Tópicos | Rosa

A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um voto histórico no plenário virtual para descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação.

"A maternidade é escolha, não obrigação coercitiva. Impor a continuidade da gravidez, a despeito das particularidades que identificam a realidade experimentada pela gestante, representa forma de violência institucional", afirmou a ministra.

##RECOMENDA##

É a primeira vez que o posicionamento é defendido no STF fora da análise de um caso concreto, ou seja, como regra geral para toda a sociedade.

O voto da ministra tem 103 páginas e evita tomar partido sobre temas espinhosos, como ética religiosa, valores morais e a controvérsia de quando a vida começa.

Rosa buscou enquadrar o tema a partir de uma perspectiva essencialmente jurídica, com destaque para os direitos da mulher sexuais e reprodutivos da mulher.

A ministra defendeu que a mulher deve ter a prerrogativa de decidir se deseja interromper a gravidez, desde que o procedimento seja realizado dentro do primeiro trimestre de gestação.

A legislação hoje permite o aborto em apenas três situações - violência sexual, risco de morte para a gestante ou feto com anencefalia.

Até o momento, só Rosa Weber votou. O julgamento no STF será retomado no plenário físico, mas não há data para que o tema volta à pauta.

Interlocutores de Rosa Weber avaliam que a presidente do Supremo não queria abrir mão do voto em uma pauta importante para as mulheres, sobretudo por saber que corre o risco de ser sucedida por um mais um homem no STF. A indicação do novo ministro cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apesar as pressões de setores progressistas tem resistido a usar o gênero como critério para filtrar os candidatos.

Entenda em cinco pontos o voto de Rosa Weber

Ética cristã x Estado laico

Rosa afirma no voto que o debate sobre o aborto tem sido guiado pela 'moralidade pública derivada da ética religiosa’, que na avaliação da ministra negligencia o espaço da autonomia privada e o caráter laico do Estado. Ela defende a imparcialidade do poder público diante de 'questões de moralidade e ética pessoal'.

"Cada pessoa tem sua esfera privada moral e ética de como se comportar e agir em sociedade, a partir de convicções próprias e crenças. Contudo, a esfera da moral privada na~o pode ser confundida com a esfera da moral pública, e principalmente com o espaço de atuação do Estado de Direito, na restrição dos direitos fundamentais", diz um trecho do voto.

Direito à vida

A ministra também evita entrar no debate sobre o início da vida. Hoje, há diferentes marcos defendidos, como a partir da concepção, quando o embrião chega ao útero ou com o começo da atividade cerebral.

"A pretensão em resolver a difícil questão de quando a vida começa não pertence ao campo jurídico, tampouco a essa arena jurisdicional. Dessa perspectiva de observação, não se trata de fato constitucional relevante para a solução normativa da presente controvérsia constitucional", defende Rosa.

A abordagem da ministra toma como base o texto da Constituição. Ela afirma que não há referência, em qualquer passagem do texto constitucional, aos não nascidos, seja na condição de embrião ou de feto.

"Nessa linha normativa, o argumento do direito à vida desde a concepção como fundamento para justificar a proibição total da interrupção da gestação, por meio da tutela penal, (...) não encontra suporte jurídico no desenho constitucional brasileiro", pontua a ministra.

Direitos da mulher x direitos do feto

A presidente do STF defende que, se a Constituição não assegura direitos fundamentais ao feto, a decisão da mulher sobre a gestação deve prevalecer.

"A vida humana tem graus de proteção diferentes no nosso ordenamento. Desse modo, a depender do estágio de desenvolvimento biológico do feto, diminui-se o interesse em sua proteção face à precedência da tutela dos direitos da mulher", afirma.

Rosa afirma que a criminalização do aborto, sem restrição, viola os direitos das mulheres à intimidade, à liberdade reprodutiva e à dignidade.

"Não há falar em proteção do valor da vida humana sem igualmente considerar os direitos das mulheres e sua dignidade em estatura de direitos fundamentais e humanos", escreve.

Descriminalização

A presidente do STF também defendeu que a criminalização do aborto é uma solução ‘ilusória’ para o problema.

"A criminalização mostra-se como tutela ineficiente e inadequada na redução do estigma social da discriminação, assim como na conformação das políticas estruturantes do sistema de justiça social reprodutivo, baseado na acessibilidade, na igualdade de oferta e na autonomia da mulher em conduzir o planejamento familiar e seu projeto de vida", diz outro trecho do voto.

Saúde pública

Rosa defendeu que o poder público deve promover e proteger os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e adolescentes a partir da perspectiva da saúde pública. O direito a um procedimento seguro, argumenta a ministra, tende a reduzir os índices de mortalidade materna.

"A tutela integral e efetiva do direito à saúde das mulheres, incluída sua saúde reprodutiva, abarca também o direito ao procedimento seguro da interrupção voluntária da gestação, em seu estágio inicial, como medida precisa para a redução da mortalidade materna", afirma a ministra.

Ela argumentou ainda que as mulheres estão sujeitas a falhas de métodos contraceptivos e, diante desse risco, precisam ter autonomia para decidir seu ‘projeto de vida’: "A falha na contracepção, repito, é fenômeno completamente alheio ao controle da mulher. Ao assim exigir e regulamentar a conduta, impõe-se responsabilidade com restrição excessiva e desmedida sobre a mulher."

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta sexta-feira, 15, seis ações que questionam a manutenção dos direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) após o impeachment.

A ex-presidente perdeu o mandato em 2016, mas o processo de impeachment foi divido, o que permitiu que os senadores votassem de forma autônoma a cassação do cargo, por crime de responsabilidade, e a suspensão dos direitos políticos. O resultado foi que a petista precisou deixar o Palácio do Planalto, mas manteve a prerrogativa de disputar eleições e assumir cargos na administração pública.

##RECOMENDA##

Dilma foi candidata ao Senado em 2018, mas não se elegeu, e hoje é presidente do Novo Banco do Desenvolvimento.

A ministra Rosa Weber, presidente do STF, é relatora dos processos e votou para rejeitar todas as ações. Ela argumentou que o impeachment é um processo político e que o tribunal não deve interferir na decisão do Senado.

"Importa ter presente o resultado das votações para reconhecer a discrepância de quantitativo de votos dados nas primeira e segunda votações, bem como a diversidade dos quesitos postos em votação, a não permitir sejam confundidos ou tomados pelo mesmo objeto. O quórum constitucional foi alcançado para a perda do cargo, enquanto tal não se verificou no que diz com a inabilitação, a afastar a razoabilidade da pretendida substituição, pela via judicial, do mérito realizado no âmbito do próprio Senado Federal", escreveu.

