Tópicos | sêmen

O inquérito conduzido pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) contra o anestesista Giovanni Quintella Bezerra não identificou a presença de sêmen na gaze usada pelo acusado após estuprar uma gestante durante o parto, no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense. A investigação indiciou o médico por estupro de vulnerável e foi enviada à Justiça nessa terça-feira (19).

Depoimentos concedidos à Polícia Civil apontaram que o anestesista, de 31 anos, limpou o rosto da parturiente e o próprio pênis com a gaze que foi recolhida pela equipe de enfermagem e enviada à perícia. O laudo não identificou sêmen, mas a integridade da coleta pode ter sido comprometida, pois o tecido foi jogado no lixo e passou por diversos recipientes antes de ser entregue às autoridades.

##RECOMENDA##

A equipe de enfermagem já desconfiava da postura de Giovanni e escondeu um celular dentro da sala de procedimento para filmar o parto. Segundo a análise, no vídeo de 1h36m20s, o médico espera o marido da paciente sair da sala e, 50 segundos depois, dá início ao estupro. Ele põe o pênis para fora e ejacula em um intervalo de 9 minutos.

O anestesista segue preso em Bangu 8 desde o último dia 12 e também é investigado por outros cinco casos de abuso no ambiente de trabalho.

Procedimento comum entre as mulheres, o congelamento de óvulos permite que o sonho de ser mãe possa esperar mais um pouco. Já o congelamento seminal vai além, pois o sêmen congelado pode ficar armazenado por décadas, aguardando para a paternidade se tornar realidade.

“Há alguns anos as pessoas estão adiando a paternidade e a maternidade, principalmente focando na parte profissional e até mesmo na qualidade de vida, acham que podem adiar um pouco para ter os filhos e isso é muito comum. Os casais que nos procuram serão pais muito mais velhos que foram nossos pais e isso é uma tendência da sociedade em geral”, observa o médico especialista em urologia da Huntington Medicina Reprodutiva, Guilherme Wood.

##RECOMENDA##

No entanto, para a maioria dos homens que optam pelo congelamento seminal, o procedimento é uma opção para preservar a qualidade dos espermatozóides antes de uma cirurgia complexa, para aqueles que têm alguma doença ou, mais comumente, e para os que realizarão um tratamento de câncer, explica Wood.

“A maioria dos homens que fazem o congelamento seminal são aqueles que vão passar,  por exemplo, por um tratamento de câncer e que sabe que terá piora da qualidade do sêmen depois do tratamento, ou pacientes que vão passar por alguma cirurgia”.

No caso do publicitário Fábio Fernandes, de 46 anos, ele descobriu uma varicocele [dilatação das veias que drenam o sangue testicular devido à incompetência das válvulas venosas, associada ao refluxo venoso] ao tentar ter mais um filho com a segunda esposa. “Tive uma filha em 2005 no primeiro casamento. Em 2011 casei novamente e a partir de 2017 tentamos engravidar. Já nos primeiros exames descobrimos uma varicocele não tratada. Descobrimos que eu tinha uma azoospermia atípica”.

Ele fez duas cirurgias de varicocele, em 2017 e em 2019. “O resultado foi ótimo, permitiu o congelamento de um sêmen de excelente qualidade, mas nesse período não fizemos congelamento de óvulos e agora seguimos com dificuldades, provavelmente pela idade da minha esposa, que tem 38 anos hoje”, relata. Fábio considera importante conscientizar os homens sobre o congelamento. “A  exemplo do que tem sido feito com as mulheres em relação aos óvulos, os urologistas muitas vezes não esclarecem aos homens os riscos de infertilidade de uma varicocele no início”, lamenta o publicitário.

No momento, Fábio e a mulher têm dois embriões congelados, e estão avaliando se seguem tentando ter mais ou se partem para a implantação. “O material segue congelado e é preparado como "stand by", ou seja, uma reserva a cada tentativa de fertilização que fazemos. Nas cinco feitas até agora o sêmen à fresco segue dentro dos parâmetros normais, então a reserva congelada não precisou ser utilizada”.

