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Milhares de civis permanecem bloqueados neste sábado (27) em condições humanitárias desastrosas, sob chuva e frio, na Faixa de Gaza, onde os combates entre as forças israelenses e os milicianos do Hamas continuam devastando o sul do território palestino.

No território cercado, a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) está no alvo das autoridades israelenses, que acusaram alguns funcionários da organização de envolvimento no ataque violento do Hamas de 7 de outubro que desencadeou a guerra.

Israel pretende garantir que a UNRWA não tenha nenhum papel em Gaza após o conflito, afirmou neste sábado o chefe da diplomacia do país, Israel Katz. O movimento islamista palestino Hamas denunciou "ameaças" israelenses contra a agência.

Na sexta-feira, o governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão temporária do financiamento à UNRWA, medida que também foi adotada neste sábado por Austrália, Canadá e Itália.

O ponto de preocupação está concentrado atualmente em Khan Yunis, a maior cidade do sul de Gaza e onde os dois principais hospitais, que abrigam milhares de deslocados, mal funcionam em um cenário de ofensiva implacável.

Testemunhas afirmaram que a cidade voltou a registrar confrontos violentos neste sábado. O Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas, anunciou que 135 pessoas morreram durante a noite.

Mais ao sul, dezenas de milhares de civis estão aglomerados em Rafah, confinados em uma pequena área na fronteira com o Egito. Quase 1,7 milhão de civis abandonaram suas casas desde o início da guerra, segundo a ONU.

- Hospitais em colapso -

Durante a noite, as chuvas intensas inundaram os campos de deslocados, que tentavam salvar seus poucos pertences no meio da lama, segundo imagens da AFP.

"As fortes chuvas inundam milhares de deslocados em Rafah, Khan Yunis, Nuseirat, Deir al Bala, assim como na cidade de Gaza, mais ao norte", declarou o presidente da Proteção Civil, Mahmud Basal.

A guerra começou em 7 de outubro com o ataque de combatentes islamistas, que mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP elaborado com base em dados oficiais israelenses.

As ações de represália, com bombardeios incessantes e ações terrestres em Gaza, deixaram até o momento 26.257 mortos, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

"Disparos de tanques apontam desde a manhã para os setores do oeste da cidade, para o campo de refugiados de Khan Yunis e os arredores do hospital Nasser", onde provocaram "um corte de energia elétrica", anunciou o Hamas.

A organização Médicos Sem Fronteiras afirmou que a capacidade cirúrgica do hospital Nasser, o maior da cidade, é "quase inexistente" e que os poucos profissionais da saúde que permanecem no centro médico "devem trabalhar com cada vez menos material".

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na rede social X que 350 pacientes e quase 5.000 deslocados pelos combates estão no hospital.

O Exército israelense acusa o Hamas de ter construído túneis sob os hospitais de Gaza e de utilizar estes edifícios como centros de comando.

- Nenhum anúncio "iminente" -

Na sexta-feira, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, determinou que Israel deve prevenir possíveis atos de "genocídio" em sua guerra contra o Hamas, classificado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Israel considerou que o recurso, apresentado pela África do Sul, era "escandaloso". O governo dos Estados Unidos - principal aliado de Israel - afirmou que a decisão carece de "fundamento".

O tribunal, que não tem meios para exigir o cumprimento de suas decisões, também pediu a Israel que facilite a entrada de assistência humanitária, "necessária com urgência", em Gaza.

A guerra prossegue sem trégua, mas Catar, Egito e Estados Unidos tentam atuar como mediados para obter uma nova trégua, que incluiria a libertação de reféns e prisioneiros palestinos, como aconteceu no final de novembro.

Quase 100 reféns foram libertados na ocasião em troca de presos palestinos. Segundo as autoridades israelenses, 132 reféns continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, dos quais 28 estariam mortos.

Uma fonte dos serviços de segurança afirmou à AFP que o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) americana se reunirá com autoridades de Israel, Egito e Catar "nos próximos dias em Paris" para tentar obter um acordo de trégua com o Hamas.

O presidente Joe Biden conversou com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, sobre os "últimos acontecimentos em Israel e Gaza, incluindo os esforços para libertar os reféns sequestrados pelo Hamas", anunciou a Casa Branca na sexta-feira, que, no entanto, deu a entender que nenhum anúncio iminente está previsto.

O Exército israelense travou batalhas ferozes neste domingo (10) com milicianos do Hamas na Faixa de Gaza e intensificou os seus ataques aéreos no estreito território, forçando centenas de milhares de pessoas a se aglomerarem em áreas cada vez menores.

Os Estados Unidos, que vetaram uma resolução da ONU a favor de um cessar-fogo em Gaza, aprovaram "urgentemente" a venda a Israel de cerca de 14 mil obuses para os tanques Merkava, utilizados na ofensiva contra o Hamas.

O movimento islamista, que governa Gaza, disse neste domingo que Israel lançou uma série de "ataques muito violentos" contra a cidade de Khan Yunis, no sul, e a estrada que liga essa cidade a Rafah, perto da fronteira com o Egito.

Segundo ambos os lados, os combates entre soldados e milicianos palestinos concentram-se principalmente na região de Khan Yunis, em Jabaliya (norte) e na cidade de Gaza (norte).

O Hamas continuou disparando foguetes contra Israel, mas o Exército afirma que a grande maioria foi interceptada pelo seu sistema antimíssil.

Pelo menos 17.700 pessoas, a maioria mulheres e menores de 18 anos, foram mortas por ataques israelenses em dois meses de combates no pequeno território, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde governado pelo Hamas.

Israel prometeu erradicar o Hamas após os ataques sem precedentes de 7 de outubro, quando os milicianos do grupo cruzaram a fronteira e mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 240, segundo as autoridades israelenses.

Cerca de 137 reféns permanecem em Gaza, disse Israel no sábado.

Grupos de ajuda alertaram sobre a situação humanitária em Gaza, devido às doenças e à fome. "Não é apenas uma catástrofe, é apocalíptico", disse Bushra Khalidi, da Oxfam.

- Consequências "irreversíveis" -

O chefe militar de Israel, Herzi Halevi, apelou às suas forças para "pressionarem com mais força".

Imagens publicadas nas redes sociais no sábado mostram a bandeira israelense hasteada na "Praça Palestina", no centro da cidade de Gaza.

O assessor de segurança nacional, Tzachi Hanegbi, disse à televisão israelense que 7.000 "terroristas" morreram, sem especificar a origem do número.

O Exército israelense afirmou que 93 de seus soldados morreram na campanha.

Diante dessa situação, o secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou a "paralisia" das Nações Unidas diante da guerra e alertou que "a situação evolui rapidamente para uma catástrofe" que poderia ter consequências "irreversíveis para os palestinos" e para a região.

O Catar, principal mediador do conflito, afirmou que os esforços "continuam" para obter uma nova trégua e libertar mais reféns detidos em Gaza.

No final de novembro, um acordo de pausa de uma semana permitiu a libertação de 105 pessoas sequestradas em 7 de outubro em troca de 240 prisioneiros palestinos.

"Prefiro que os meus filhos sejam libertados através de negociações e não através de ações militares, porque temo que o exército os mate", disse Yechi Yehud à AFP durante uma manifestação em Tel Aviv para exigir a libertação dos reféns.

