Paris: manifestantes curdos e polícia entram em confronto

Um homem matou três pessoas a tiros horas antes

sex, 23/12/2022 - 14:42
Thomas SAMSON Manifestantes entram em confronto com policiais franceses após uma entrevista do ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, no local onde vários tiros foram disparados ao longo da rue d'Enghien no 10º arrondissement, em Paris, em 23 de dezembro de 2022 Thomas SAMSON

Manifestantes curdos entraram em confronto com a polícia francesa em Paris nesta sexta-feira (23), perto de um centro cultural curdo, em frente ao qual um homem matou três pessoas a tiros horas antes, informou um jornalista da AFP.

Os incidentes começaram quando os manifestantes enfrentaram um cordão policial que protegia o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que se deslocou ao local para fornecer alguns detalhes da investigação em curso à imprensa.

As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que por sua vez responderam lançando projéteis contra eles e também fizeram fogueira com lixo e ergueram barricadas na rua.

Os confrontos continuavam na capital francesa por volta das cinco da tarde (13h00 no horário de Brasília).

O incidente aconteceu na Rue Enghien, no 10º 'arrondissement', próximo a um centro cultural curdo, em um bairro com inúmeras lojas e moradores de origem curda.

O ataque deixou pelo menos três mortos e três feridos, segundo balanço da Promotoria de Paris. Um homem foi preso logo após os fatos.

Segundo duas fontes policiais, o detido, um condutor de trem aposentado de 69 anos, de nacionalidade francesa, é conhecido por duas tentativas de homicídio cometidas em 2016 e dezembro de 2021.

Darmanin disse à imprensa que o detido "queria manifestamente atacar estrangeiros".

Segundo ele, "não é certo" que o atacante queria atingir "especificamente os curdos", depois que rumores nesse sentido circularam na Turquia.

"Ainda não sabemos as suas motivações exatas", enfatizou o ministro, que explicou que o suspeito "era atirador num clube esportivo e tinha inúmeras armas declaradas".

Entre as vítimas também não havia "nenhuma pessoa, que eu saiba, especialmente apontada e conhecida" pelas autoridades francesas, explicou Darmanin, em resposta a uma pergunta sobre sua eventual filiação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização considerada "terrorista" pela União Europeia.

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