa Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o que permitia a entrada livre de agentes.

"O programa está fazendo muita falta", disse, na palestra. "Numa outra operação, na Rocinha, quando estava na 15ª, só conseguíamos entrar na comunidade se montássemos uma operação de grande porte. E a nossa equipe sempre adotou a mentalidade de não criar guerra sem necessidade." 

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra virou réu pelo crime de estupro de vulnerável contra uma mulher que acabara de ter o filho, no domingo passado (10), no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

A decisão é do juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que recebeu, na sexta-feira (15), a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra o médico.

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Na denúncia, os promotores apontaram que “o crime foi cometido contra mulher grávida e com violação do dever inerente à profissão”. O MP pediu ainda que fosse decretado sigilo no processo, para preservar e resguardar a imagem da vítima.

O processo contra o anestesista começou com a gravação do crime feita pela equipe de enfermagem que participava do parto a partir de desconfianças do comportamento do médico. Com as imagens, os profissionais comunicaram o fato à chefia do hospital, que acionou a Polícia Civil. O anestesista, agora réu, foi preso em flagrante e conduzido à delegacia.

Segundo o magistrado, a denúncia oferecida pelo Ministério Público preenche os pressupostos legais para o seu recebimento. “A esse respeito, destaco que a denúncia contém a exposição dos fatos criminosos, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado, a classificação do crime e o rol de testemunhas”, escreveu.

Na denúncia os promotores destacaram que Giovanni Quintella Bezerra agiu de forma livre e consciente. “Com vontade de satisfazer a sua lascívia, praticou atos libidinosos diversos da conjunção carnal com a vítima, parturiente impossibilitada de oferecer resistência em razão da sedação anestésica ministrada”, apontaram.

Os promotores sustentaram ainda que o denunciado “abusou da relação de confiança que a vítima mantinha com ele, posto que, se valendo da condição de médico anestesista, aproveitou-se da autoridade/poder que exercia sobre ela, ao aplicar-lhe substância de efeito sedativo”.

De acordo com o TJRJ, o médico, que teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela juíza Rachel Assad na audiência de custódia realizada na última terça-feira (12), será citado para apresentar defesa no prazo de 10 dias.

Desde terça-feira Giovanni Quintella Bezerra está preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio. Para o local são levados os custodiados com nível superior. Por medida de segurança, o anestesista está isolado em uma cela da galeria F da unidade. Ao chegar na unidade prisional, o médico foi hostilizado pelos outros presos com batidas nas grades das celas e xingamentos.

Responsável pela prisão do anestesista Giovanni Quintella Bezerra por estupro de vulnerável, a delegada Bárbara Lomba avalia que o médico tinha plena noção do que fazia ao atacar sexualmente uma parturiente no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense. A delegada, que é titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de São João de Meriti, contou ao Estadão que também investiga o suposto excesso de sedativos administrados aos pacientes pelo profissional.

"Não vou dizer que ele é maluco. Para o direito penal é muito claro, não houve comprometimento do entendimento dele. Para uma pessoa ser inimputável, não basta ter uma doença mental, tem que estar comprovado que a doença comprometeu o entendimento da ilicitude", afirma ela. "Não é o caso. Entendo que ele tinha discernimento pleno da ilicitude. Não vou chamar de doente."

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Qual a prioridade da investigação neste momento?

Quero ouvir as outras duas mulheres operadas no dia 10 e a própria vítima, a mulher que foi filmada. Essa é a minha prioridade agora, até por que o caso dela está atrelado à prisão em flagrante. Mas não queremos pressionar, estamos indo com muita cautela, vendo o dia melhor, para não expô-la ainda mais.

Até agora, então, a senhora ouviu outras três mulheres? O que elas contam? Elas têm consciência de que houve estupro?

Elas contam situações semelhantes de sedação. Contam o que aconteceu antes e depois, há várias pontos nos depoimentos indicando que aconteceu a mesma coisa. Elas falam que a sedação não parecia necessária, e uma delas chegou a questionar o médico, dizendo que isso não tinha acontecido em partos anteriores. Ele retrucou, dizendo que ela precisava relaxar.