- Impacto "catastrófico" -

A intensificação dos combates terrestres e dos ataques aéreos em Gaza suscita receios crescentes na população civil, que tenta desesperadamente se proteger.

Quase 1,9 milhão dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados, quase um milhão deles crianças, segundo a agência da ONU para a infância.

"Agora eles estão sendo empurrados cada vez mais para o sul, para lugares minúsculos e superlotados, sem água, comida ou proteção, com risco crescente de infecções respiratórias", alertou Adele Khodr, da Unicef.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que "o impacto do conflito na saúde é catastrófico".

Grande parte dos deslocados, impedidos de sair do território, transformaram Rafah em um grande acampamento.

Mais ao norte, na cidade de Gaza, um jornalista da AFP disse que milhares de pessoas se abrigavam em tendas improvisadas entre as paredes desabadas do hospital Al Shifa, que parou de funcionar e foi parcialmente destruído após um ataque israelense em novembro.

"Não importa para onde vamos, a morte nos persegue", disse à AFP Suheil Abu Dalfa, de 56 anos, cuja casa foi atingida por um projétil, que feriu seu filho.

- Deslocamento para o Egito -

O diretor da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, denunciou em um artigo publicado no sábado no Los Angeles Times o deslocamento forçado de moradores de Gaza para o Egito.

"Se continuarmos neste caminho (…), Gaza deixará de ser uma terra para os palestinos", escreveu ele. Israel rejeitou a acusação, afirmando que "simplesmente não é verdade" que exista um plano para deslocar a população.

O conflito em Gaza também agravou os receios de uma conflagração regional.

Na Cisjordânia ocupada, mais de 260 palestinos foram mortos em confrontos com soldados ou colonos israelenses, segundo a Autoridade Palestina.

O Exército israelense afirmou que dois soldados foram feridos por foguetes disparados do sul do Líbano em direção ao norte de Israel. A aviação respondeu com ataques contra "alvos terroristas do Hezbollah", um movimento libanês.

No Mar Vermelho, uma fragata francesa derrubou dois drones procedentes de regiões do Iêmen controladas pelos rebeldes houthis, aliados do Hamas, que ameaçam interromper o tráfego nesta rota marítima estratégica.

Equipes ucranianas e unidades russas resgataram nesta quarta-feira (7) milhares de civis das áreas inundadas após a destruição da represa de Kakhovka, em uma área controlada pela Rússia no sul da Ucrânia, que teme uma catástrofe humanitária e ecológica.

Moscou e Kiev trocam acusações sobre o ataque de terça-feira contra a represa estratégica, que abastece a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e está localizada na direção das tropas ucranianas que almejam reconquistar os territórios ocupados.

A cidade de Kherson, sob controle ucraniano desde novembro, a 70 km da represa, estava com as ruas inundadas nesta quarta-feira. Natalia Korj, 68 anos, afirmou que precisou nadar para sair de casa.

"Todas os cômodos estão debaixo d'água. Minha geladeira está flutuando. Estamos acostumados com tiros (de artilharia), mas uma catástrofe natural é um verdadeiro pesadelo. Eu não esperava isso", declarou à AFP, descalça e com as mãos paralisadas pelo frio, depois de ser resgatada pelos serviços de emergência.

- Água na altura da cintura -

Nas ruas do centro de Kherson, a água chegava na altura da cintura dos moradores. Perto do rio Dnieper, o nível atingiu cinco metros.

"O perigo vem de lá ou daqui", declarou Svetlana Abramovitch, 56 anos, apontando para o front de batalha, onde canhões russos estão posicionados, e depois para a água em seus pés.

"Mais de 1.450 pessoas foram retiradas das áreas inundadas sob controle ucraniano até o momento", afirmou Oleksandr Khorunzhyi, porta-voz dos serviços de emergência. Do lado russo, as autoridades mencionaram a retirada de 1.274 moradores.

Muitos civis - um número indeterminado até o momento - deixaram a região por conta própria.

Serguii, um policial de 38 anos, declarou à AFP em Kherson que sua equipe salvou 30 pessoas, incluindo uma criança. "Vamos trabalhar até retirar todo mundo", disse.

Ucrânia afirmou que o ataque contra a represa, tomada pela Rússia nos primeiros dias da guerra - em fevereiro do ano passado -, foi uma tentativa de Moscou de frear a esperada ofensiva de Kiev, que segundo o governo não será afetada.

A Rússia acusou a Ucrânia de "sabotagem deliberada".

Para o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, a Rússia provocou "uma das piores catástrofes ao meio ambiente das últimas décadas".

Os aliados ocidentais da Ucrânia também criticaram o ataque, que coloca em risco a vida de civis, em uma região já devastada pela guerra.

O governo dos Estados Unidos afirmou que a explosão pode ter provocado várias mortes. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o ataque é "outra consequência devastadora da invasão russa à Ucrânia".

A China, aliada crucial da Rússia, expressou preocupação com "impacto humano, econômico e para o meio ambiente" da explosão.

Oleksander Prokudin, comandante militar da região de Kherson, afirmou que a "água ainda subirá um metro nas próximas 20 horas".

As autoridades ucranianas anunciaram que mais de 17.000 pessoas precisam ser retiradas de várias localidades inundadas.

- "Bomba ambiental" -

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusou a Rússia de detonar uma "bomba ambiental de destruição em massa". Mais de 150 toneladas de óleo de motor foram derramadas no rio e milhares de hectares de terra arável serão inundados, de acordo com Kiev.

"Perdas de peixes já foram registradas perdas na região", alertou o ministério ucraniano da Agricultura, que também citou uma futura haverá escassez de água para irrigação com o esvaziamento do reservatório de Kakhovka.

"O mundo tem que reagir", afirmou Zelensky.

A destruição parcial da represa, construída na década de 1950, provoca o temor de consequências para a central nuclear de Zaporizhzhia, que fica a 150 km de distância, porque a usina hidrelétrica de Kakhovka garante água de resfriamento para o local.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) destacou, no entanto, que "não há perigo imediato" e acrescentou que os especialistas estão monitorando a situação.

Assim como a represa, a central nuclear fica em uma área ocupada pelas forças russas.

A cheia do rio Dnieper, que tem a margem direita sob controle das forças ucranianas e a margem esquerda sob domínio de Moscou, submergirá as linhas de defesa russas.

Mas afetará, em particular, as forças ucranianas e a sua eventual operação militar na região, como parte de uma contraofensiva para recuperar territórios no sul e leste do país.

Nove civis foram mortos e dezenas ficaram feridos neste domingo (6) quando foguetes disparados por forças do regime sírio atingiram campos de deslocados no noroeste da Síria, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Ao amanhecer, vários foguetes atingiram um acampamento e locais onde vivem deslocados na região de Kafr Jales, a oeste de Idlib, constatou um correspondente da AFP no local.

O ataque deixou barracas destruídas, entre manchas de sangue e pedaços de foguetes.

Equipes da Defesa Civil e grupos de moradores ajudaram os feridos e os levaram para hospitais próximos.

Lá, os corpos de duas meninas jaziam no chão, cobertos, observou o correspondente.

Mais de 30 foguetes caíram em várias áreas a oeste da cidade de Idlib, incluindo acampamentos, acrescentou a ONG.

"Estávamos nos preparando para ir trabalhar quando ouvimos tiros. As crianças ficaram assustadas e começaram a gritar", contou Abu Hamid, de 67 anos, que mora em um dos campos.