Rosa explicou que, 'em virtude das realidades fática e jurídica da atualidade', não há como determinar que o Senado refaça a votação, de modo que uma decisão do STF para cassar os direitos políticos da ex-presidente atropelaria a deliberação dos senadores.

"Considero que a pretensão de transplantar, tout court, para o quesito referente à supressão dos direitos políticos, o quantitativo de votos obtidos no quesito perda do cargo, implica indevida substituição, per saltum, do mérito da decisão tomada pelo voto", acrescentou.

OS VOTOS DA ROSA WEBER

Os ministros analisam ações que aportaram no tribunal ainda na época do processo de impeachment. Ao todo, são seis mandados de segurança movidos pelo PSL, PSDB e Rede Sustentabilidade, pelo senador Magno Malta (PL-ES), pelo deputado José Medeiros (PL-MT) e pelo ex-senador Álvaro Dias (Podemos-PR) para anular a decisão que manteve os direitos políticos de Dilma e proibir votações separadas em processos de impeachment.

A Constituição estabelece que o presidente do STF conduza o processo de julgamento do Presidente da República por crime de responsabilidade. Na época, o ministro Ricardo Lewandowski, hoje aposentado do Supremo Tribunal Federal, assumiu a função. Foi ele quem autorizou, a pedido da bancada do PT, a votação em duas etapas.

O julgamento sobre os direitos políticos de Dilma ocorre no plenário virtual do Supremo. Nessa modalidade, não há reunião ou debate os ministros. Eles cadastram os votos em uma plataforma online. A votação fica aberta até a próxima sexta, 22. Até o momento, apenas Rosa Weber votou.

Faltam horas para a estreia do live-action da Barbie nos cinemas, e o Google se preparou para essa estreia cor-de-rosa. Para ter uma surpresa, basta pesquisar o termo “Barbie” ou “Margot Robbie” - nome da atriz que irá dar vida a boneca - no serviço de buscas. A página ganhará um novo visual e tema cor-de-rosa e um “efeito mágico da Barbie” piscará por alguns segundos. 

É possível ver a temporária mudança no design tanto no PC desktop quanto em dispositivos mobile Android/iOS. O motivo está relacionado diretamente com o lançamento do filme. Além disso, a mesma coisa acontece ao pesquisar por “Ryan Gosling” - ator que dará vida ao personagem Ken. ‘Barbie” é um dos filmes mis aguardados de 2023 e já garantiu primeiras reações.

##RECOMENDA##

Com o elenco fantástico e direção de Greta Gerwing, o filme chega aos cinemas em 20 de julho.

 

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, se reuniu na noite desta segunda-feira (26) com o presidente da Argentina, Alberto Fernández. O encontro entre Weber e Fernández ocorreu no Salão Nobre da Corte junto com os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, e o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Na reunião, que é aberta, Rosa citou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro que culminaram na depredação das sedes dos três Poderes.

##RECOMENDA##

O encontro faz parte da visita de Estado de Fernández ao Brasil. Mais cedo, ele se encontrou com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

No início da tarde desta terça-feira (4), a governadora Raquel Lyra recebeu a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, no Palácio do Campo das Princesas, na área central do Recife. Na ocasião, a governadora e a ministra assinaram a adesão do estado à Política Nacional de Trabalho no âmbito do Sistema Prisional (PNAT), instituída pelo decreto nº 9.450, de 24 de julho de 2018, que visa promover a ampliação e qualificação da oferta de vagas de trabalho, ao empreendedorismo e à formação profissional das pessoas presas e egressas do sistema prisional.

“É uma forma de restabelecer os parâmetros de convivência em nossa sociedade. Todos sabemos que o sistema  prisional brasileiro está longe de proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado, como prevê o texto legal. A quilômetros se encontra a realidade daquilo que prevê nossas normativas”, declarou Weber, durante seu pronunciamento.

##RECOMENDA##

De acordo com a ministra, a PNAT prevê ações afirmativas para pessoas presas e egressas do sistema prisional, articulando vagas de contratação e qualificação profissional. No âmbito jurídico, a política é reproduzida pela resolução 313 de 17 de novembro de 2019, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que prevê os procedimentos, as diretrizes, o modelo institucional e a metodologia de trabalho para sua implantação.

“Além da importante da adesão do Governo do Estado de Pernambuco, a ação nacional coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça também conta com a profícua participação e articulação de dez instituições públicas locais que se comprometeram e vão passar a enfrentar os desafios estruturais que caracterizam o estado de coisas inconstitucional que domina os cárcere brasileiros, a nossa tragédia nacional”, acrescentou Weber.

Grupo de trabalho interinstitucional

Na ocasião, também foi instituído um grupo de trabalho interinstitucional para implementação do Plano Estadual da Política Estadual da Pessoa Privada de Liberdade e Egressa do Sistema Prisional, formalizado por meio de termo de cooperação técnica.

A governadora Raquel Lyra reconheceu que Pernambuco vive uma situação “caótica” em seus presídios e possui o pior sistema penitenciário do país. “Não podemos falar de quebra do ciclo de violência se a gente não consegue garantir condições mínimas de dignidade de trabalho para aqueles que estão privados de liberdade no sistema penitenciário e no sistema socioeducativo, homens e mulheres. E, por isso, a importância de no dia de hoje assinar documentos importantes, que vão trabalhar uma estratégia de colocar o sistema penitenciário de Pernambuco em outro patamar, garantindo ressocialização, condições dignas de trabalho, remissão de pena e inclusão no mercado de trabalho para aqueles que forem devolvidos à convivência comunitária”, afirmou.

Autoridades

Estiveram presentes para firmar o compromisso o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Luiz Carlos Figueiredo, o chefe administrativo da Procuradoria da República no Estado de Pernambuco, Alfredo Carlos Gonzaga, o procurador geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, Marcos Antonio, a procuradora chefe do Ministério Público do Trabalho, Ana Carolina Ribeiro, o presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, Fernando Braga Damasceno, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, André Guimarães, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª região, Nise Sousa, a chefe da Defensoria Pública da União no Recife, Ana Carolina Erhardt, o  defensor público geral do Estado de Pernambuco, Henrique Seixas e a  superintendente regional do Trabalho e Emprego em Pernambuco, Suzy Rodrigues.

