Evento adverso na infância eleva o risco de morte precoce

Um levantamento do National Institutes of Health, publicado no “The Lancet Regional Health – Americas”, mostrou que a pobreza está associada a morte precoce

por Camily Maciel qua, 14/09/2022 - 17:19
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Um levantamento do National Institutes of Health, conjunto de centro de pesquisas nos Estados Unidos, mostrou que a pobreza, combinada com outros tipos de adversidades nos primeiros anos de vida, está associada a uma chance maior de morte prematura. No detalhamento do trabalho, publicado no “The Lancet Regional Health – Americas”, crianças que, além de pobres, viviam em moradias inadequadas, tinham risco de morte precoce aumentado em 41% se comparadas com as que se encontravam em um ambiente estável. Caso o agravante à pobreza fosse a separação dos pais, o percentual subia para 50%. Os dados foram extraídos de uma base composta por mais de 46 mil pessoas.  

A pesquisa confirma sobre o "expossoma", termo criado para designar a totalidade dos impactos a que o ser humano é submetido da concepção ao fim da existência. O conceito se baseia em três domínios, começando pelos fatores internos: idade, fisiologia e genoma. Os outros dois são os fatores externos gerais: condições socioeconômicas, aspectos sociodemográficos, local de moradia, entre outros; e externos específicos, como a dieta alimentar, ocupação e estilo de vida.

“O estudo vai nos ajudar a entender o peso das experiências nos primeiros anos de existência na saúde humana. No longo prazo, esperamos desenvolver estratégias e intervenções para reduzir a exposição a essas adversidades” afirmou o principal autor, Stephen Gilman.

Os participantes eram filhos de mulheres que integraram um projeto chamado “Collaborative Perinatal” que cobriu um período de cinco décadas. Foram criadas cinco classificações para as dificuldades enfrentadas: 

Baixa: sem registro de incidente adverso significativo – 48% 

Negligência e castigos físicos ou abusos emocionais provocados pelos pais – 4%  

Instabilidade familiar, como divórcio, morte de pai, mãe ou irmão, mudanças frequentes de residência - 9%  

Pobreza combinada com condições de superlotação de moradia – 21%  

Pobreza combinada com separação dos pais, ajuda assistencial – 19%  

 

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