"Não sabíamos para onde correr. Não eram um ou dois foguetes, mas dez", acrescentou.

Os disparos ocorreram, de acordo com o OSDH – uma ONG sediada no Reino Unido que tem uma rede de informantes na Síria – um dia depois que cinco membros das forças do regime foram mortos em ataques de um grupo afiliado aos jihadistas da Hayat Tahrir al-Sham (HTS) no sudoeste de Idlib.

Quase metade dessa província e setores vizinhos pertencentes a Hama, Aleppo e Latakia são controlados pelo HTS, outrora um ramo sírio da Al-Qaeda, e por outras facções rebeldes.

Três milhões de pessoas vivem nessa região, metade das quais são deslocadas.

Desde que estourou em 2011, a guerra na Síria matou quase meio milhão de pessoas e forçou outras milhões a deixar suas casas.

Rosa Parks foi uma cidadã norte-americana que marcou sua época na década de 1950 como um símbolo de resistência contra o racismo e pela luta por direitos civis. Parks ficou famosa por realizar um ato de desobediência civil, quando se recusou a ceder seu assento em um ônibus público para um homem branco, no Alabama.

A ação de Parks repercutiu em nível nacional e deu início a um forte movimento de luta por direitos civis dos negros dos Estados Unidos, elevando à cena pública personalidades históricas como Martin Luther King Jr. 

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A segregação racial foi uma constante na vida de Rosa. Desde criança, teve de lidar com os estigmas e preconceitos de sua época. Em sua fase escolar, ia ao colégio a pé, uma vez que os ônibus escolares, que eram exclusivos para alunos brancos. Essa foi uma de suas primeiras experiências negativas e contato com o racismo muito presente na sociedade norte-americana à época.

Rosa Parks não foi pioneira em suas ações, pois a luta por direitos civis já era presente no debate público norte-americano. Entretanto, suas ações serviram de catalisador que mobilizou a população negra dos Estados Unidos a posicionar-se contra a segregação racial.

Parks sofreu diversas ameaças a sua vida e acabou sendo demitida. Para proteger-se e garantir seu anonimato, ela se mudou para Detroit, onde passou o resto de sua vida. O engajamento da população negra deu certo e, um ano depois, a segregação racial em ônibus foi proibida pela Suprema Corte do país. Além disso, suas ações tensionaram a luta contra o racismo nos Estados Unidos, que permaneceu muito forte durante toda a década de 1960.

Em Detroit, Rosa refez sua vida. No estado, trabalhou durante seus últimos anos para John Convers, um congressista negro, na função de secretária. Durante as décadas seguintes, a ativista permaneceu diretamente ligada à luta contra o racismo nos Estados Unidos, se aposentando oficialmente em 1988.

Em 1999, recebeu uma das maiores homenagens dos Estados Unidos, a Medalha de Ouro do congresso norte-americano. Essa foi uma forma que o governo de Clinton viu para reconhecer as contribuições de Rosa Parks para a promoção da justiça racial nos Estados Unidos. Parks permaneceu casada com seu marido até 1977 e eles nunca tiveram filhos. Rosa faleceu no dia 24 de outubro de 2005, em Detroit.

O Exército dos Estados Unidos matou 12 civis em 2021, todos eles no Afeganistão, segundo um relatório global do Pentágono divulgado nesta terça-feira (27).

O Departamento de Defesa "estima que houve aproximadamente 12 civis mortos e cinco feridos em 2021 como resultado de operações militares dos Estados Unidos", indica o relatório exigido pelo Congresso desde 2018, do qual uma parte é mantida como segredo da Defesa.

Todas as mortes de civis ocorreram no Afeganistão, segundo a parte pública do relatório. O Pentágono já havia reconhecido sua responsabilidade na morte de 10 membros da mesma família, incluindo sete crianças, em sua retirada caótica do Afeganistão, em agosto de 2021.

O documento especifica que um civil foi morto em um ataque ocorrido em 8 de janeiro em Herat, e outro em 11 de agosto, em Kandahar. Dois civis também ficaram feridos em 18 de janeiro nesta última cidade. Além disso, o Exército americano admitiu que feriu três pessoas em 1º de janeiro, durante operação em Qunyo Barrow, Somália.

O Pentágono também atualizou as cifras de 2018 a 2020, reconhecendo mais 10 mortos e 18 feridos, todos na Síria. Organizações não-governamentais costumam divulgar números muito mais altos de vítimas de ataques americanos em zonas de conflito.

A ONG Airwars, que compila mortes por ataques aéreos em todo o mundo, estimou em seu relatório anual, divulgado em maio, que entre 15 e 27 civis foram mortos apenas em operações dos Estados Unidos na Síria.

Em janeiro passado, o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, exortou os militares a fazerem mais para evitar mortes de civis em ataques aéreos, depois que vários erros letais mancharam a reputação do Exército.

A Ucrânia denunciou nesta quinta-feira (25) o bombardeio russo da véspera contra uma estação ferroviária na região central do país, no qual faleceram pelo menos 25 civis, mas o governo de Moscou afirmou que o trem atacado era parte de um comboio militar.

Executado no Dia da Independência da Ucrânia, data que este ano coincidiu com os seis meses do início da ofensiva russa contra Kiev, o bombardeio contra a estação de Chaplyne, na região de Dnipropetrovsk (centro), foi condenado com veemência pela União Europeia (UE).

"Vamos fazer todo o possível para que os agressores paguem por tudo que têm feito. Vamos expulsá-los de nossa terra", declarou na quarta-feira à noite o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao denunciar ao Conselho de Segurança da ONU o "lançamento russo de mísseis".

O míssil atingiu "um dos vagões (...) Quatro vagões de passageiros estão em chamas", disse.

O balanço exato do bombardeio não foi confirmado oficialmente. Oleg Nikolenko, porta-voz do ministério das Relações Exteriores, informou no Twitter "25 civis mortos após o disparo de um míssil" contra a estação e denunciou o "terrorismo de Moscou".

A Procuradoria-Geral da Ucrânia informou em um primeiro momento "10 civis mortos, incluindo duas crianças de 6 e 11 anos, e 10 feridos, incluindo duas crianças", na estação e nos arredores, dando a entender a possibilidade de outras vítimas que não seriam civis.

A Rússia afirmou que atacou um "trem militar" que seguia para "zonas de combate" do leste da Ucrânia, principal alvo de Moscou.

Um míssil Iskander "atingiu diretamente um trem militar na estação de Chaplyne, na região de Dnipropetrovsk, eliminando mais de 200 militares da reserva das Forças Armadas ucranianas", afirmou o ministério russo da Defesa em um comunicado.

- "Uma noite muito difícil" -

As operações de resgate para encontrar sobreviventes prosseguiam nesta quinta-feira, segundo o governador da região, Valentin Reznichenko.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, condenou o ataque a advertiu que "os responsáveis terão que prestar contas".

As autoridades ucranianas afirmaram que os russos intensificaram os ataques contra várias regiões na quarta-feira.

"O número de bombardeios contra cidades e vilarejos aumentou. Nas últimas 24 horas, a polícia registrou 58, muito mais do que tínhamos normalmente", afirmou Evhen Enin, vice-ministro ucraniano do Interior.

De acordo com a imprensa local, nove regiões ucranianas foram bombardadas na quarta-feira e 189 sirenes antiéreas foram acionadas em todo o país, um recorde desde o início da guerra em 24 de fevereiro.