Na campanha eleitoral de 2022, o então candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, mais de uma vez, que nunca havia indicado "um amigo" para o Supremo Tribunal Federal (STF). Era uma crítica ao então presidente Jair Bolsonaro, que nomeou o ex-ministro da Justiça André Mendonça para a Corte. No entanto, Lula, agora presidente pela terceira vez, terá de enfrentar a questão ética que imputou ao antecessor, pois seu advogado pessoal, Cristiano Zanin, desponta como um potencial candidato.

O petista tem restringido ao máximo as conversas sobre o substituto do ministro Ricardo Lewandowski, que faz 75 anos em maio deste ano - além dele, a presidente da Corte, Rosa Weber, também vai deixar a toga neste ano, em outubro. Segundo aliados do petista, Zanin só não será contemplado caso recuse a oferta. A atuação na Operação Lava Jato e a derrubada das decisões de Sérgio Moro, segundo relatos, credenciaram o advogado ao círculo mais restrito do presidente.

##RECOMENDA##

Durante as eleições, Zanin atuou como coordenador jurídico da campanha, articulou encontros de Lula com os ex-governadores de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton (PSB), e foi anfitrião de um encontro com o economista e professor da Universidade de Columbia Jeffrey Sachs.

Após a eleição, foi nomeado na transição como o responsável pela elaboração de um relatório sobre a área de cooperação jurídica internacional. O documento sugere, por exemplo, a derrubada de uma portaria editada em 2005, no governo Lula, que permite ao Ministério Público Federal uma cooperação "informal" com órgãos estrangeiros. Questionamentos sobre este procedimento foram levantados diversas vezes por Zanin e outros advogados na Lava Jato.

Ainda no fim de 2022, Lula perguntou a Zanin se gostaria de integrar o governo. Ao declinar da proposta, o advogado disse que permaneceria atuando no sistema de Justiça. Ele seguiu com seu escritório, com sede nos Jardins, em São Paulo.

A atuação de Zanin na defesa de Lula, no entanto, lhe rendeu contratempos. Recentemente, foi ameaçado no aeroporto de Brasília. A OAB procurou Zanin para representá-lo criminalmente.

Currículo

Zanin nasceu em Piracicaba (SP) e tem 47 anos. Formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Iniciou a carreira a convite do professor Eduardo Arruda Alvim para integrar o escritório do pai, o falecido desembargador José Manoel de Arruda Alvim Neto. Começou a carreira na área de telecomunicações, e em casos relativos a planos econômicos no fim dos anos 1990.

Em um destes casos, fez parceria com a advogada Valeska Teixeira, que trabalhava para uma das grandes bancas de advocacia de São Paulo. Começaram a namorar no início dos anos 2000, quando Zanin se tornou sócio de Valeska e de seu pai, o advogado Roberto Teixeira. Compadre de Lula, Teixeira foi, por muitos anos, um influente aliado do petista. Zanin e Valeska são casados e têm três filhos.

Foi em um sítio de Teixeira que o presidente morou nos anos 1980 sem pagar aluguel. O filho de Lula, Luis Cláudio, afilhado do advogado, também morou de graça em um apartamento de uma empresa que tem Teixeira como sócio. No escritório do compadre de Lula, por exemplo, foi lavrada a compra do sítio de Atibaia, em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna. O imóvel foi alvo da Lava Jato e Lula chegou a ser condenado no caso - mas a decisão foi anulada.

Até a Lava Jato, Zanin havia convivido com Lula só em festas familiares, levado pelo sogro. Hoje, em razão de briga societária e pessoal, Teixeira e Zanin estão rompidos. Valeska e o pai também cortaram relações.

Apesar de ter o rosto conhecido da defesa de Lula na Lava Jato, foi em brigas societárias, arbitragens e disputas empresariais que o advogado fez carreira. Atualmente, faz parte da equipe que defende a J&F na renegociação de acordo leniência e em uma disputa que envolve R$ 15 bilhões.

Buscas

Ao atuar nesse caso, Zanin chegou a ser alvo de buscas e apreensões. À época, em 2020, já era advogado de Lula. A Operação Lava Jato de Curitiba também grampeou e fez relatórios, em tempo real, sobre horas de conversas do ramal da banca.

Assim como nas grandes brigas societárias, foi a partir da desconstrução de seus adversários que Zanin obteve a vitória mais significativa para Lula, quando o Supremo declarou a parcialidade de Moro.

O advogado é autor de um livro sobre lawfare, termo em inglês usado para classificar o uso do sistema de Justiça para perseguição política. A expressão que dá nome ao livro foi repetida em centenas de petições do advogado na cruzada para derrubar processos contra Lula com base na declaração de suspeição do juiz. Chegou a entregar a obra ao papa Francisco e ao ex-juiz italiano Gerardo Colombo, que atuou na Operação Mãos Limpas, responsável por investigar a corrupção em obras públicas na Itália. Antes entusiasta da Lava Jato, Colombo hoje é um crítico de sua politização.

Disputa por vaga reúne nomes críticos à Lava Jato

A atuação nos casos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nas disputas empresariais dão a Cristiano Zanin trunfos para uma eventual indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, além de ser visto como um candidato jovem, ele não tem o mesmo estofo acadêmico de outros nomes que aparecem cotados. Alguns deles também gozam de certa proximidade com Lula, ou, no mínimo, do apoio de juristas ligados ao presidente.

Primeiro ministro a deixar uma vaga aberta, Ricardo Lewandowski será ouvido pelo presidente a respeito de sua sucessão. O Estadão apurou que ele não deve patrocinar um nome abertamente, mas vai definir um perfil. O critério primordial é que seja um jurista que não tenha medo de adotar posições opostas à maioria dos colegas e até mesmo vistas como impopulares. O currículo acadêmico também pesará.

O professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Pedro Serrano é um dos destaques da lista. Crítico da Lava Jato, Serrano é autor de livros sobre a "espetacularização" do Judiciário e a respeito do "autoritarismo" da Justiça no processo penal. Atualmente, é sócio da banca Warde Advogados, um escritório em São Paulo que abriga personagens como o ex-diretor-geral da Polícia Federal Leandro Daielo e o ex-CGU Valdir Simão.

Serrano tem proximidade com Lula. Antes e durante a campanha, promoveu jantares em sua casa com o petista, o então candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) e advogados.

Na lista, está também Lenio Streck, de 67 anos, procurador de Justiça aposentado, professor de Hermenêutica e Direito Constitucional. De perfil garantista, e também ligado ao Prerrogativas, grupo de advogados que despontou criticando a Lava Jato, ostenta o currículo de maior peso do ponto de vista acadêmico.