Na opinião do paciente, é importante conscientizar os homens sobre a fertilidade masculina. “Acho de maior interesse público, como o nosso caso, é que médicos e pacientes têm que estar mais conscientes da necessidade de discutir o congelamento dos gametas de pessoas, casadas ou não, que desejam ser mães e pais um dia. A falência da produção de óvulos é programada, mas a dos espermatozóides também pode acontecer,  por uma "simples" varicocele, stress térmico ou por outros fatores que a ciência não domina”.

Diferenças entre o congelamento de óvulos e de sêmen

O médico Guilherme Wood ressalta as diferenças entre o congelamento de óvulos e de sêmen. “As mulheres têm um relógio biológico que é implacável, porque elas já nascem com os óvulos semi prontos, vamos dizer assim, e eles vão amadurecendo a cada ciclo menstrual. E em cada ciclo, ela está perdendo óvulos que ficarão mais velhos e vão diminuindo em quantidade. Quando ela passa dos 37, 38 anos, a fertilidade dela cai com muita velocidade e vai se tornando cada vez mais difícil conseguir engravidar tanto naturalmente e até mesmo por tratamento de reprodução. E quando chega a menopausa, ela não vai mais conseguir engravidar com óvulos próprios”, pontuou Wood.

Nos homens, é muito diferente, o médico detalha. “Os homens produzem espermatozóides durante toda a vida, a não ser que haja um problema testicular, ou outra causa, mas se não houver nenhum problema, um homem de 90 anos continua produzindo espermatozóides todos os dias, então ele é capaz de alcançar um gestação na mulher”.

O que não significa que a qualidade seminal seja a mesma sempre, frisa o médico. “A maioria dos trabalhos científicos diz que a partir dos 45 anos começa a ter mais risco de algumas doenças neurológicas nos filhos de pais mais velhos, como autismo e esquizofrenia. Não é um aumento muito relevante, mas existe sim esse risco aumentado em filhos de pais que tem mais de 45 anos”.

Um dos estudos mais recentes, “Efeito da idade paterna nos defeitos congênitos da prole: uma revisão sistemática e meta-análise”, indicou que a idade paterna está associada a um aumento moderado na incidência de anomalias urogenitais e cardiovasculares, deformidades faciais e distúrbios cromossômicos.

Idade para congelar o sêmen

Ainda não é comum os homens congelarem sêmen por serem jovens, completa o especialista. “Diferentemente das mulheres, que cada vez mais optam por congelar os óvulos quando estão chegando numa idade em que elas ainda não querem engravidar, mas querem preservar sua fertilidade, nos homens isso é muito menos definido. Mas sabemos que a partir dos 45, 50 anos, a maioria dos trabalhos científicos mostra que pode haver um maior risco de doenças associadas a filhos de pais mais velhos”, frisou.

Esse corte por idade para os homens é bem mais alto do que para as mulheres, já que para elas  o recomendável é congelar óvulos até 35 anos. “Geralmente o congelamento seminal é feito por motivo de doenças, mas se fosse para pensar numa data específica eu diria que 40 a 45 é a época ideal para congelar o sêmen, pensando em ter filhos com sêmen mais jovem”, recomenda o médico.

Custos

Os homens que desejam realizar o congelamento seminal precisam desembolsar cerca de R$3 mil para o procedimento e depois R$100 mensais para manter o material genético congelado. Ainda assim, o procedimento tem o custo bem menor que o congelamento de óvulos, que custa cerca de R$ 15 mil (valor para estimulação ovariana, coleta e congelamento), além do valor de manutenção dos óvulos congelados, cerca de R$ 1000 por ano.

