Óleo nas praias de PE não tem relação com desastre de 2019

O comunicado emitido após análise do material recolhido indicou a origem e a possível causa para o ressurgimento de fragmentos em parte do litoral nordestino

por Victor Gouveia sab, 10/09/2022 - 09:16
Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo Mancha de óleo presa em coral no litoral de Pernambuco Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

O óleo que voltou a ser visto nas praias de Pernambuco há cerca de 15 dias não possui relação com o material que afetou a costa brasileira em 2019. Em comunicado emitido nessa sexta-feira (9), o Governo Federal afastou a ligação entre os materiais após análise laboratorial dos fragmentos. 

A nota do Ministério da Ciência e Tecnologia assinada em conjunto com Marinha, Ibama e universidades informou que os novos vestígios de óleo recolhidos no litoral do Nordeste provavelmente se trata de petróleo cru, "proveniente do descarte de água com óleo lançada ao mar após a lavagem de tanques de navio petroleiro, em alto-mar". 

Alguns desses fragmentos vieram acompanhados de cracas, uma espécie de crustáceo. Pelo tamanho dos animais, foi observado que o material ficou mais de duas semanas no oceano antes de ser levado às praias. 

"Os biomarcadores, ou indicadores de origem, sugerem tratar-se de petróleo produzido no Golfo do México. Tal origem foi estabelecida a partir da análise das amostras coletadas, especificamente, nas praias de Pernambuco (Boa Viagem, Paiva e Quartel) e Bahia (Ondina)”, acrescenta o informe. 

As análises foram feitas em três laboratórios, o de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); pelo Centro de Excelência em Geoquímica, Petróleo, Energia e Meio Ambiente (LEPETRO/IGEO), da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e pelo Laboratório de Geoquímica Ambiental Forense (LGAF) do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), da Marinha. 

Os exames ainda indicaram que os vestígios que apareceram em Itacimirim e Itapuã, na Bahia, possuem relação com o óleo de 2019. Porém, um novo derramamento do mesmo material não foi confirmado. A explicação foi que esse óleo estava na areia das praias ou preso em rochas e recifes  e se desprenderam com a força dos ventos e das ressacas que ocorrem nessa época do ano.

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