Câncer de bexiga: conheça os riscos, sintomas e tratamento

Empresário e apresentador Roberto Justus foi diagnosticado com este tipo de câncer e fará sessões de quimioterapia de maneira preventiva

por Camily Maciel qua, 09/11/2022 - 17:16
Wikimedia Commons/ James Heilman, MD Detalhe de um carcinoma de células transicionais da bexiga. Wikimedia Commons/ James Heilman, MD

A cada ano, cerca de dez mil novos casos de câncer de bexiga são diagnosticados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença afeta mais homens do que mulheres. O empresário e apresentador Roberto Justus foi diagnosticado com este tipo de câncer recentemente. Justus revelou que um tumor maligno foi identificado precocemente em exames anuais de rotina e que fará sessões de quimioterapia de maneira preventiva.

 Segundo o Inca, homens brancos e de idade avançada são os grupos com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer. O tabagismo pode aumentar o risco e está associado à doença em 50 a 70% dos casos. A exposição a diversas substâncias químicas também está ligada ao desenvolvimento do câncer de bexiga. A detecção precoce do câncer possibilita maior chance de tratamento.

O câncer de bexiga atinge as células que cobrem o órgão e pode ser classificado em três tipos, de acordo com o Inca: Carcinoma de células de transição, onde começa nas células do tecido mais interno da bexiga, representa a maior parte dos casos; Carcinoma de células escamosas, que afeta células que podem surgir no órgão após infecção ou irritação prolongada; Adenocarcinoma, onde se inicia nas células de secreção, que também podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.  

FATORES DE RISCO

O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e se espalhar até os órgãos próximos, transformando-se em um câncer invasivo, que pode ser mais grave. Já nos casos em que o câncer se encontra limitado ao tecido que reveste a bexiga, ele é considerado superficial. Além do tabagismo, a exposição a compostos químicos relacionada principalmente ao trabalho, como agricultura, construção, fundição e indústria, também pode favorecer o surgimento desse tipo de câncer.

As medidas de prevenção incluem evitar fumar e o tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça de produtos derivados do tabaco por não fumantes em ambientes fechados. Além de não se expor aos derivados do petróleo, como por exemplo, tintas. Pacientes com este câncer podem apresentar sangue na urina, dor durante o ato de urinar, além da necessidade frequente combinada com a dificuldade de urinar.  

A apresentação pode ser de forma assintomática também, em alguns dos sinais. A identificação precoce do câncer permite ampliar as chances de tratamentos bem-sucedidos. A partir de sintomas sugestivos da doença, os pacientes podem ser submetidos a testes clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e investigação interna da bexiga por vídeo, podem apontar o diagnóstico do câncer.

TRATAMENTO

O rastreamento, que consiste em exames periódicos em pessoas em sintomas, pode ser feito para aqueles que fazem parte de grupos com maior chance de ter a doença. O tratamento varia de acordo com o grau de evolução da doença, podendo executar cirurgias, quimioterapia e radioterapia.  

A probabilidade de cura depende de fatores como a extensão do câncer, idade e saúde geral do paciente. Entre as opções de cirurgia, estão o procedimento de remoção pela uretra, retirada de parte da bexiga, com posterior construção de uma nova bexiga para armazenamento da urina. A quimioterapia pode ser realizada a partir da ingestão de medicamentos, injetada na veia ou aplicada diretamente na bexiga por um tubo invasivo pela uretra. Já a radioterapia pode ser indicada em tumores mais agressivos, com o objetivo de buscar preservar a bexiga.  

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