Os ataques se concentraram em vários distritos da região de Dnipropetrovsk, afirmou o governador Reznichenko, que citou "uma noite muito difícil, com bombardeios e vítimas constantes".

Os bombardeios russos também atingiram Jmelnitski, no oeste do país, distante do front, a cidade de Mykolaiv (sul), uma das mais atacadas desde o início da guerra, e as regiões de Kharkiv (nordeste) e Donetsk (leste).

- Bombas de fragmentação -

Desde o recuo das forças russas dos arredores de Kiev no fim de março, a maior parte dos combates se concentra no leste, onde Moscou avançou, e no sul, onde as tropas ucranianas afirmam que executam várias contraofensivas.

A Rússia, no entanto, prossegue com os ataques contra outras regiões com mísseis de longo alcance, embora Kiev e as áreas próximas geralmente não sejam atingidas.

A Coalizão Contra as Munições de Fragmentação (CMC) denunciou nesta quinta-feira em seu relatório anual que a Rússia utilizou bombas de fragmentação em larga escala na Ucrânia, o que provocou centenas de vítimas civis e danos a residências, escolas e hospitais.

Na quarta-feira, quando a invasão russa completou seis meses, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lembrou que este aniversário é "um marco triste e trágico" e denunciou as consequências desta "guerra absurda, que vão "muito além da Ucrânia".

Ele também expressou preocupação com atividades militares ao redor da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, ocupada pelas forças russas desde março.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, fez um apelo para que o presidente russo, Vladimir Putin, acabe com o ataque armado contra a Ucrânia e pediu a desmilitarização da central de Zaporizhzhia.

A Ucrânia reconheceu na segunda-feira a morte de quase 9.000 soldados desde o início do conflito, um balanço que, segundo observadores, pode ser muito maior na realidade. Do lado russo, quase 80.000 soldados morreram ou foram feridos desde a invasão, afirmou no início de agosto uma fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

burx-emd/thm/es/mb/fp

Um novo comboio da ONU deve chegar a Mariupol, nesta sexta-feira (6), para retirar os civis refugiados na siderúrgica de Azovstal, o último foco de resistência neste porto do Donbass, no sudeste da Ucrânia.

A missão coincide com o anúncio da Rússia de uma trégua de três dias, a partir de quinta-feira, para permitir a fuga de civis presos no complexo industrial, embora as tropas ucranianas denunciem que ela não está sendo cumprida.

Apesar desta incerteza, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, anunciou ontem que o comboio seria enviado para esta cidade que está sitiada pelas tropas russas desde quase o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

As autoridades locais afirmam que ainda há cerca de 200 civis presos na rede de corredores subterrâneos da siderúrgica, onde também resistem as últimas unidades de defesa ucranianas.

"A operação está começando. Rezamos por seu sucesso", disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, por telefone à AFP.

Também na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que "continua disposto" a garantir uma retirada "segura" dos civis, mas exigiu que Kiev ordene aos combatentes que ainda estão na fábrica que "deponham as armas".

As informações a esse respeito que chegam até o momento são contraditórias.

Enquanto o Kremlin garante que os corredores humanitários "estão funcionando" e que a trégua está sendo respeitada, o Exército ucraniano garante que as forças russas continuam sua ofensiva contra a siderúrgica.

As forças russas "em certas áreas, com o apoio da aviação, retomaram suas operações para assumir o controle da fábrica", denunciou o Ministério ucraniano da Defesa, em um comunicado nesta sexta.

No total, quase 500 civis já foram retirados de Mariupol nos últimos dias, conforme as autoridades ucranianas.

- Ofensiva contida -

Após mais de dois meses de cerco, as tropas russas controlam quase toda Mariupol, uma cidade às margens do Mar de Azov de quase 500.000 habitantes antes da guerra no sul do Donbass.

Sua captura total seria uma importante vitória para a Rússia antes de 9 de maio. Nesta data, comemora sua vitória sobre a Alemanha nazista em 1945, realizando um grande desfile militar na Praça Vermelha de Moscou.

Além disso, em um nível estratégico, esta cidade permitiria a consolidação da conexão entre os territórios ocupados no leste do Donbass com a península anexada da Crimeia, no sul.

Desde o início da invasão, Moscou conseguiu reivindicar o controle total de apenas uma grande cidade, Kherson, no sul, perto da Crimeia.

Ontem, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reconheceu que o apoio ocidental a Kiev conteve a ofensiva contra a Ucrânia.

"Os Estados Unidos, o Reino Unido, a OTAN como um todo compartilham permanentemente informações com as Forças Armadas ucranianas. Combinadas com entregas de armas (...) essas ações não permitem que a operação seja concluída rapidamente", disse ele à imprensa.

Peskov fez essas observações depois que o jornal The New York Times publicou que as informações fornecidas por Washington a Kiev permitiram que vários generais russos fossem abatidos - o que foi negado ontem pelo Pentágono.

Essas ações, apontou Peskov, "não têm capacidade para impedir" os objetivos da Rússia nesta guerra que, após dez semanas, causou milhares de mortes e o exílio de mais de cinco milhões de pessoas.

- Arrecadação de fundos -

Na frente diplomática, os países ocidentais continuam a aumentar sua pressão sobre a Rússia, que está sujeita a uma série de sanções sem precedentes.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestou-se a favor do confisco dos bens russos congelados na União Europeia no âmbito destas sanções, de modo a contribuir para a reconstrução da Ucrânia.

Os líderes das grandes potências do G7 farão uma reunião virtual no domingo (8), dedicada em grande parte à guerra na Ucrânia, anunciou hoje uma porta-voz do chanceler alemão, Olaf Scholz.

Segundo a mesma fonte, o encontro contará com a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que lançou uma campanha global de arrecadação de fundos por meio de uma plataforma digital.

"Em um clique, você pode doar fundos para ajudar nossos defensores, salvar nossos civis e reconstruir a Ucrânia", disse ele.

Além disso, o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, anunciou a captação de mais de 6 bilhões de euros (US$ 6,3 bilhões) para o país, obtidos em uma conferência de doadores realizada em Varsóvia.

Além da ajuda financeira e militar, os aliados da Ucrânia também adotaram sanções sem precedentes contra a Rússia.

No que seria sua medida mais severa até agora, a Comissão Europeia propôs que todos os 27 Estados-membros da UE proíbam gradualmente as importações de petróleo russo.

O primeiro-ministro nacionalista húngaro, Viktor Orban, opôs-se firmemente a este embargo e acusou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de "atacar" a unidade do bloco.

A Hungria é totalmente dependente do petróleo russo, e um embargo seria equivalente a "uma bomba nuclear em sua economia", alegou Orban.

A guerra também esteve presente no Conselho de Segurança da ONU, onde vários países e o secretário-geral desta organização, António Guterres, pediram o fim da violência, embora sem referência às negociações de paz atualmente paralisadas.

"A invasão da Ucrânia pela Rússia é uma violação de sua integridade territorial e da Carta das Nações Unidas", frisou Guterres.

As autoridades ucranianas pretendem retirar mais civis nesta segunda-feira (2) da cidade de Mariupol, depois que dezenas de pessoas conseguiram deixar a localidade no fim de semana, após semanas de bloqueio sob intensos ataques da Rússia em um complexo siderúrgico do porto estratégico do sudeste da Ucrânia.