“O congelamento de sêmen não é um procedimento caro, ao contrário do congelamento de óvulos que envolve medicações caras e procedimentos cirúrgicos para coleta dos óvulos. A coleta de sêmen é muito fácil, é uma coleta realizada por masturbação. A taxa do congelamento seminal varia em torno de R$3 mil e a mensalidade cerca de R$ 100 por mês para manter esse sêmen congelado. O sêmen congelado se preserva por décadas, temos amostras seminais muito antigas que já foram descongeladas e que mantém sua qualidade”, considera o especialista.

As amostras de sêmen são criopreservadas - mantidas em solução crioprotetora - em containers de nitrogênio líquido à 196ºC negativos e permanecem armazenadas por tempo indeterminado.

Na avaliação de Wood, a procura por congelamento seminal é igual entre casais homoafetivos  e heteroafeitvos. “Não reparo essa demanda maior entre homoafetivos. Porém o tratamento dos casais homoafetivo é bem mais complexo quando são dois homens, porque envolve uma terceira pessoa, o casal vai precisar de um útero de substituição, que é o nome mais correto para a barriga de aluguel, então vai ser preciso uma mulher que vai gestar esse filho,  é um tratamento que é muito mais caro e trabalhoso para este casal do que quando é um casal homoafetivo feminino”.

Legislação

No Brasil, segue-se a RDC 23/2011,  e as normativas do Conselho Federal de Medicina, que atualizou recentemente as normas para utilização das técnicas de reprodução assistida no Brasil.

De acordo com a legislação vigente no Brasil, os homens que desejam congelar, ou mesmo doar seus espermatozóides, devem passar por uma bateria de testes para marcadores de doenças infecto-contagiosas.

“É obrigatória a realização de uma triagem sorológica que inclui, por exemplo, hepatite B e C, HIV, HDLV, [entre outros]. Esses pacientes também fazem a sorologia para o vírus Zika, que ainda está vigente. É feita essa triagem e aqueles indivíduos que têm uma triagem negativa passam pela coleta dos espermatozoides. O congelamento dos espermatozóides geralmente utiliza a técnica de nitrogênio liquido”, detalhou o chefe do Departamento de Infertilidade Masculina da Sociedade Brasileira de Urologia Seccional de São Paulo, o urologista Sandro Esteves.

Pacientes que querem congelar para preservar seus espermatozóides tem que fazer as sorologias obrigatórias pela RDC 23, “mas é só para a rotina de armazenamento”, explicou o urologista Guilherme Wood. “As amostras de pacientes com sorologia positiva são tratadas de forma diferente, elas são armazenadas em tanques separados”, completou o especialista.

Esteves ressaltou que a RDC não limita a idade do paciente que queira congelar seu próprio sêmen. “Não tem um limite de idade quando o paciente quer congelar sêmen, mas sabemos que homens com mais de 45 anos têm um queda na qualidade dos espermatozoides, inclusive queda na qualidade do material genético que poderia aumentar o risco de desfechos adversos, inclusive alguns estudos indicando um potencial risco de defeitos na prole”, reforçou o urologista.

Poucas horas após o marido cometer suicídio, uma mulher identificada como Jermimah Moylan recebeu autorização da Suprema Corte da Austrália para que um médico fosse ao necrotério e retirasse sêmen do corpo. Sebastian tinha 27 anos quando tirou a vida no último dia 14. O casal estava junto desde 2015.

"Isso me traz alguma forma de encerramento de algo e de esperança de ter uma família com o único homem com o qual quis tê-la", revelou a ex-esposa ao Daily Mail australiano. Jermimah poderá utilizar o material colhido em até dez anos. Porém, precisa de uma nova autorização para realizar a fertilização in vitro.

##RECOMENDA##

Há seis dias, a irmã dela iniciou uma campanha no site de financiamento coletivo "GoFundMe" para arcar com os custos. O objetivo é arrecadar $ 50 mil. Até o momento da publicação da matéria, a conta já teve 165 doadores e atingiu cerca de $ 40 mil.