A defesa do anestesista pode alegar que a prova principal, o vídeo, não é válida?

O vídeo foi gravado em um ambiente público, do serviço público, não um ambiente particular, privado. Foi feito por servidores públicos que participavam daquele procedimento, não foi gravado por terceiros. Não houve ilegalidade nenhuma.

Outros médicos que trabalharam naquele dia com Giovanni já prestaram depoimento. Eles não notaram nada de estranho?

Do estupro, não. Aquela tinha sido a primeira cirurgia do obstetra e da pediatra com esse anestesista, não tinham estado com ele antes. Um deles falou que chegou a estranhar a sedação, mas confiou que o anestesista teria tomado a decisão por alguma razão específica. Além disso, eles ficam muito focados na criança e na mulher, como a gente pode ver no vídeo. Mas ainda vamos ouvir outros médicos que trabalharam com ele.

As enfermeiras e técnicas já desconfiavam dele há muito tempo?

Não, até porque ele não trabalhava lá havia muito tempo e nem sempre os plantões desse grupo coincidiam com os dele. Foi relativamente rápido. Quando elas entenderam que havia alguma coisa estranha, mas não sabiam o que era, tentaram ficar mais perto dele, se fazer mais presentes, até para entender melhor o que estava acontecendo. Ele percebeu e começou a tratá-las mal, com intimidação, assédio moral. Ele exercia o poder para tentar intimidá-las. Na segunda cirurgia realizada naquele domingo, 10, duas enfermeiras perceberam que ele estava com uma ereção. Isso foi a gota d'água, contaram. Por isso houve a decisão de filmar, elas achavam que seria muito mais difícil se fosse só o depoimento delas. E seria mesmo, temos que admitir.

Por que? Não haveria crédito no relato?

O relato teria força, obviamente, era muito grave. Mas teria que haver toda uma apuração, haveria várias alegações da defesa.

Como a senhora responde à alegação de que ele seria maluco?

Eu não vou dizer que ele é maluco. Para o direito penal é muito claro, não houve comprometimento do entendimento dele. Para uma pessoa ser inimputável (não poder ser responsabilizada por um crime), não basta ter uma doença mental, tem que estar comprovado que a doença comprometeu o entendimento da ilicitude. É uma pessoa que está fora de si, que não sabe o que está fazendo. Nesses casos, a gente pede um incidente de insanidade. Eu mesma já fiz isso. Mas não é o caso. Entendo que ele tinha discernimento pleno da ilicitude. Não vou chamar de doente.

No mês passado, uma procuradora foi espancada e o crime foi filmado. Ainda assim, o delegado considerou que não houve flagrante e não o prendeu imediatamente. A senhora acha que a defesa pode alegar isso, que o vídeo não é um flagrante?

Não, não existe isso. O que existe é eles tentarem dizer que a prova seria ilícita, mas isso certamente é refutável e será refutado se houver essa alegação. Sobre a questão do flagrante, ele foi capturado logo após o crime, estava isolado em um local do hospital, afastado de suas funções, tinha sido comunicado pela direção que havia um problema com uma paciente. E o fato tinha acabado de acontecer. As enfermeiras levaram o vídeo à direção do hospital logo após a cirurgia, e a direção nos acionou.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um comentário do estudante de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMS), Lucas Muller Mendonça, debochando de um texto que reflete sobre a violência de gênero, causou revolta nas redes sociais. 

Na última segunda-feira (11), após a repercussão do anestesista preso por estuprar uma mulher grávida durante o parto no Rio de Janeiro, a fotógrafa Tracy Figg publicou um texto no Instagram falando sobre a violência e os riscos que as mulheres sofrem na sociedade. 

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Traccy descreve no seu texto circunstâncias em que as mulheres estariam vulneráveis ao perigo do estupro. "Na infância. Na pré-adolescência. Adultas. Idosas. NO PARTO. Na rua, na igreja, em casa. Nem todo homem, mas sempre um homem", diz o texto.

Na publicação original, Lucas fez sua "sátira" sexista, repetindo a estrutura do texto da fotógrafa e debochando do desempenho das mulheres como motoristas.