Autor de mais de 60 livros, é um dos mais citados acadêmicos em Direito Constitucional do País. Na condição de amicus curiae, Lenio foi um dos advogados no julgamento que derrubou a prisão após segunda instância, em 2020. Entre os beneficiários estava Lula, então preso na Lava Jato.

Ex-secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF nas gestões de Lewandowski, o advogado Manoel Carlos de Almeida Neto também está no páreo. Ele foi professor da USP até 2022 e é autor de diversos livros - o mais recente, sobre as Constituições Brasileiras.

Conheceu o ministro ainda como aluno de Direito e foi convidado por ele para o STF logo quando assumiu uma cadeira na Corte. É diretor jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Mestre pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutor e pós-doutor em Direito Constitucional pela USP, é o mais jovem dos candidatos. Tem 43 anos.

Coalizão

Cientistas políticos afirmam que as indicações de Lula ao STF dependerão da coalizão formada pelo governo no Senado - responsável por endossar, ou não, a escolha. O cenário de mais vagas em disputa pode beneficiar o governo na escolha de um ministro alinhado aos interesses do Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), relatora de ações que contestam a execução do orçamento secreto, votou pela inconstitucionalidade do esquema. No seu entendimento, a utilização de emendas de relator subverte o regramento constitucional do orçamento. "Trata-se de verdadeiro regime de exceção ao orçamento da União", destacou a ministra.

Ela foi a primeira e única a votar no julgamento que avalia quatro ações, propostas pelo PSOL, Cidadania, Rede e PSB, que contestam as emendas de relator. A análise será retomada amanhã para os votos dos demais ministros.

##RECOMENDA##

A magistrada propôs que as emendas de relator-geral devem servir, apenas, à correção de erros e omissões no orçamento. Ela também votou no sentido de determinar a publicização dos dados referentes aos serviços, obras e compras realizadas com verbas públicas e a identificação dos respectivos solicitadores e beneficiários em até 90 dias.

O sistema, usado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para aumentar sua base de apoio no Congresso, transfere às cúpulas da Câmara e do Senado o poder de distribuir bilhões a estados e municípios. De acordo com a ministra, as emendas de relator são executadas "à margem da legalidade" e evidenciam "verdadeiro desvio de fidelidade na liberação de recursos".

Rosa também destacou que a execução das emendas leva à "desestruturação de serviços e políticas públicas essenciais", serve a interesses pessoais e eleitorais, e subverte a lógica da harmonia entre poderes ao deixar o Executivo à mercê do Congresso.

"As emendas de relator têm servido a propósitos patrimonialistas, de acomodação de interesses de cunho personalístico, viabilizando a congressistas a oportunidade de definir o destino da cota ou do quinhão que lhe cabe na partilha do orçamento, sem o encargo de comprovar a pertinência da despesa reivindicada com as prioridades e metas federais", afirmou.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal retomou na tarde desta quarta-feira, 14, o julgamento sobre a constitucionalidade do orçamento secreto, esquema operado a partir das emendas de relator-geral do orçamento (RP-9) e revelado pelo Estadão. Na sessão da última quarta, 7, o governo Jair Bolsonaro e o Congresso se uniram na defesa do instrumento montado em 2020, em troca de apoio dos parlamentares. Agora, os ministros do Supremo dão início à efetiva discussão sobre as ações que questionam o orçamento secreto, com a apresentação do voto da relatora, ministra Rosa Weber.

No início da sessão plenária desta quarta-feira, 14, a ministra Rosa Weber informou que os ministros da Corte máxima receberam, do Congresso Nacional, um ofício tratando do projeto de resolução com novas regras para a distribuição das emendas do relator.

##RECOMENDA##

Segundo as informações passadas à ministra, o projeto suprime a possibilidade de indicação de emenda por usuário externo, estabelece a destinação obrigatória de 50% das emendas para ações de saúde ou assistência social, e trata da observância de critérios de proporcionalidade nas indicações.

O Congresso ainda destacou no texto que as emendas utilizadas no orçamento secreto não serão tornadas impositivas, com o objetivo de preservar a prerrogativa do governo de decidir quando executar o pagamento das demandas parlamentar.

Rosa cumprimentou o parlamento pela iniciativa que, segundo a ministra, demonstra a 'abertura ao saudável e democrático diálogo interinstitucional'. Por outro lado, a magistrada destacou que a preocupação do Congresso em se debruçar sobre o tema para ampliar a transparência das emendas, estabelecendo critérios de proporcionalidade e impessoalidade na execução dos valores, 'confirma a adequação' da decisão do Supremo que chegou a suspender os pagamentos até que fosse dado publicidade aos valores. Ainda de acordo com Rosa, a movimentação também 'confirma a impropriedade do sistema então praticado'.

Como mostrou o Estadão, há uma expectativa de que, na sessão desta quarta-feira, 14, Rosa Weber defenda que a falta de transparência do orçamento secreto é inconstitucional. O posicionamento foi ventilado entre assessores próximos da magistrada. Além disso, a ministra deve avaliar em sua manifestação a forma com que os recursos públicos são distribuídos entre os parlamentares por meio do relator do orçamento - atualmente, tal distribuição se dá sem qualquer critério técnico.

O ministro Luiz Fux, que presidiu a Corte até setembro deste ano, disse nesta quarta ao se encaminhar para o plenário que a votação terminará amanhã. Servidores do Supremo acreditam que são baixas as chances de algum magistrado pedir vista neste processo. Caso o julgamento não se encerre, de fato, amanhã os ministros ainda terão a sessão extraordinária da próxima sexta-feira, 16, quando será realizado o evento de encerramento do ano no Poder Judiciário.

O que o Supremo analisa são os questionamentos feitos por quatro partidos da oposição ao esquema que distribuiu R$ 53,5 bilhões desde 2020, quando foi montado. As legendas apontam violação de uma série de princípios fundamentais - impessoalidade, eficiência, moralidade, legalidade, transparência, controle social das finanças públicas e isonomia - além de lesão às próprias regras constitucionais das emendas parlamentares.

Desde que as primeiras ações aportaram no Supremo, em junho de 2021, o Supremo já proferiu decisões sobre o orçamento secreto. A corte chegou a suspender os repasses, exigindo transparência na distribuição dos recursos. Depois, a corte máxima liberou as verbas, após o Congresso editar normas a pretexto de dar publicidade aos pagamentos.