Na Irlanda, um homem de 33 anos, que não teve a identidade revelada, injetou o próprio sêmen no corpo por acreditar que seria útil para aliviar as fortes dores que ele sentia na coluna. O caso foi publicado na revista irlandesa de medicina Irish Medical Journal.

"O paciente revelou que injetou o próprio sêmen como um método inovador para tratar dores nas costas. Ele bolou essa “cura” independentemente de qualquer orientação médica", diz a publicação.

##RECOMENDA##

Segundo o paciente, o tratamento “alternativo” durou um ano e meio, sendo uma dose aplicada por mês com uma agulha hipodérmica. Ele admitiu a prática quando um médico desconfiou das marcas vermelhas presentes em um dos braços do homem.

O paciente foi tratado de forma adequada no hospital e se recuperou das dores nas costas. Os médicos responsáveis pelo caso informaram que esse foi o primeiro relato de injeção intramuscular de sêmen que se tem conhecimento na história.

Uma jovem identificada como Ayla Cresswell, de 25 anos, conseguiu uma ordem judicial para a coleta do esperma de seu, então, namorado, Joshua Davies. O jovem se matou em 2016, estando a coleta armazenada numa clínica desde esse ano.

Com a ajuda da família do rapaz, Ayla conquistou na justiça o direito de usar o esperma dele. De acordo com a juíza que tratou o caso, depoimentos deram confiança que o bebê (que ainda será gerado) será amado e cuidado. A decisão foi tomada pela Suprema Corte do estado australiano de Queensland.

##RECOMENDA##

 

Segundo informações repassadas ao Extra, a magistrada ressaltou que a forma como o esperma foi colhido o torna apto a ser utilizado em tratamentos de reprodução e que os médicos o fizeram em nome da Ayla Cresswell, que arcou com todos os custos para a preservação do sêmen.

 

"Doação de sêmen para mulheres e casais que querem engravidar de maneira sigilosa, prática e simples" é a descrição de uma página no Facebook com 1,3 mil curtidores. O serviço paralelo de venda e doação de esperma ocorre em grupos também, tanto do Facebook quanto do WhatsApp.

Segundo a página, as clínicas de fertilidade, apesar de realizar o sonho da gravidez, faz disso "um mercado caríssimo". "Como ficam as mulheres e casais que não tem condições de custear as tentativas de fertilização?", escreveu em uma publicação de 2015. 

##RECOMENDA##

Em outra publicação, a própria página alerta dos riscos possíveis da doação informal. "Lembrando que a doação informal é diferente da fertilização em clínicas que seguem normas e leis. Na fertilização caseira informal, há também os riscos de saúde, por mais que você peça exames ao doador 'caseiro'. As clínicas por sua vez seguem rígidos procedimentos para garantir a eficácia e saúde da futura gravidez. Na doação informal, você precisa ter o mínimo de contato com o doador, mesmo que opte por fazer a fertilização sem contato sexual. Até para ter a garantia mínima dos aspectos físicos e de saúde do doador. Mas se você tenta engravidar transando com um e outro por aí, isso não parece ser tão importante, né?", assinala.

A página também reforça que, preferencialmente, as pessoas não vendam, mas façam a doação apenas no intuito de ajudar. Entretanto, a pessoa interessada arca com o custo da viagem do doador e outras eventuais necessidades. Em uma das publicações, uma pessoa diz que paga R$ 8 mil por um doador de classe alta. 

Um grupo fechado no Facebook tem mais de 3,7 mil pessoas. As regras desse grupo destacam mais de uma vez que se trata de doação e não venda. "Proibida a venda de sêmen ou qualquer outro serviço e afins", explicita a regra número 1.