"No cruzamento da preferencial. Com placa de pare. Na mudança de pista. No sinal vermelho. Na pista molhada. Loiras. Morenas. Por não saber fazer baliza. Por invadir a pista ao lado, por andar na contramão. Nem toda mulher, mas sempre uma mulher", comentou Lucas Mendonça.

O estudante respondeu as pessoas que reagiram ao seu comentário. "Fiz um texto satírico justamente pra expor além de ridículo é bem transfóbico. Não existem pessoas com pênis que não são homens? E não existe estupro por parte de mulheres cis? Texto ridículo por texto ridículo, eu prefiro o meu". Com a repercussão negativa, ele apagou o post.

A Associação Atlética Acadêmica Medicina Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (AAAMUFMS) repudiou o deboche do estudante do curso. 

"A AAAMUFMS vem a público manifestar seu repúdio às declarações feitas por um acadêmico do curso de medicina da UFMS que estão circulando nas redes sociais. Tais declarações ferem nossa política, que busca sempre por igualdade e se opõe a qualquer tipo de misoginia. Estamos atentos a expressões e atitudes dessa natureza e não toleramos em nenhuma hipótese tais práticas. Medidas já estão sendo tomadas com base no estatuto e normas da entidade".

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, foi hostilizado por outros presos ao dar entrada em Bangu 8, no Complexo de Gericinó, no Rio de Janeiro, na noite dessa terça-feira (12). O médico é acusado de dopar e estuprar uma gestante no momento do parto.

Giovanni foi preso em flagrante, passou por audiência de custódia e foi transferido para o presídio na Zona Oeste do Rio de Janeiro por volta das 21h15. Ele está em uma cela separada, mas foi recebido com xingamentos, vaias e ameaças de outros detentos, que sacudiram as grades na sua chegada, segundo o G1. 

LeiaJá também: Estupro: polícia recolhe gazes usadas por anestesista

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No domingo (10), o anestesista foi filmado colocando o pênis na boca de uma gestante na mesa de parto, no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti. Ele ainda é investigado por outros cinco abusos na unidade de saúde.

"A gravidade da conduta é extremamente acentuada. Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Portanto, sequer a presença de outros profissionais foi capaz de demover o preso da repugnante ação, que contou com a absoluta vulnerabilidade da vítima, condição sobre a qual o autor mantinha sob o seu exclusivo controle, já que ministrava sedativos em doses que assegurassem a absoluta incapacidade de resistir”, sintetizou a juíza Rachel Assad para determinar a prisão por estupro de vulnerável. 

A Polícia Civil enviou para análise algumas gazes encontradas na lixeira do centro cirúrgico onde o anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, estuprou uma mulher que passava por uma cesárea no último domingo, dia 10, no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense. De acordo com as enfermeiras e técnicas de enfermagem que denunciaram o médico, as gazes conteriam esperma e teriam sido usadas para limpar a boca da vítima depois do abuso.

Os medicamentos usados por Giovanni para sedar a parturiente também foram apreendidos pelos agentes da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, que receberam a denúncia e prenderam o médico ainda no domingo. Ontem, uma outra mulher que também teria sido vítima do anestesista no último dia 6 foi à delegacia acompanhada da mãe e do marido para prestar depoimento. A mulher contou que, muito dopada no momento do parto, "achava ter tido uma alucinação". O marido dela disse que foi impedido de acompanhar o parto pelo próprio anestesista e que o reconheceu pelas imagens da televisão depois da prisão.

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A audiência de custódia de Giovanni Quintella Bezerra está marcada para a tarde desta terça-feira, 12, quando será decidido se a prisão em flagrante será convertida em preventiva. O médico foi preso na noite de domingo, depois que enfermeiras e técnicas de enfermagem apresentaram à Deam um vídeo gravado naquela mesma tarde, em que ele aparecia colocando o pênis na boca da paciente desacordada. Desde ontem, o médico está no presídio de Benfica, na zona norte do Rio.