Um ano após os questionamentos, agora o Supremo vai decidir se derruba ou não o esquema, analisando o mérito dos pedidos feitos pela oposição. As legendas reforçaram as alegações de inconstitucionalidade do esquema. Do outro lado, o Congresso já começou a se precaver e começou a articular projeto para mudar as regras do orçamento secreto, prevendo a distribuição dos recursos proporcionalmente ao tamanho dos partidos na Câmara e no Senado.

Logo antes de ser iniciada a primeira sessão oficial do julgamento sobre o orçamento secreto - marcada por sustentações orais - o Congresso sustentou que as emendas de relator não violam qualquer preceito fundamental, alegando que as indicações dos repasses 'representam a síntese de decisões de política orçamentária no âmbito do Congresso Nacional que observam os pressupostos constitucionais, legais e regimentais.'

Rosa Parks foi uma cidadã norte-americana que marcou sua época na década de 1950 como um símbolo de resistência contra o racismo e pela luta por direitos civis. Parks ficou famosa por realizar um ato de desobediência civil, quando se recusou a ceder seu assento em um ônibus público para um homem branco, no Alabama.

A ação de Parks repercutiu em nível nacional e deu início a um forte movimento de luta por direitos civis dos negros dos Estados Unidos, elevando à cena pública personalidades históricas como Martin Luther King Jr. 

##RECOMENDA##

A segregação racial foi uma constante na vida de Rosa. Desde criança, teve de lidar com os estigmas e preconceitos de sua época. Em sua fase escolar, ia ao colégio a pé, uma vez que os ônibus escolares, que eram exclusivos para alunos brancos. Essa foi uma de suas primeiras experiências negativas e contato com o racismo muito presente na sociedade norte-americana à época.

Rosa Parks não foi pioneira em suas ações, pois a luta por direitos civis já era presente no debate público norte-americano. Entretanto, suas ações serviram de catalisador que mobilizou a população negra dos Estados Unidos a posicionar-se contra a segregação racial.

Parks sofreu diversas ameaças a sua vida e acabou sendo demitida. Para proteger-se e garantir seu anonimato, ela se mudou para Detroit, onde passou o resto de sua vida. O engajamento da população negra deu certo e, um ano depois, a segregação racial em ônibus foi proibida pela Suprema Corte do país. Além disso, suas ações tensionaram a luta contra o racismo nos Estados Unidos, que permaneceu muito forte durante toda a década de 1960.

Em Detroit, Rosa refez sua vida. No estado, trabalhou durante seus últimos anos para John Convers, um congressista negro, na função de secretária. Durante as décadas seguintes, a ativista permaneceu diretamente ligada à luta contra o racismo nos Estados Unidos, se aposentando oficialmente em 1988.

Em 1999, recebeu uma das maiores homenagens dos Estados Unidos, a Medalha de Ouro do congresso norte-americano. Essa foi uma forma que o governo de Clinton viu para reconhecer as contribuições de Rosa Parks para a promoção da justiça racial nos Estados Unidos. Parks permaneceu casada com seu marido até 1977 e eles nunca tiveram filhos. Rosa faleceu no dia 24 de outubro de 2005, em Detroit.

A cada 11 minutos, uma mulher é diagnosticada com câncer de mama, no Brasil. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de novos casos registrados no País – 66.280 a cada ano do triênio 2020-2022 – corresponde a quase 30% dos tumores em mulheres (sem considerar o câncer de pele não melanoma). Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no Brasil, representando 16% do total de mortes.

 A doença atinge, principalmente, mulheres acima dos 50 anos, mas o aumento da incidência entre mulheres jovens, abaixo de 35 anos, vem chamando a atenção. Nos últimos dois anos, chegou a cerca de 5% dos casos. Historicamente, era de apenas 2%, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

##RECOMENDA##

 O aumento da incidência em mulheres jovens é preocupante por algumas razões. Só existe protocolo de rastreamento (medidas que devem ser tomadas mesmo sem sintomas) para mulheres a partir dos 40 anos. A SBM recomenda a mamografia e a consulta com o especialista anualmente. As pesquisas comprovam que esse rastreamento é capaz de salvar vidas, pois assegura o diagnóstico precoce, quando as chances de cura são superiores a 90%.

 Como o rastreamento não é indicado para mulheres com menos de 40 anos, é necessário focar em outras ações. O estudo Amazona, que envolveu pesquisadores de 19 instituições públicas e privadas, mostra que 70% das brasileiras com menos de 35 anos recebem o diagnóstico de câncer de mama nos estágios 2 ou 3, quando as chances de cura e de um tratamento menos agressivo são menores.

“Apesar de as mulheres jovens serem minoria – apesar do crescimento da incidência - não podemos esquecer de que elas têm chances muito maiores de o tumor ser mais agressivo, quando têm câncer na faixa dos 30 anos. Isso significa que elas terão necessidade de fazer um tratamento com mais quimioterápicos, cirurgias maiores e também possuem maiores chances de ter um tumor na outra mama”, destaca o mastologista Fábio Botelho, do Centro de Tratamento Oncológico (CTO).

 Nesse cenário, a atenção à prevenção primária ganha ainda maior relevância, pois o tipo de prevenção que favorece as mulheres mais jovens é a prevenção primária, que é sinônimo de estilo de vida saudável. Elas precisam saber que alimentação saudável, exercícios físicos regulares e o corte do consumo de bebida alcoólica são medidas que previnem câncer de mama. Muitas pesquisas já comprovaram que obesidade e álcool, por exemplo, aumentam as chances de a mulher ter câncer de mama.

 “As políticas públicas em saúde precisam ser fortemente direcionadas para a prevenção. Precisamos de campanhas sobre medidas preventivas que devem ser tomadas por mulheres com mais de 40 anos, que é a chamada prevenção secundária, que assegura o diagnóstico precoce; e de campanhas que falem de medidas de prevenção primária. Ou seja, de estilo de vida saudável. Isso é fundamental para as mulheres jovens. Se elas se alimentam bem, fazem exercícios físicos regularmente e não consomem álcool, por exemplo, as chances de terem câncer de mama já reduzem consideravelmente”, assegura o médico Fábio Botelho.

Preocupados com esse aumento significativo de casos em mulheres jovens, os especialistas explicam que ainda não há estudos que apontem os motivos com exatidão, mas a hipótese mais provável está relacionada ao estilo de vida moderno.