Pouco mais de 100 pessoas foram retiradas no fim de semana da grande siderúrgica de Azovstal, o último reduto de resistência ucraniana nesta área da região do Donbass, que está praticamente sob controle total da Rússia.

Dois blindados da ONU e outros veículos de ONGs internacionais, assim como jornalistas, aguardavam os moradores de Mariupol em Zaporizhzhia, cidade que fica a uma distância de 200 quilômetros ao noroeste e ainda sob controle ucraniano, onde há um centro para abrigar os refugiados.

As operações de retirada, que começaram no sábado em coordenação entre Ucrânia, Rússia e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), permitiram, pela primeira vez em dois meses de cerco à cidade, retirar mais de 100 civis que estavam entrincheirados com os combatentes no subsolo da enorme siderúrgica de Azovstal, segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

"Pela primeira vez desde o início da guerra começou a funcionar este corredor humanitário vital (...) Foram dois dias de verdadeiro cessar-fogo no território do complexo siderúrgico", disse.

A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, declarou que "centenas de civis permanecem bloqueados". A nova operação de retirada estava programada para a manhã de segunda-feira, mas até meio-dia os ônibus não haviam chegado ao ponto de encontro.

- 9 de maio -

A usina siderúrgica está cercada desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, com histórias comoventes sobre as condições brutais em Mariupol, em uma guerra que já deixou milhares de mortos e milhões de deslocados.

Moscou se concentra nas regiões sul e leste do país, em particular no Donbass, que inclui Donetsk e Lugansk, depois de fracassar na tentativa de tomar a capital Kiev nas primeiras semanas de guerra.

Lyman, um centro ferroviário, pode ser a próxima cidade a cair nas mãos do exército russo após a retirada das forças ucranianas. As tropas russas parecem avançar consideravelmente ao redor da localidade.

"Os russos tentam tomar o controle para preparar o ataque a Severodonetsk", uma das principais cidades do Donbass ainda controladas por Kiev, afirmou o Estado-Maior ucraniano.

A Rússia tenta consolidar sua presença nas áreas sob seu controle e no domingo o rublo, a moeda russa, começou a circular na região de Kherson, em um primeiro momento ao lado da grivnia ucraniana.

"A partir de 1º de maio entraremos na zona do rublo", declarou Kirill Stremousov, administrador civil e militar de Kherson, citado pela agência estatal russa RIA Novosti.

Na frente leste, as forças russas avançam de forma lenta, mas constante.

As tropas da Ucrânia, no entanto, também reconquistaram alguns territórios nos últimos dias e nesta segunda-feira anunciaram que seus drones afundaram dois barcos de patrulha russos perto da Ilha da Cobra, no Mar Negro, símbolo da resistência depois que um grupo de guardas de fronteira rejeitou em abril um ultimato de rendição anunciado por um navio de Moscou.

Com a proximidade do 9 de maio, data em que a Rússia celebra com grande pompa a vitória sobre a Alemanha nazista em 1945, o governador da região de Lugansk disse que espera "uma intensificação dos bombardeios".

Mas o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, parece descartar a ideia. "Nossos militares não ajustarão artificialmente suas ações a nenhuma data".

- "Mais sanções" -

As potências ocidentais, que reforçaram o envio de armas para a Ucrânia, tentam aumentar a pressão contra a Rússia com novas sanções.

Fontes diplomáticas afirmaram à AFP que a União Europeia (UE) deve propor uma proibição por etapas da importação de petróleo russo.

Os ministros de Energia do bloco se reúnem nesta segunda-feira à tarde em Bruxelas para definir um calendário sobre a questão.

Vários diplomatas afirmaram que a proibição do petróleo russo seria possível depois de uma mudança de postura da Alemanha, que resistia à medida por considerá-la potencialmente prejudicial para sua economia.

Devido à guerra na Ucrânia, o consórcio de maioria finlandesa Fennovoima anunciou nesta segunda-feira que anulou um contrato com o grupo russo Rosatom para a construção de um reator nuclear na Finlândia.

A presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, se reuniu no sábado em Kiev com Zelensky, a principal autoridade americana a visitar a capital ucraniana desde o início da guerra para expressar apoio à Ucrânia.

Ela prometeu trabalhar para aprovar o pacote de ajuda de 33 bilhões de dólares solicitado pelo presidente Joe Biden na semana passada.

Em quase 10 semanas de guerra, mais de 5,4 milhões de ucranianos fugiram do país, segundo a ONU, e mais de 7,7 milhões estão em deslocamento dentro do país, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

burs-oho/mas/dl/mis/fp

A retirada dos civis pelos caminhos de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, seguiu, neste sábado (9), um dia depois que um bombardeio contra a estação de trens deixou mais de 50 mortos.

Vários micro-ônibus e caminhonetes chegaram para buscar os sobreviventes do bombardeio e que passaram a noite em uma igreja protestante do centro da cidade, próxima à estação bombardeada, constataram os jornalistas da AFP.

Cerca de 80 pessoas, em sua maioria idosos, buscaram abrigo nesse templo.

"Ontem entre 300 e 400 pessoas correram para cá logo após o bombardeio", contou Yevguen, membro da igreja.

"Estavam traumatizadas. A metade correu para se refugiar no porão, outros queriam partir antes. Alguns foram retirados à tarde em um ônibus. Finalmente, ficaram 80, também há sete na minha casa", explicou esse voluntário.

Os refugiados dormiram na pequena igreja em colchões no chão e tomaram o café-da-manhã preparado pelos voluntários antes de irem embora.

Segundo o último balanço oficial das autoridades regionais, no bombardeio contra a estação, na sexta-feira (8), morreram 52 pessoas e 109 ficaram feridas enquanto tentavam fugir desta região do Donbass sob controle dos ucranianos e que está sob ameaça de uma ofensiva maior dos russos.

- Estação fechada -

Um dia depois da tragédia, a estação estava fechada e os acessos bloqueados por faixas de interdição.

Tábuas de madeira substituíram algumas das janelas quebradas pelas explosões, mas os veículos queimados continuavam na esplanada em frente à estação.

O imponente corpo de um míssil, que ficou cravado no gramado de uma rotatória diante da estação, seguia onde caiu.

A noite foi tranquila, sem nenhuma explosão, mas de longe se escutavam os ruídos de artilharia nas linhas de frente próximas à localidade a 20 quilômetros dali.

Muitos temem que os russos lancem uma estratégia de pinça nesta região majoritariamente russófona, que então ficaria sitiada, como aconteceu com Mariupol.

- Evacuação em direção a zonas pró-russas -

As autoridades ucranianas de Donetsk e Lugansk reiteram nos últimos dias os pedidos para que os civis saiam do oeste do país.

Há trens e ônibus para a operação, que é realizada com a ajuda de inúmeros voluntários.

Devido à estação de Kramatorsk ter ficado inutilizada, há quatro trens previstos da cidade vizinha de Sloviansk em direção ao oeste do país.

Mais discretamente, seguem as retiradas no outro sentido, em direção a territórios pró-russos pelas estradas.

Várias filas de carros, frequentemente velhos Lada russos com malas no teto, se dirigem a cada dia em direção ao norte, aos territórios sob controle do exército russo, com o acordo tácito dos soldados ucranianos em seus últimos postos de controle, constatou um jornalista da AFP.