Em vários casos da página, as pessoas interessadas dizem ser lésbicas em busca do sonho de ser mãe. Muitos outros relatos são de mulheres casadas com homens estéreis. "Até me interessei, pois também gostaria de ter um filho, mas a inseminação é absurdamente cara no Brasil... Em breve mandarei mensagem no inbox", escreve uma pessoa. "Eu e meu esposo estamos juntos há dois anos e nós somos loucos para ter um filho, mas meu esposo não tem condições", destaca outra interessada.

Já os doadores e vendedores costumam descrever suas características físicas e seu histórico distante de doenças. "Olá... sou vendedor de esperma, moro em MG, sou loiro, 1.97 de altura, loiro, olhos azuis, exames em dia, saúde também, pois prezo por uma vida saudável... Quem se interessar, me chame no privado", afirma um. "Sou doador, sou de MG e já realizei o sonho de duas mulheres que desejavam ser mães independentes com inseminação natural. Totalmente anônimo e discreto, se alguma mulher se interessar é so chamar", pontua outro. 

Perigo 

Essse tipo de inseminação caseira é peremptoriamente não recomendada pelos especialistas. Os principais riscos são o de contrair as Doenças Sexualmente Transmissíveis. Além disso, a mulher pode sofrer alergias ou até mesmo um choque anafilático. 

"A inseminação artificial deve ser feita de uma forma científica e séria. O esperma, além do espermatozóide, tem várias proteínas, que precisam ser retiradas e o que se coloca dentro do útero é apenas o espermatozóide tratado", resume o ginecologista obstetra José Carlos de Lima, do Hospital Guararapes. São as proteínas contidas no sêmen que podem gerar as alergias. 

O médico conta que a lei ainda não alcançou esse tipo de situação, mas crava que a atitude se configura exercício ilegal da profissão. "É exercício ilegal da profissão porque é um procedimento médico. Qualquer pessoa que faz isso estaria promovendo o exercício ilegal e poderia ser penalizado", complementa. 

Segundo José Carlos de Lima, uma inseminação artificial custa cerca de R$ 3 mil a R$ 5 mil em clínicas por tentativa. Já a fertilização em vitro - procedimento em que se separa o espermatozóide do homem e, através de uma micropunção, coloca-o no óvulo da mulher - sai em torno de R$ 15 mil a tentativa, cuja taxa de sucesso varia entre 20% a 30%. "De fato, são procedimentos caros. O SUS precisa avançar muito em relação a isso, oferecer acesso a esse tipo de procedimento. No desespero enorme de realizar o seu sonho, a pessoa se aventura nisso com gente não habilitada e faz a inseminação em local não adequado", finaliza. 

Foram presos nessa quinta (16), dois homens acusados de roubar botijões de sêmen bovino em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Segundo a polícia, o material roubado vale mais de R$ 1 milhão e teria sido furtado no último dia 6 de novembro de dentro da empresa Progênie Planejamento Rural, no bairro Cidade Verde.

Para realizar o furto, Odair Xavier de Almeida, 28, precisou arrombar 3 portas, de onde foram subtraídos 17 botijões carregados com o sêmen bovino, avaliado em R$ 1.195.600, além de outros bens como móveis e aparelhos eletrônicos da empresa. Com a prisão do suspeito, foi possível chegar a Luiz Felipe Bruno da Silva, 24, acusado de receptar os produtos.

##RECOMENDA##

“Foi um grande trabalho, em que instauramos o procedimento investigativo e conseguimos identificar não somente um dos autores do furto, que teve a prisão cumprida, como também prender o receptador e recuperar o material furtado, que é de alto valor”, destacou o delegado Fabiano Pitoscia.

Com informações da assessoria

A importação de sêmen para uso em reprodução assistida cresceu mais de 2500%, de 2011 a 2016, segundo o 1º Relatório de Importação de Amostras para uso em Reprodução Humana assistida, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Quanto às características fenotípicas, a cor dos olhos azul foi predominante. 