“Temos boas razões para supor que o atual estilo de vida das brasileiras é decisivo para esse crescimento do câncer de mama entre mulheres mais jovens. Hoje, elas têm um menor número de filhos; optam, geralmente, por uma gestação depois dos 30, 35 anos; possuem, muitas vezes, uma rotina estressante, com dificuldades para ter uma boa alimentação e prática regular de atividade física; além do consumo de álcool, hábito crescente entre as mulheres. Tudo isso tem relação direta com o câncer de mama", explica o mastologista Fábio Botelho, que finaliza: “Precisamos nos dedicar a alertar as mulheres mais jovens sobre a importância da prevenção primária para combater o câncer de mama”

Para mais informações, acesse a biblioteca virtual em sáude, do Ministério da Saúde.

Da assessoria do CTO.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou arquivar nesta sexta-feira (3) a investigação contra o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), por supostas propinas do grupo J&F.

A decisão respeita o posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR). A vice-procuradora-geral Lindôra Araújo disse que não há provas dos pagamentos e encerrou o inquérito no mês passado.

##RECOMENDA##

Pela jurisprudência do STF, quando o Ministério Público Federal, que é o titular da investigação, conclui uma apuração sem oferecer denúncia, é de praxe que os ministros promovam o arquivamento do caso.

Com a decisão, o inquérito foi enviado ao Tribunal de Justiça do Piauí para distribuição a um juiz criminal de primeira instância, que deverá decidir a situação dos demais investigados sem direito a foro privilegiado.

O parecer da PGR contrariou as conclusões da Polícia Federal (PF), que apontou crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No relatório final da investigação, o delegado federal Rodrigo Borges Correia concluiu que o ministro teria recebido repasses da J&F em troca do apoio do Progressistas à campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Ciro Nogueira dirige o partido por quase uma década e foi aliado dos governos petistas até o impeachment de Dilma.

A Polícia Federal concluiu que, além de R$ 40 milhões em doações eleitorais para o PP regularmente declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ciro Nogueira recebeu outros R$ 5 milhões em dinheiro vivo. Os valores teriam sido repassados através do supermercado Comercial Camargo, que fica em Teresina, no Piauí, para o irmão do político.

O ponto de partida da investigação foi a delação premiada do empresário Joesley Batista, dono da J&F, e do executivo Ricardo Saud, que foi diretor de relações institucionais do grupo. A PGR disse que não foram encontrados elementos para corroborar a versão dos delatores.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quinta-feira, 2, para declarar inconstitucional uma série de artigos previstos pelo novo marco legal do saneamento, acompanhando a posição do ministro Edson Fachin. Contra a posição dos dois ministros, cinco integrantes da Corte já votaram pela manutenção integral da lei. Quem vota agora é a ministra Cármen Lúcia.

No voto seguido por Rosa Weber, Fachin se manifestou pelo retorno dos contratos de programa - fechados sem licitação entre prefeituras e as estatais de saneamento.

##RECOMENDA##

Antes de Rosa Weber, o ministro Luís Roberto Barroso votou para manter o novo marco legal do saneamento. "A universalização dos serviços de saneamento tem que ser uma obsessão nacional", disse Barroso. "O saneamento básico é a principal política de saúde preventiva conforme parâmetro mundialmente aceito. Por combinar política de saúde pública, proteção ambiental e condições mais dignas de vida, uma política pública ambiciosa e abrangente deve ser opção prioritária para o país", afirmou.

O principal pilar do novo marco legal é permitir uma entrada mais forte de empresas privadas no fornecimento dos serviços de água e esgoto à população. O modelo anterior, concentrado em empresas públicas, foi considerado fracassado ao deixar relevante parte da população desatendida.

Em seu voto, Barroso constatou que a gestão pública não tem os recursos necessários para atender as necessidades do saneamento. "É indispensável a superação do preconceito contra a iniciativa privada", disse o ministro, para quem a imposição de concorrência para a delegação dos serviços e a vedação dos contratos de programa - fechados sem licitação - atendem a Constituição.

"O status quo que já vinha há muito tempo estabilizou o País em padrões muito insatisfatórios. Portanto, incentivos à concorrência mediante licitação e atração de capitais privados é mudança do paradigma adotado até aqui, com o qual estamos infelizes", afirmou Barroso. "O investimento privado em saneamento básico deve ser a mudança de paradigma".

Os senadores Randolfe Rodrigues e Humberto Costa enviaram à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, pedido para adoção de medidas "pertinentes" sobre descumprimento à decisão que suspendeu a distribuição de emendas de relator - mecanismo do orçamento secreto - esquema de sustentação do governo Jair Bolsonaro no Congresso, revelado pelo Estadão.

Os parlamentares levantam a possibilidade de aplicação de multa pessoal, apuração do descumprimento da decisão judicial e até eventual responsabilização do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, "na qualidade de gestor político do orçamento secreto", e do presidente Jair Bolsonaro e ministros de Estado apontados como "responsáveis pela operacionalização" dos repasses.

##RECOMENDA##

O descumprimento mencionado pelos senadores diz respeito a eventos de empenho, liquidação e pagamento - três etapas da execução do orçamento - com recursos das emendas de relator realizados entre os últimos dias 6 e 9 deste mês. Os atos são posteriores à decisão liminar de Rosa que suspendeu os repasses do orçamento secreto.

Segundo os parlamentares, consulta ao Portal da Transparência do Governo Federal indica que, em tal período, o valor total de ordens bancárias ligadas às emendas do relator foi de R$ 5.012.622,26. Os senadores dizem ainda que os eventos identificados envolvem órgãos como os Ministérios do Desenvolvimento Regional, da Saúde, da Defesa e da Cidadania.

A petição foi apresentada ao STF nesta sexta-feira, 12, três dias depois de o Supremo Tribunal Federal ratificar, por 8 votos a dois, decisão da ministra Rosa Weber que suspendeu, integral e imediatamente, a distribuição de emendas de relator até o final de 2021. Ainda foi determinado que o governo dê "ampla publicidade" aos ofícios encaminhados por parlamentares em 2020 e 2021 para alocação dos recursos em seus redutos eleitorais.

Os valores destinados a esta modalidade neste ano somam R$ 18,5 bilhões. Como revelou o Estadão, o governo liberou R$ 1,2 bilhão em recursos do orçamento secreto para garantir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios em primeiro turno na Câmara.