O governador Cláudio Castro (PL) se manifestou sobre o crime nas redes sociais: "Fiquei estarrecido ao saber do caso brutal do médico anestesista do Hospital da Mulher, em São João de Meriti, filmado estuprando uma paciente. Determinei que haja rigor e celeridade na apuração da denúncia gravíssima. O governo do RJ dará todo amparo e apoio necessários à vítima".

O hospital informou que abriu uma sindicância interna para apurar o ocorrido. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) disse que está acelerando os trâmites para a suspensão do médico.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a Constituição Federal ao se pronunciar no Twitter, nesta segunda-feira (11), sobre o médico anestesista que estuprou uma paciente em trabalho de parto em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. "Esse vagabundo que se exploda", disse o presidente sobre o anestesista Giovanni Quintella Bezerra. 

“É extremamente lamentável que a nossa Constituição não permita sequer que o maldito estuprador que abusou de uma paciente grávida anestesiada no RJ apodreça para sempre na cadeia, sem nenhum tipo de privilégio. Direitos Humanos é para a vítima, esse vagabundo que se exploda”, declarou Bolsonaro.

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O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante após estuprar uma grávida durante uma cesariana na madrugada desta segunda-feira (11). Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, cuja pena vale de oito a 15 anos de reclusão.

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante por estupro após colocar o pênis na boca de uma gestante que passava por um parto cesárea, no Hospital da Mulher em Vilar de Teles, em São João Meriti, no Rio de Janeiro. O abuso foi filmado nesse domingo (10). 

Os funcionários da unidade de saúde achavam estranho a quantidade de sedativo que Giovanni aplicava nas grávidas e esconderam um celular na sala de cirurgia para capturar alguma atitude suspeita. Nas imagens, a paciente aparece dopada quando o anestesista comete o abuso. 

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Após denúncia, ele foi preso na madrugada desta segunda (11). Segundo o G1, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu um processo para expulsá-lo e a Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde informaram que vão abrir uma sindicância interna. 

A vencedora do BBB 20, Thelma Assis, está completamente engajada com a campanha de socorro aos hospitais de Manaus (AM). Além de ter solicitado doações para a compra de oxigênio e outros insumos que estão em falta nas unidades de saúde do estado, Thelminha fez questão de ir me pessoa emprestar sua mão de obra aos pacientes internados. Ela está atuando como médica na localidade. 

Thelminha é anestesista e decidiu trabalhar voluntariamente em prol dos pacientes amazonenses. Ela está atuando no Hospital Pronto Socorro 28 de Agosto, no bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus. Alguns colegas de profissão compartilharam fotos ao lado da ex-BBB e também médica exaltando sua boa ação.

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Nas legendas, os profissionais de saúde amazonenses agradeceram a solidariedade da colega e a elogiaram bastante. A fisioterapeuta Ana Rocha prestou uma homenagem e deixou seu agradecimento em sua rede social. “Plantão de hoje ao lado da Dra. Thelma Assis. Toda a minha admiração a ela que está aqui para ajudar o Amazonas”. 

O julgamento de uma anestesista, acusada de causar a morte de uma mulher durante uma cesariana por estar sob efeito de álcool, começou nesta quinta-feira (8) na França.

Helga Wauters, de 51 anos e nacionalidade belga, é acusada de homicídio involuntário pela morte de Xynthia Hawke, uma britânica de 28 anos, durante uma cesariana realizada em 2014.

"Agora reconheço que meu vício era incompatível com meu trabalho", disse Wauters no tribunal de Pau, sudoeste da França. "Lamentarei esta morte por toda a minha vida", acrescentou.

Wauters havia realizado uma epidural em Hawke, mas surgiram complicações durante o parto que exigiram uma cesariana de emergência.

Ao entrar na sala de operações, Wauters cheirava a álcool, segundo várias testemunhas.

De acordo com os investigadores, a médica intubou o esôfago em vez da tráquea. Hawke morreu quatro dias depois de uma parada cardíaca, mas seu bebê sobreviveu.

A anestesista admitiu durante a investigação que bebeu vodka com água no início daquele dia, "como todos os dias" por 10 anos, e que havia tomado uma "taça de vinho" com amigos antes que a chamassem de novo para a operação.

No entanto, afirmou que possuía "70% de seus faculdades" e que "não estava bêbada", disseram os investigadores.