"Nós vamos para lá por que temos família. Há comida, calma e não há problemas", declarou à AFP um homem de uns 30 anos, que se preparava para a viagem com sua família.

À pergunta de se não temem as tropas russas, o homem responde que "há bons e maus em ambos os lados".

Esta região do Donbass, que foi uma zona industrial digna de orgulho durante a era soviética, agora está arruinada e dividida em dois pela guerra que começou em 2014.

Esta área tem historicamente se voltado para a Rússia, que tem apoio entre seus residentes.

Alguns habitantes não manifestam a intenção de fugir com a chegada dos russos, incluindo mulheres e famílias.

Pelo menos 579 civis foram mortos, incluindo 42 crianças, e mais de mil ficaram feridos na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos neste sábado (12).

No balanço anterior, a entidade havia informado que 564 pessoas perderam a vida e 982 ficaram feridas no conflito que já dura 17 dias.

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Segundo a ONU, que aponta que o número real pode ser significativamente muito maior, especialmente nas áreas sob controle do governo sitiadas pelas forças russas, a guerra já deixou 1002 civis feridos, incluindo 54 menores de idade.

Em todos os relatórios, a organização tem explicado que "a maioria das baixas civis registradas foi causada pelo uso de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo artilharia pesada e sistemas de foguetes de lançamento múltiplo, mísseis e ataques aéreos".

No sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse em uma transmissão durante um protesto em Florença, na Itália, que 79 crianças morreram desde o início da guerra.

"Pedimos para recordar o número 79, as 79 crianças mortas pela guerra, 79 famílias destruídas. Devemos garantir que este número não aumente e que ninguém o esqueça", afirmou.

Mais cedo, Zelensky divulgou que "cerca de 1,3 mil militares ucranianos" foram mortos durante o conflito, enquanto que o Exército russo perdeu "cerca de 12 mil homens".

A Rússia, por sua vez, disse ter perdido 500 militares. Já os Estados Unidos falam que as perdas russas variam entre 2 mil e 4 mil.

Da Ansa

O governo da China, que em fevereiro forjou uma "aliança sem limites" com a Rússia de Vladimir Putin, indicou insatisfação ontem com o agravamento da guerra na Ucrânia. O alerta foi dado em um telefonema entre o seu chanceler, Wang Yi, e o ucraniano Dmitro Kuleba, o nesse nível ministerial desde o início da invasão.

Wang disse ao colega ucraniano que Pequim está extremamente preocupada com os danos à população civil e deplora o surgimento do conflito. A conversa ocorreu a pedido da Ucrânia.

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Apesar do tom mais crítico em relação ao conflito na Ucrânia, China manteve a ambiguidade no discurso para se equilibrar entre o apoio à Rússia e à Ucrânia - que faz parte do projeto da Nova Rota da Seda, um dos pilares da política externa de Pequim.

Após abster-se em condenar a Rússia pela invasão na ONU, a China se referiu de forma inédita ao impacto da guerra nos civis ucranianos e usou a expressão "deplora", que na linguagem diplomática indica insatisfação. Pequim também prometeu não medir esforços para pôr fim ao conflito.

"Diante da expansão dos combates, a prioridade é amenizar a situação no terreno tanto quanto seja possível para evitar que o conflito saia de controle", disse o chanceler chinês, para em seguida acenar tanto a russos quanto a ucranianos.

"A segurança de um país não pode vir à custa dos outros, nem por meio da expansão de alianças militares", disse o diplomata.

Apesar de insistir na necessidade da integridade territorial de todos os países, Pequim tem ressaltado que as preocupações da Rússia são legítimas. O telefonema ocorre em meio à ampliação da ofensiva russa na Ucrânia, que tem aumentado o número de baixas civis.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia disse ontem a Yi, ainda segundo relato chinês, que seu país está pronto para continuar as negociações com a Rússia e espera "a mediação da China para alcançar um cessar-fogo".

"Acabar com a guerra é a prioridade para o lado ucraniano e estamos calmos, abertos a negociar uma solução. Apesar de a negociação não estar progredindo sem a ocorrência de problemas, estamos dispostos a continuar com ela. Também a fortalecer a comunicação com a China. Esperamos a mediação da China para alcançar um cessar-fogo", disse Kuleba, segundo comunicado da chancelaria da China.

Zelenski fala à UE

Em discurso por videoconferência ao Parlamento Europeu, o presidente Volodmir Zelenski lançou um apelo dramático à União Europeia. Ele pediu que os líderes provem que estão com os ucranianos e foi aplaudido de pé.

"A Europa será mais forte com a Ucrânia nela. Sem vocês, a Ucrânia estará sozinha. Provamos nossa força. Por isso, provem que estão do nosso lado, provem que não vão nos abandonar", declarou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio ao terceiro dia de conflitos, um grupo de civis ucranianos desarmados tentou impedir o avanço de tanques enviados pela Rússia para atacar Kiev, capital da Ucrânia.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento que ucranianos se posicionam em frente aos veículos de guerra. Um dos homens que aparece na gravação tenta segurar o tanque russo com as mãos e depois se ajoelha em frente ao veículo para tentar impedir a sua passagem, mas é retirado por outros companheiros ucranianos que estão no local.

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Os tanques estão invadindo Kiev, que se tornou o alvo principal desse terceiro dia de guerra entre russos e ucranianos. Nos últimos dias, o governo da Ucrânia tem armado a população para que lute contra a Rússia. Inclusive, pedindo que os civis informem sobre movimentações de tropas russas no território e para que façam coquetéis molotov para "neutralizar o inimigo".

Veja o vídeo:

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"Eles distribuíram rifles, carregaram para nós e aqui estamos", diz Yuri Kortshemni, que nunca havia segurado uma arma nas mãos antes de se juntar a um batalhão de civis pronto para defender Kiev metro a metro do inimigo russo.

Em plena invasão de seu país, quando as primeiras forças russas precisaram de menos de 48 horas para se infiltrar na capital, o historiador de 35 anos não hesitou.

Dezenas de homens de seu bairro o acompanharam para receber um fuzil Kalashnikov em um ponto de distribuição, um caminhão militar cheio de caixas de armas, explica.

No Facebook e na mídia, o Ministério da Defesa multiplica os pedidos de alistamento emergencial nas brigadas de "defesa territorial", instituição criada em 2015 para reforçar o exército regular.

Atualmente, basta ter entre 18 e 60 anos e ter passaporte para servir. Nenhum treinamento é necessário.

"Eles nos deram armas em um escritório de alistamento militar. Agora, a situação é tal que não podemos esperar pela convocação", explica outro voluntário, Volodimir Moguila.

O eletricista, já com certa idade e o rifle balançando no casaco, rola um pneu velho pela beira de uma estrada para reforçar uma barricada improvisada ao lado de um tanque ucraniano.

- "Braçadeira amarela" -

Vestindo jeans, roupas esportivas, tênis ou uniformes, os voluntários civis da "defesa territorial" são agora onipresentes na capital, ainda mais visíveis do que os militares regulares.

Para se reconhecerem, eles usam uma pequena braçadeira amarela, às vezes apenas uma fita adesiva, em volta do braço esquerdo.

Em uma cidade praticamente fantasma, seu constante ir e vir é óbvio. O cerco do inimigo se aproxima perigosamente sobre a capital e todos se preparam para um combate sangrento.