Em outra esfera, o Tribunal de Contas da União também foi acionado nesta sexta-feira, 12, em razão do orçamento secreto. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado enviou representação para que a corte identifique e afaste os "responsáveis", no âmbito do Governo Federal, pela execução das emendas relator. Considerando a falta de transparência e de critério envolvendo os repasses, Furtado aponta "grave falha" na execução das emendas, destacando que os responsáveis por tal processo "deveriam ter se negado a praticar ou impedido" tais atos.

Nesta terça-feira (14), a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) inicia uma obra de recuperação do sistema de drenagem da Avenida Rosa e Silva, nas imediações do shopping ETC, no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife. O trabalho tem o objetivo de substituir tubos e canos que passam pela via, bem como de ampliar as caixas coletoras de água das chuvas.

O serviço começará pela Rua Desembargador Martins Pereira e durará cerca de 25 dias. De acordo com a Emlurb, agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) trabalharão para orientar o tráfego no local.

##RECOMENDA##

Mudança no Trânsito

Para que a obra seja viabilizada, a CTTU realizará a interdição da Rua Desembargador Martins Pereira na altura da Rua Teles Junior. Os condutores deverão seguir pela Rua Ricardo Hardman para acessar a Avenida Conselheiro Rosa e Silva. 

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender a tramitação da notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por suposta prevaricação até o fim dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Em despacho publicado no fim da noite dessa quinta-feira (1º), a magistrada determinou a "reabertura de vista dos autos" - ou seja, a análise do processo por parte do Ministério Público.

Na decisão, Rosa Weber defende que a PGR "desincumbiu-se de seu papel constitucional" ao pleitear o adiamento da decisão sobre autorizar a abertura de investigação contra Bolsonaro ou não. "A instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito não inviabiliza a apuração simultânea dos mesmos fatos por outros atores", entendeu a ministra. "No desenho das atribuições do Ministério Público, não se vislumbra o papel de espectador das ações dos Poderes da República", acrescentou.

##RECOMENDA##

A notícia-crime contra Bolsonaro foi protocolada no STF pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO), na última segunda-feira. Os parlamentes argumentam que o chefe do Planalto cometeu crime de prevaricação ao não determinar a abertura de investigação sobre a compra da Covaxin, vacina indiana contra a Covid-19, após receber uma denúncia de supostas ilegalidades nessa aquisição por parte do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Roberto Miranda, servidor de carreira no Ministério da Saúde. Como mostrou o Estadão/Broadcast Político, o contrato de compra do imunizante foi fechado a um valor 1.000% maior do que o informado pela própria fabricante seis meses antes.

Rosa Weber foi sorteada relatora do caso na Suprema Corte e encaminhou o pedido de abertura de inquérito à cúpula do Ministério Público no mesmo dia, como é de praxe.

Agora, a notícia-crime está nas mãos do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, uma das opções de Bolsonaro para assumir a vaga de Marco Aurélio Mello no STF. O favorito para o posto é o Advogado-Geral da União (AGU), André Mendonça, que tem o perfil "terrivelmente evangélico" buscado pelo presidente. Ele tem enfrentado dificuldades, contudo, para angariar apoio no Senado, responsável por aprovar a indicação.

Sasha Meneghel Szafir decidiu iniciar a semana com muito estilo. A filha da apresentadora Xuxa compartilhou na sua conta do Instagram o resultado do seu mais novo visual. Nas imagens postadas no feed e stories do Instagram, a jovem aparece com o cabelo rosa. Assim que fez a postagem na rede social, ela recebeu a aprovação dos seus seguidores e de famosos.

[@#video#@]

##RECOMENDA##

Nomes como Isis Valverde e Fabiana Karla rasgaram seda para a mudança das madeixas de Sasha. Recentemente, ela lançou em parceria com Cantão sua coleção-cápsula de peças jeans. Sasha chegou a se emocionar ao ver a mãe divulgando suas roupas nas redes sociais: "Eu te amo tanto, minha loira. Você não sabe quão feliz eu fico de ver você usando o que eu desenhei, o que sonhei e criei".

Xuxa se derreteu ao mostrar para os fãs o trabalho da filha. Ela escreveu: "Você é o meu orgulho. Te amo eternamente, sua coleção é a sua cara: linda". As roupas assinadas por Sasha Meneghel são limitadas, e custam entre R$ 259 e R$ 599. Ela concluiu o curso de design de moda no ano passado, em Nova York.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu, nessa segunda-feira (12), trechos de quatro decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro para ampliar o acesso a armas e munições no País. Os dispositivos entrariam em vigor nesta terça (13) e serão discutidos pelo plenário virtual da Corte nesta semana.

As mudanças promovidas por Bolsonaro em fevereiro elevaram o número máximo de armas de uso permitido para pessoas com Certificado de Registro de Arma de Fogo (subiu de quatro para seis unidades), permitiram o porte nacional de armas e também abriram a possibilidade de substituição do laudo de capacidade técnica - exigido por lei - por um "atestado de habitualidade" emitido por clubes de tiro.

##RECOMENDA##

Em decisão, Rosa afirma que defere a liminar para suspender as mudanças "para conferir segurança jurídica às relações disciplinadas pelo Estatuto do Desarmamento e reguladas pelos decretos presidenciais questionados, em face da relevância da matéria e das repercussões sociais decorrentes da implementação executiva de tais atos normativos".

Em relação à norma que ampliou o número máximo de armas permitido para agentes de segurança (que subiu de seis para oito), Rosa afirmou que o decreto de Bolsonaro leva a uma "inversão do ônus da prova" na medida em que a aquisição das armas é condicionada a "efetiva necessidade".

"Efetiva é a circunstância realmente presente, concreta, atual. Não se pode, por meio de ato normativo subalterno, ressignificar o conteúdo jurídico dessa expressão normativa para torná-la sinônimo de algo suposto, hipotético, aparente, ficto", afirmou a ministra. "Além disso, os militares e agentes de segurança pública já utilizam as armas fornecidas pela própria instituição, não havendo motivo razoável para adquirirem, além das armas funcionais, também um arsenal de até oito armas pessoais, inclusive de repetição. Tudo isso sem qualquer comprovação sobre os motivos da aquisição ou as finalidades para as quais serão utilizadas".

Rosa também frisou que a mudança tornaria a atuação de controle de armas pela Polícia Federal em ‘uma simples competência homologatória’.