Segundo a Anvisa, das 1011 amostras seminais importadas, de 2014 a 2016, a cor dos olhos azul estava em 524 amostras (52%). Em segundo lugar ficou castanho (24%), seguida da cor verde (13%) e avelã (11%).

##RECOMENDA##

Com relação ao tipo de cabelo dos doadores escolhidos, 64% possuíam cabelos castanhos, seguidos pelos loiros (27%), pretos (7%) e ruivos (2%). Já com relação a ascendência, 95% dos doadores são caucasianos, 2% são latinos, outros 2% são de ascendências diversas, 1% asiático e 0%, apenas duas amostras seminais requisitas, são negros. As amostras seminais importadas no período de 2014 a 2016 foram obtidas de 362 doadores diferentes.

Apesar do cabelo preferido ser o castanho no geral, no quadro divulgado de doadores das amostras mais solicitadas, o perfil principal é do doador branco, de olhos azuis e cabelo loiro. Em seguida, vem o perfil branco, de olhos azuis e cabelo castanho. 

O grupo que apresentou maior crescimento nas importações foi o de casais homoafetivos de mulheres, em 279%, seguido de mulheres solteiras, em 114% e pelos casais heterossexuais, em 85%. Esses dados compreendem o período de 2015 a 2016.

O Estado de São Paulo importou a maioria das amostras solicitadas à Anvisa, seguido por Rio de Janeiro. 

O sêmen parece interferir nos géis microbicidas usados para evitar a infecção por HIV, o que possivelmente explica porque funcionam em laboratório, mas não em situações da vida real, afirmaram cientistas nesta quarta-feira.

Fragmentos de proteínas, encontrados no sêmen, dificultam o trabalho de microbicidas aplicados na vagina, destacou a pesquisa publicada na revista Science Translational Medicine.

##RECOMENDA##

Conhecidas como fibrilas amiloides, estas partículas no sêmen "atuam como uma cola, prendendo partículas de HIV na superfície da célula, estimulando a infectividade viral", destacou o estudo, conduzido por cientistas da Universidade da Califórnia, em San Francisco, e da Universidade de Ulm, na Alemanha.

"Este efeito subjuga a atividade anti-HIV dos microbicidas", continuou.

Estes microbicidas foram desenvolvidos originalmente como uma forma de habilitar as mulheres da África subsaariana a se proteger, devido à dificuldade que podem encontrar para negociar o uso de preservativos com seus parceiros.

"No entanto, a primeira geração de microbicidas foi amplamente ineficaz ou, pior, alguns inclusive levaram a um aumento da transmissão do vírus", disse o autor principal do estudo, Warner Greene, diretor do Instituto Gladstone de Virologia e Imunologia.

A co-autora do estudo, Nadia Roan, do Departamento de Urologia da Universidade de San Francisco, na Califórnia, afirmou que as últimas pesquisas se baseiam em estudos anteriores.

"Nós demonstramos anteriormente que o sêmen intensifica a infecção pelo HIV, mas esta foi a primeira vez que demonstramos que esta capacidade reduz claramente a eficácia antiviral dos microbicidas", concluiu.

O efeito foi o mesmo em todos os microbicidas testados no estudo, exceto o Maraviroc, que é avaliado para uso como microbicida e atualmente é utilizado como um tratamento para HIV/Aids.

Este medicamento age de forma diferente à dos microbicidas que atacam o HIV. Ao contrário destes, ele se liga a um co-receptor de células hospedeiras para impedir que o vírus entre na célula.

"Os resultados indicam que o Maraviroc é um promissor candidato a microbicida e sugerem que futuros microbicidas devem ser testados 'in vitro' na presença de sêmen", destacou o estudo.

Um estudo dinamarquês constatou que o consumo de álcool, mesmo moderado, pode prejudicar a qualidade do esperma e ocasionar problemas de fertilidade nos homens. A pesquisa foi feita pela University of Southern Denmark com mais de 1.200 homens jovens e saudáveis, com idades entre 18 e 28 anos, e foi a primeira a avaliar os impactos da ingestão de bebidas na procriação.