Mas, por enquanto, os russos, embora muito presentes nos arredores, só foram vistos em alguns primeiros combates furtivos no bairro de Obolon, nesta sexta-feira, no norte de Kiev.

Os voluntários civis deste distrito encontraram-se, para seu azar, na linha de frente. Seu quartel-general está localizado a poucos metros do local onde um comando de três veículos blindados supostamente russos espalhou o medo, abrindo fogo contra um civil e esmagando um carro.

A vítima ensanguentada ainda está deitada no chão.

- Poucas esperanças -

Mas os novos recrutas não prestam mais atenção no cadáver: eles estão ocupados recebendo um treinamento militar rudimentar e improvisado no estacionamento adjacente.

"Temos um inimigo muito poderoso à nossa frente", justifica o seu comandante, com o nome de guerra "Bob", um engenheiro informático de 51 anos com um olhar azul penetrante, portando um fuzil de assalto nas mãos.

Este armamento "não é suficiente para deter os helicópteros, nem para lidar com tanques", lamenta, pedindo à comunidade internacional que forneça armas ao seu país.

"Temos que parar Moscou, temos que parar o inimigo", insiste.

O voluntário Roman Bondertsev, que decidiu lutar "para não ficar parado em casa" enquanto a Rússia invadia seu país, diz estar pronto para defender sua cidade metro a metro, seja qual for o cenário. Mas ele também não tem muitas esperanças.

"Eu nunca segurei uma arma em minhas mãos até hoje. O que você quer? Vamos tentar o nosso melhor", ele afirma, o semblante claramente abatido.

"E se eles me matarem, haverá outros dois prontos para tomar o meu lugar", ele promete.

Em uma área florestal próxima à capital da Ucrânia, Kiev, tropas russas falsas cercam os reservistas do exército ucraniano, com uniformes de camuflagem.

Os aspirantes a soldados, que incluem arquitetos e pesquisadores, respondem aos tiros com réplicas de fuzis Kalashnikov, enquanto granadas de fumaça explodem ao redor.

"Acredito que todos neste país devem saber o que faze... caso o inimigo invada o país", declarou à AFP Daniil Larin, estudante universitário de 19 anos, durante uma pausa no treinamento.

Larin é um dos 50 civis ucranianos que viajaram de Kiev até uma fábrica soviética de cimento abandonada para treinar durante o fim de semana e aprender como defender seu país de uma possível invasão russa.

Dezenas de civis alistaram ao exército de reservistas da Ucrânia nos últimos meses, diante do medo de invasão da Rússia, que Kiev acusa de concentrar 100.000 soldados em suas fronteiras.

Com 215.000 militares, o exército ucraniano enfrenta desde 2014 um conflito com os separatistas pró-Rússia do leste do país, uma guerra que já provocou 13.000 mortes.

Moscou nega qualquer plano de invasão, mas o presidente russo, Vladimir Putin, não descarta uma resposta militar se a Otan, organização que a Ucrânia deseja integrar, persistir com sua expansão para o leste.

O corpo de reservistas ucraniano, que alcançou 100.000 membros, aprende "como usar armas, como deve comportar-se no campo de batalha, como defender cidades", explica Larin à AFP.

Marta Yuzkiv, médica de 51 anos, acredita que o exército russo é "amplamente superior" ao da Ucrânia, mas que o risco de uma escalada militar é "muito alto" e justifica a adesão aos reservistas.

"Só teremos uma chance se estivermos todos preparados para defender nossa terra”, disse.

Desde que se uniu aos reservistas em abril, Yuzkiv treina várias horas a cada domingo: ela fornece assistência médica, atira com os fuzis e cria pontos de controle.

O exército forneceu um uniforme militar, mas ela comprou o capacete, o colete à prova de balas e óculos táticos com o próprio dinheiro.

Seu grupo de aprendizes é parte de um batalhão treinado para defender Kiev em caso de ataque contra a capital da Ucrânia.

Vadym Ozirny, comandante de batalhão, explica que após uma reunião em um ponto de encontro, os reservistas devem trabalhar para proteger edifícios administrativos e infraestruturas críticas, assim como ajudar na retirada dos moradores.

"Com o equipamento, as armas e as ordens de comando, estas pessoas devem ter a capacidade defender sua casa", afirma Ozirny.

Denys Semyrog-Orlyk, um dos reservistas mais experientes, disse que está preparado para enfrentar a uma ofensiva real.

"Há oito anos, estou vivendo com o pensamento de que, até que consigamos dar um bom golpe na cara da Rússia, eles não nos deixarão em paz", disse o arquiteto de 46 anos à AFP.

"Entendo perfeitamente que sou um soldado. Posso ser convocado e tenho atuar como um militar", completou.

Treze civis foram mortos no estado de Nagaland, no nordeste da Índia, pelas forças de segurança, que abriram fogo contra um caminhão e depois contra um grupo de pessoas que protestava contra este incidente, informou a polícia local neste domingo (5).

O tiroteio ocorreu no sábado (4) em Oting, no distrito de Mon, na fronteira com Mianmar.

"A situação em todo o distrito de Mon está muito tensa agora. Temos 13 mortes confirmadas", disse Sandeep M. Tamgadge, da polícia de Nagaland.

Segundo o policial, seis trabalhadores foram mortos no caminhão que estavam a caminho de casa na aldeia de Oting, em uma emboscada das forças de segurança que acreditavam que o grupo tinha ligação com insurgentes na região.

Os familiares das vítimas, que foram procurá-los, descobriram os corpos e dirigiram-se às forças de segurança para pedir esclarecimentos.

"Foi então que estourou um confronto entre os dois lados e os membros das forças de segurança abriram fogo, matando outras sete pessoas", explicou o responsável da polícia.

Em um comunicado, o exército indiano disse que a emboscada foi armada com base em "informações confiáveis" indicando a presença de um grupo armado rebelde na área.

Um membro das forças de segurança também foi morto e vários outros ficaram feridos no incidente, explicou.

"A causa desta lamentável perda de vidas humanas está sendo investigada ao mais alto nível e as medidas apropriadas serão tomadas de acordo com a lei", de acordo com um comunicado do exército.

A declaração não especifica se os autores dos disparos faziam parte do exército indiano ou de outra força polícia ou paramilitar.

O primeiro-ministro de Nagaland, Neiphiu Rio, pediu calma e também anunciou uma investigação sobre o incidente "altamente condenável".

E o ministro do Interior indiano, Amit Shah, prometeu "trazer justiça às famílias enlutadas".

Nagaland e outros estados no extremo leste da Índia, uma região ligada ao resto do país por um estreito corredor entre Bangladesh e o Nepal, foram durante décadas palco de distúrbios promovidos por várias guerrilhas separatistas e autonomistas, bem como por tribos e grupos armados.

A insurgência diminuiu nos últimos anos, pois muitos grupos selaram acordos de paz com Nova Délhi, mas uma grande guarnição indiana permanece estacionada na área.

Pelo menos 37 civis foram assassinados no oeste do Níger, perto do Mali, em um novo massacre supostamente cometido por extremistas, o que eleva para mais de 450 o número de mortos em ataques destes grupos na região desde o início do ano.

O massacre ocorreu na tarde de segunda-feira (16) na aldeia de Darey-Daye, na região de Tillabéri, na chamada zona das "três fronteiras" entre Níger, Burkina Faso e Mali, palco frequente de violência "jihadista".