"Os agentes policiais e militares, entre outros agentes de segurança, exercem atividades funcionais que, muitas vezes, exigem o porte simultâneo de várias armas. Essa necessidade resulta da própria dinâmica das operações e dos desafios inerentes às suas funções", afirmou a ministra. "O cidadão comum, no entanto, somente em caráter excepcional e no exercício do direito de legítima defesa pode se valer de arma de fogo para defender a própria vida ou o patrimônio. Parece-me irrazoável e desproporcional conferir a pessoas comuns, acaso sem treinamento adequado, a faculdade de portar armas em quantidade equiparável àquela utilizada por militares ou policiais em suas atividades funcionais".

O Planalto alega que as mudanças foram pensadas para "desburocratizar procedimentos" e evitar "entraves desnecessários" à prática do tiro desportivo. "Para se conseguir comprar uma arma de fogo é necessário 'investir tempo e dinheiro', sendo que levam meses até se conseguir todos os registros e autorizações necessários", escreveu a Secretaria-Geral da Presidência, em ofício enviado ao Supremo pela AGU.

No mês passado, o procurador-geral da República Augusto Aras propôs uma audiência pública no Supremo para discutir o tema. "Presta-se, pois, a dois propósitos: primeiro, subsidiar a Corte com informações técnicas sobre as questões em análise; e segundo, propiciar que tais informações sejam exaustivamente debatidas e questionadas pelos atores participantes das audiências", argumentou Aras.

Veja algumas mudanças contestadas:

Decreto nº 10.627

Exclusão de uma série de itens da lista de Produtos Controlados pelo Exército (PCE); permissão para a prática de tiro recreativo de natureza não esportiva, com arma do clube ou do instrutor.

Decreto nº 10.628

Aumento do número máximo de armas de uso permitido para pessoas com Certificado de Registro de Arma de Fogo de quatro para seis unidades.

Decreto nº 10.629

Possibilidade de substituir o laudo de capacidade técnica - exigido pela legislação para colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) - por um ‘atestado de habitualidade’ emitido por clubes ou entidades de tiro; autorização para CACs comprovarem aptidão psicológica com laudo fornecido por qualquer psicólogo com registro ativo em Conselho Regional de Psicologia, sem exigência de credenciamento pela Polícia Federal.

Decreto nº 10.630

Permissão para o porte de duas armas simultaneamente; porte passa a ter validade nacional.

Com 18 anos completados recentemente, a apresentadora Maísa chamou atenção dos seguidores nas suas redes sociais ao postar fotos com um maiô rosa quase fluorescente na beira da piscina e da praia do Toque, em São Miguel dos Milagres, Alagoas.

Fazendo poses, a ex-estrela mirim do SBT arrancou elogios dos seguidores e de famosos com sua postagem. “Um pontinho rosa no paraíso”, brincou Maísa.

##RECOMENDA##

Com pouco mais de 20 minutos, a postagem já havia recebido mais de 100 mil curtidas e mais de 800 comentários.

“Gatona”, elogiou a influencer Thaynara OG. “Prima, qual a receita para ser linda assim?”, brincou uma seguidora. “Ariel, corre aqui”, disse a atriz Julia Rodrigues, fazendo referência à sereia da Disney.

Confira os cliques:

[@#video#@]

Elogiada por sua linha de uniformes cor de rosa em combate ao câncer de mama, a Umbro pisou na bola e trocou os escudos dos clubes durante a produção dos modelos. Neste sábado (17), um torcedor do Sport Clube do Recife foi reclamar nas redes sociais após perceber que o escudo do Santos foi estampado no manto leonino.

Na região superior das costas, logo abaixo do símbolo da Umbro, o rubro-negro Flávio Costa notou o erro da fornecedora e pediu uma solução. "Comprei no seu site minha camisa rosa do Sport para apoiar a causa, achei a camisa linda e a ideia arretada. Mas o que esse escudo do Santos tá fazendo ali nas costas?", questionou no Twitter.

##RECOMENDA##

Não há mais o modelo da edição limitada do Sport disponível na loja online da Umbro. Contudo, a linha masculina das camisas em prol do Outubro Rosa é vendida pelo valor de R$ 249,90 - independente do clube.

Diante da falha que pode ter lesado mais torcedores, o LeiaJá entrou em contato com as assessorias da Umbro Brasil e do Sport Clube do Recife, que ainda não se pronunciaram sobre a falha.

Confira

[@#video#@]

Como muitas mulheres na índia, a estudante Suvarna Dongare enfrenta diariamente a dificuldade de encontrar um banheiro público confortável e seguro, um serviço precário e escasso neste país do sul da Ásia.

Por isso, ficou agradavelmente surpresa ao descobrir, em um parque da cidade de Pune, oeste da Índia, um ônibus velho pintado de rosa transformado em um banheiro móvel para mulheres por uma dupla de empresários, que estaciona o veículo em diversos lugares.

"Fui ao parque e precisava urgentemente ir ao banheiro. Esses banheiros são muito confortáveis e dão uma sensação de segurança", relatou a jovem de 18 anos, em conversa com a AFP.

Pela modesta soma de cinco rúpias (cerca de 5 centavos de dólar), qualquer mulher pode embarcar para usar os banheiros, amamentar seus filhos, ou até comprar fraldas e absorventes.

Iniciado em 2016 pelos empreendedores Ulka Sadalkar e Rajeev Kher, o projeto "Banheiros para elas" oferece 12 serviços sobre rodas, cada um deles usado em média por mais de 200 mulheres por dia.

O dispositivo se alimenta com energia solar, graças aos painéis fixados no teto.

"Acreditamos que as mulheres merecem ter acesso a banheiros limpos e seguros. É um direito fundamental para elas", disse à AFP Ulka Sadalkar, cofundadora do projeto.

Os dois empresários planejam inaugurar mil banheiros móveis na Índia nos próximos cinco anos.

"Demos muita atenção à estética na conversão desses ônibus e oferecemos banheiros limpos, com telas de TV, monitores de temperatura e um assistente do outro lado da porta", descreve.

Manisha Adhav, de 40, que dirige um desses "pipimóveis", sente-se "orgulhosa" de seu trabalho. "Porque fazemos algo pelas mulheres", explica.

"As clientes me abençoam", conta ela à AFP. "Algumas vêm de longe, porque não há banheiros públicos suficientes por aqui", acrescenta.

Por iniciativa do primeiro-ministro Narendra Modi, este país de 1,3 bilhão de habitantes construiu nos últimos anos milhões de banheiros públicos no âmbito do programa "Índia Limpa". Diante da falta de manutenção, de água e de eletricidade, muitos deles acabam não sendo utilizados, segundo os especialistas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando