Nove civis são mortos em bombardeios do regime sírio

O ataque deixou barracas destruídas, entre manchas de sangue e pedaços de foguetes. Lá, os corpos de duas meninas jaziam no chão, cobertos, observou o correspondente da AFP

dom, 06/11/2022 - 12:27
Omar Haj Kadour Criança ferida recebe tratamento em hospital no acampamento de deslocados de Maram, em 6 de novembro de 2022 Omar Haj Kadour

Nove civis foram mortos e dezenas ficaram feridos neste domingo (6) quando foguetes disparados por forças do regime sírio atingiram campos de deslocados no noroeste da Síria, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Ao amanhecer, vários foguetes atingiram um acampamento e locais onde vivem deslocados na região de Kafr Jales, a oeste de Idlib, constatou um correspondente da AFP no local.

O ataque deixou barracas destruídas, entre manchas de sangue e pedaços de foguetes.

Equipes da Defesa Civil e grupos de moradores ajudaram os feridos e os levaram para hospitais próximos.

Lá, os corpos de duas meninas jaziam no chão, cobertos, observou o correspondente.

Mais de 30 foguetes caíram em várias áreas a oeste da cidade de Idlib, incluindo acampamentos, acrescentou a ONG.

"Estávamos nos preparando para ir trabalhar quando ouvimos tiros. As crianças ficaram assustadas e começaram a gritar", contou Abu Hamid, de 67 anos, que mora em um dos campos.

"Não sabíamos para onde correr. Não eram um ou dois foguetes, mas dez", acrescentou.

Os disparos ocorreram, de acordo com o OSDH – uma ONG sediada no Reino Unido que tem uma rede de informantes na Síria – um dia depois que cinco membros das forças do regime foram mortos em ataques de um grupo afiliado aos jihadistas da Hayat Tahrir al-Sham (HTS) no sudoeste de Idlib.

Quase metade dessa província e setores vizinhos pertencentes a Hama, Aleppo e Latakia são controlados pelo HTS, outrora um ramo sírio da Al-Qaeda, e por outras facções rebeldes.

Três milhões de pessoas vivem nessa região, metade das quais são deslocadas.

Desde que estourou em 2011, a guerra na Síria matou quase meio milhão de pessoas e forçou outras milhões a deixar suas casas.

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