"Homens armados em motocicletas" dispararam "contra as pessoas que cultivavam seus campos", disse um político local à AFP.

Segundo ele, foram 37 mortes, incluindo quatro mulheres e 13 menores. Outras quatro mulheres ficaram feridas.

Esta aldeia fica 40 km ao leste da cidade de Banibangou, capital do departamento homônimo.

Em 15 de março, suspostos "jihadistas" assassinaram 66 pessoas em Darey-Daye, em ataques contra veículos que retornavam do grande mercado semanal de Banibangou.

Na semana passada, a ONG Human Rights Watch (HRW) estimou que mais de 420 civis foram mortos desde o início do ano no oeste do Níger em ataques de grupos "jihadistas". Além disso, dezenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas e fugir.

Cidades, povoados e aldeias das regiões de Tillabéri e de Tahoua são atacadas, regularmente, por grupos "jihadistas" armados afiliados ao grupo Estado Islâmico (IS) e à Al-Qaeda.

No sudeste do país, a população enfrenta as atrocidades dos extremistas do Boko Haram e do Estado Islâmico da África Ocidental (Iswap, na sigla em inglês).

Os procuradores-gerais repudiaram, em nota, nesta terça-feira (26), os casos de vacinação em pessoas que não integram o grupo prioritário da primeira etapa da vacinação contra a Covid-19.

Para os integrantes do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União (CNPG) frisa que além de a atitude ser moralmente reprovável também tem “repercussões criminais, civis e administrativas”.

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Na nota pública, o Conselho Nacional assegura que “os membros do Ministério Público estão fiscalizando de perto a elaboração e a execução dos planos de imunização em todo o País”.

Nota Pública | CNPG

O Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União (CNPG) manifesta a sua veemente reprovação em face dos numerosos episódios de violação das ordens de prioridade para a aplicação das vacinas contra a Covid-19 estabelecidas pelas autoridades sanitárias, que têm sido noticiados pelos órgãos de comunicação durante os últimos dias.

As condutas de quem burla a fila de prioridade para receber a vacina e de quem presta auxílio para que isso aconteça, além de serem moralmente reprováveis, têm graves repercussões criminais, civis e administrativas.

Por essa razão, os membros do Ministério Público estão fiscalizando de perto a elaboração e a execução dos planos de imunização em todo o País, para garantir que as vacinas sejam destinadas, com absoluta prioridade, aos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia e aos idosos, portadores de comorbidades e outros grupos mais vulneráveis e suscetíveis ao agravamento da doença, promovendo as responsabilidades daqueles que tenham cometido os desvios.

Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União

 

Jihadistas afiliados ao grupo Estado Islâmico na África do Oeste (Iswap) mataram no sábado (19) à noite cinco soldados nigerianos em uma emboscada contra um comboio militar no estado de Borno (nordeste da Nigéria), anunciaram neste domingo (20) fontes de seguraça.

Os combatentes deste ramo do Boko Haram, afiliado ao grupo Estado Islâmico (EI), também sequestraram 35 pessoas na sexta-feira e mataram uma mulher em um ataque contra outro comboio de civis na mesma região, segundo indicaram outras duas fontes de segurança.

No sábado à noite, um grupo de jihadistas, armados com lança-foguetes, abriram fogo contra um comboio militar nas proximidades da cidade de Mafa, à 44 quilômetros de Maiduguri, capital do Estado de Borno.

"Os terroristas lançaram uma granada contra o comboio que atingiu um veículo no qual se encontravam cinco soldados", declarou uma fonte da segurança à AFP, que pediu anonimato.

"Os cinco soldados morreram", segundo esta fonte. O balanço foi confirmado por outra fonte da segurança, que informou que os insurgentes se apossaram de dois veículos militares.

O ISWAP, que se dividiu do Boko Haram em 2016, tem concentrado seus ataques contra as forças-armadas e já matou dezenas ou centenas de soldados nigerianos, também são registrados ataques contra civis, algo que é cada vez mais recorrente.

Na tarde de sexta-feira, jihadistas tentaram uma emboscada contra um comboio de veículos que levavam civis, em uma autoestrada que liga Maiduguri com Damaturu, uma cidade situada no Estado de Yobe (aldeia).

"Os insurgentes chegaram em cinco caminhões equipados com metralhadoras e levantaram barricadas na autoestrada. Sequestraram 35 pessoas e as executaram uma a uma", declarou o responsável por uma milícia anti-jihadista pró-governamental, Umar Ari à AFP.

Os jihadistas saquearam nove veículos dos viajantes, incendiaram um caminhão e dois carros.

Mais de 36.000 pessoas já morreram e 2 milhões tiveram que abandonar seus lares na última década pela violência causada no noroeste da Nigéria.

O Azerbaijão acusou nesta quarta-feira (28) a Armênia de ter matado 21 civis e ferido várias dezenas em ataques com mísseis contra Barda, perto de Nagorno Karabakh, as piores vítimas civis em um mês de combates naquela região separatista.

A Armênia negou ter realizado o ataque, o segundo em dois dias que matou civis na região de Barda, e acusou as forças do Azerbaijão de terem bombardeado áreas povoadas de Nagorno Karabakh.

Esses ataques e acusações mútuas decorrem do fracasso de um cessar-fogo assinado sob a égide dos Estados Unidos, que deveria entrar em vigor na segunda-feira, mas foi rompido quase após sua entrada em vigor.

O conselheiro presidencial do Azerbaijão, Hikmet Hajiyev, acusou as forças armênias de dispararem mísseis Smerch contra Barda e usar bombas coletivas.

De acordo com o gabinete do procurador-geral do Azerbaijão, o ataque atingiu um bairro, matando 21 civis e ferindo pelo menos outros 70.

Na terça-feira, Baku já havia acusado a Armênia de ser responsável pela morte de quatro civis, incluindo um bebê, após um ataque com míssil a Barda.

Essas perdas são as mais graves para os civis do lado do Azerbaijão, após a morte de 13 pessoas no bombardeio de 17 de outubro em Gandja, a segunda cidade do país.

Uma porta-voz do Ministério da Defesa da Armênia, Shushan Stepanyan, chamou as acusações do Azerbaijão de "falsas e infundadas", assim como Yerevan havia feito na terça-feira.

A Armênia afirma, em vez disso, que as forças do Azerbaijão bombardearam duas cidades em Nagorno Karabakh, matando um civil e ferindo outros dois.

Tréguas fracassadas

Ambos os lados relataram que os combates continuavam em várias áreas da linha de frente na região montanhosa do Cáucaso e alegaram que ambos estavam no controle da situação.

Azerbaijão e Armênia lutam pela região de Nagorno Karabakh desde que separatistas armênios apoiados por Yerevan tomaram o controle da área em uma guerra na década de 1990, após a desintegração da União Soviética que deixou 30 mil mortos.

Desde a retomada dos combates em 27 de setembro em Nagorno Karabakh, as tropas do Azerbaijão ocuparam territórios que estavam fora do controle de Baku desde 1990.

De acordo com balanços parciais, cerca de 1.120 pessoas, incluindo cem civis, morreram após o início dos combates, enquanto o presidente russo Vladimir Putin falou em quase 5.000 mortos.

Até agora, a comunidade internacional não foi capaz de negociar uma trégua duradoura e, acima de tudo, uma solução pacífica para o conflito, e tanto o Azerbaijão quanto a Armênia têm sido bastante inflexíveis.

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