Após ser detida, foi descoberto que a quantidade de álcool em seu sangue era de 2,38 gramas por litro, o que equivale a cerca de 10 taças de vinho.

Os pais de Hawke e sua irmã viajaram do Reino Unido para assistir o julgamento. Seu companheiro e uma dúzia de amigos também estiveram presentes.

"Será difícil para eles", disse o advogado da família, Philippe Courtois. "Vão ouvir coisas que não sabiam, ou que preferiam não saber, sobre o que surgiu durante a investigação", disse.

O tribunal anunciará seu veredicto na sexta-feira. Wauters enfrenta três anos de prisão.

Um médico anestesista acusado na França de 24 envenenamentos, incluindo nove fatais, em pacientes foi colocado em liberdade condicional nesta sexta-feira (17), para a decepção e incompreensão de suas vítimas.

Os pacientes, submetidos a intervenções cirúrgicas de menor importância, sofreram paradas cardíacas durante as operações em Besançon, onde atuava o dr. Frédéric Péchier, de 47 anos.

Os investigadores suspeitam que o médico alterava intencionalmente as injeções a serem aplicadas nos pacientes, a fim de causar incidentes operatórios para, em seguida, exercer o seu talento e reanimar as vítimas.

Após várias horas de audiência na quinta-feira (16), a juíza decretou a liberdade condicional do médico, enquanto o Ministério Público havia solicitado a sua detenção provisória. "É uma decisão justa e oportuna", reagiu à AFP Randall Schwerdorffer, um dos advogados do anestesista.

Já proibido de exercer a profissão, o médico também está proibido de ir a Besançon e à cidade vizinha onde mora.

"O MP vai obviamente apelar desta decisão", disse à AFP o procurador da República em Besançon, Etienne Manteaux. Este recurso será examinado "dentro de 15 dias", informou.

Para as vítimas, "que vivem há dois anos um verdadeiro elevador emocional", a liberdade "é bastante incompreensível", disse Frédéric Berna, advogado das partes civis.

Acusado em 2017 por sete primeiros casos de envenenamento - incluindo dois fatais - e deixado em liberdade condicional, Péchier voltou a ser acusado na quinta-feira de "envenenamento de pessoas vulneráveis" por outras 17 pessoas. Sete desses pacientes morreram.

Segundo Manteaux, o anestesista admitiu no final de seu interrogatório que "atos criminosos, envenenamentos, foram cometidos na Clínica Saint-Vincent", onde trabalhava, mas ele negou ser o autor.

"Eu não vi (no arquivo) que houve qualquer reconhecimento de envenenamento pelo dr. Péchier", reagiu Jean-Yves Le Borgne, um de seus advogados.

Para o procurador, o médico "apareceu como o denominador comum" dos eventos relatados pelo corpo médico entre 2008 e 2016. Os 17 novos casos, identificados entre 66 casos suspeitos, referem-se a pacientes com entre 4 e 80 anos.

Este caso faz lembrar o de um ex-enfermeiro alemão, acusado de cerca de 100 assassinatos de pacientes por injeção letal, para o qual a prisão perpétua foi solicitada na quinta-feira. Niels Högel é acusado de injetar drogas nos pacientes para causar parada cardíaca antes de tentar revivê-los, na maioria das vezes sem sucesso.

Péchier nunca foi apanhado em flagrante, mas está no centro de "um conjunto de elementos concordantes", garantiu o magistrado. Segundo ele, os eventos suspeitos se deram "num contexto de conflito com seus colegas anestesistas ou cirurgiões" da Clínica Saint-Vincent de Besançon.

O anestesista "costumava ficar nas imediações da sala de cirurgia", apresentando "diagnósticos precoces" quando "não havia evidência, nesta fase, de suspeita de uma overdose de potássio ou anestésicos locais", apontou o procurador.

O advogado dos pais da mais jovem suposta vítima, uma criança de quatro anos operada de amigdalite em 2016 e que sobreviveu a duas paradas cardíacas, Jean-Michel Vernier, expressou sua "raiva" e sua intenção de ele mesmo se tornar uma parte civil.

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