Os participantes do levantamento realizaram exames médicos do serviço militar entre 2008 e 2012 e tiveram que responder questões a respeito de ingestão regular de álcool, além de terem amostras de sêmen e sangue coletadas para análise de hormônios. Cerca de 60% dos entrevistados afirmou ter abusado do álcool no mês anterior ao exame. Apesar de as quantidades ingeridas serem diferentes, o consumo de álcool na semana anterior ao teste levou a mudanças consideráveis na taxa de hormônios reprodutivos. 

##RECOMENDA##

Em muitos homens, houve aumento dos níveis de testosterona e diminuição da Globulina Ligadora de Hormônios Sexuais (SHBG), proteína cuja principal propriedade é a alta afinidade por esteroides como DHT, testosterona e estradiol. De acordo com o perfil do grupo analisado, quanto maior foi o consumo de bebidas alcoólicas, menor foi a qualidade do esperma, com tamanhos menores e formatos defeituosos. 

Os homens que ingeriram 40 latas de cerveja durante uma semana tiveram a contagem de esperma reduzida em 33% e uma queda na qualidade do sêmen em 51%, quando comparados aos que consumiram entre uma e cinco latinhas. 

BRASIL - De acordo com Edson Borges Junior, especialista em Medicina Reprodutiva, a saúde e a fertilidade das futuras gerações estão em risco. Uma análise feita em 2.300 amostras de sêmen de pacientes que recorreram ao método de reprodução assistida nos intervalos de 2000 e 2002 e 2010 e 2012 registrou diferenças nas unidades analisadas, sobretudo em relação à concentração e à morfologia dos espermatozoides. 

A pesquisa também surpreendeu os especialistas em relação à grande quantidade de indivíduos com azoospermia – ausência de espermatozoides no material ejaculado. Para Edson Borges, é necessário encontrar os agentes que estão causando a redução da fertilidade masculina. “Esses estudos são importantes para detectar o mal que alguns hábitos – não só a ingestão de álcool, mas também o cigarro e o consumo de carnes vermelhas e gorduras trans – fazem à fertilidade. Já é possível afirmar que o aumento da frequência de anomalias reprodutivas reflete os efeitos adversos dos fatores ambientais ou estilo de vida dos indivíduos”, alerta o especialista. 

A professora curitibana Kátia Lenerneier, de 39 anos, conseguiu realizar o sonho dela e do marido, Roberto Jefferson Niels, morto em decorrência de câncer em fevereiro do ano passado, aos 33 anos. Ontem, Luísa Roberta, a filha que ela conseguiu gerar utilizando-se do sêmen congelado do marido. De acordo com a mãe, o segundo nome é em homenagem ao marido. Como ele não tinha deixado uma autorização por escrito, conforme prevê a resolução 1.385, do Conselho Federal de Medicina (CFM), Kátia precisou recorrer à Justiça.

O juiz Alexandre Gomes Gonçalves, da 13ª Vara Cível de Curitiba, autorizou, em maio do ano passado, que o sêmen pudesse ser utilizado. A professora e o marido haviam procurado a Clínica e Laboratório de Reprodução Humana e Andrologia (Androlab), em Curitiba, em 2008, antes mesmo de Niels receber o diagnóstico de câncer, em fevereiro de 2009, porque ambos desejavam o filho e as tentativas de engravidar não eram bem sucedidas.

##RECOMENDA##

A decisão de congelar o sêmen foi tomada antes do início das sessões de quimioterapia. Ela conseguiu engravidar no fim de setembro do ano passado, na segunda tentativa, por meio da fertilização em laboratório e posterior introdução no útero da mãe. Apesar do posicionamento contrário do CFM, o juiz levou em consideração o desejo dos dois.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando