Câncer de mama também atinge mulheres jovens

No Outubro Rosa, especialista no tratamento da doença alerta para a importância do exame preventivo

seg, 17/10/2022 - 15:43
Ministério da Saúde Outubro Rosa alerta para a incidência do câncer de mama Ministério da Saúde

A cada 11 minutos, uma mulher é diagnosticada com câncer de mama, no Brasil. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de novos casos registrados no País – 66.280 a cada ano do triênio 2020-2022 – corresponde a quase 30% dos tumores em mulheres (sem considerar o câncer de pele não melanoma). Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no Brasil, representando 16% do total de mortes.

 A doença atinge, principalmente, mulheres acima dos 50 anos, mas o aumento da incidência entre mulheres jovens, abaixo de 35 anos, vem chamando a atenção. Nos últimos dois anos, chegou a cerca de 5% dos casos. Historicamente, era de apenas 2%, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

 O aumento da incidência em mulheres jovens é preocupante por algumas razões. Só existe protocolo de rastreamento (medidas que devem ser tomadas mesmo sem sintomas) para mulheres a partir dos 40 anos. A SBM recomenda a mamografia e a consulta com o especialista anualmente. As pesquisas comprovam que esse rastreamento é capaz de salvar vidas, pois assegura o diagnóstico precoce, quando as chances de cura são superiores a 90%.

 Como o rastreamento não é indicado para mulheres com menos de 40 anos, é necessário focar em outras ações. O estudo Amazona, que envolveu pesquisadores de 19 instituições públicas e privadas, mostra que 70% das brasileiras com menos de 35 anos recebem o diagnóstico de câncer de mama nos estágios 2 ou 3, quando as chances de cura e de um tratamento menos agressivo são menores.

“Apesar de as mulheres jovens serem minoria – apesar do crescimento da incidência - não podemos esquecer de que elas têm chances muito maiores de o tumor ser mais agressivo, quando têm câncer na faixa dos 30 anos. Isso significa que elas terão necessidade de fazer um tratamento com mais quimioterápicos, cirurgias maiores e também possuem maiores chances de ter um tumor na outra mama”, destaca o mastologista Fábio Botelho, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO).

 Nesse cenário, a atenção à prevenção primária ganha ainda maior relevância, pois o tipo de prevenção que favorece as mulheres mais jovens é a prevenção primária, que é sinônimo de estilo de vida saudável. Elas precisam saber que alimentação saudável, exercícios físicos regulares e o corte do consumo de bebida alcoólica são medidas que previnem câncer de mama. Muitas pesquisas já comprovaram que obesidade e álcool, por exemplo, aumentam as chances de a mulher ter câncer de mama.

 “As políticas públicas em saúde precisam ser fortemente direcionadas para a prevenção. Precisamos de campanhas sobre medidas preventivas que devem ser tomadas por mulheres com mais de 40 anos, que é a chamada prevenção secundária, que assegura o diagnóstico precoce; e de campanhas que falem de medidas de prevenção primária. Ou seja, de estilo de vida saudável. Isso é fundamental para as mulheres jovens. Se elas se alimentam bem, fazem exercícios físicos regularmente e não consomem álcool, por exemplo, as chances de terem câncer de mama já reduzem consideravelmente”, assegura o médico Fábio Botelho.

Preocupados com esse aumento significativo de casos em mulheres jovens, os especialistas explicam que ainda não há estudos que apontem os motivos com exatidão, mas a hipótese mais provável está relacionada ao estilo de vida moderno.

“Temos boas razões para supor que o atual estilo de vida das brasileiras é decisivo para esse crescimento do câncer de mama entre mulheres mais jovens. Hoje, elas têm um menor número de filhos; optam, geralmente, por uma gestação depois dos 30, 35 anos; possuem, muitas vezes, uma rotina estressante, com dificuldades para ter uma boa alimentação e prática regular de atividade física; além do consumo de álcool, hábito crescente entre as mulheres. Tudo isso tem relação direta com o câncer de mama", explica o mastologista Fábio Botelho, que finaliza: “Precisamos nos dedicar a alertar as mulheres mais jovens sobre a importância da prevenção primária para combater o câncer de mama”

Para mais informações, acesse a biblioteca virtual em sáude, do Ministério da Saúde.

Da assessoria do CTO.

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