No Cabo, ONG busca meninas e mulheres fora da escola

Ação do Centro de Mulheres do Cabo (CMC), realizada com apoio do Fundo Malala, integra a campanha Nenhuma Menina Fora da Escola

sex, 20/01/2023 - 12:34

O Centro das Mulheres do Cabo (CMC) está promovendo uma busca ativa de meninas, adolescentes e jovens mulheres fora das escolas do município, localizado na Região Metropolitana do Recife. A ação integra a campanha Nenhuma Menina Fora da Escola.

“Estamos realizando uma busca ativa para que as meninas a partir dos 12 anos, adolescentes e jovens mulheres, que gostariam de voltar a escola e estão encontrando dificuldade, de se matricular, de acesso ou de permanência, ligue para 99937.0817 que vamos contribuir para que elas tenham acesso e permaneçam estudando e tendo seus direitos garantidos”, afirmou a ativista pela Educação do Fundo Malala, Cássia Jane, que atua no CMC como coordenadora do projeto. 

Levantamento do CMC apontou que um dos principais motivos do abandono escolar foi o impacto direto da Covid-19. (Divulgação/CMC)

Em 2022, o CMC e o Fundo Malala lançaram um diagnóstico sobre a situação da evasão escolar de meninas no Cabo de Santo Agostinho. O material foi apresentado à prefeitura municipal junto com uma série de recomendações no sentido de prevenir a evasão escolar e orientar a busca ativa para o retorno dessas meninas e jovens mulheres à sala de aula, tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio.

O levantamento apontou que um dos principais motivos do abandono escolar foi o impacto direto da Covid-19. Nas entrevistas, 37,5% das mulheres indicaram que deixaram de estudar devido à falta de celular com internet, o que as impediu de acompanhar as aulas virtualmente.

A gravidez precoce também figura entre as principais causas de abandono escolar. Dentre as entrevistadas, 14,6% tiveram que trabalhar para gerar renda para a própria subsistência e de suas famílias. A interrupção das aulas presenciais foi avaliada como muita negativa pelas meninas, visto que 95,2% delas desejam voltar às aulas presenciais. Para 40%, as escolas não ofereceram a estrutura necessária para garantir segurança sanitária no contexto de pandemia. 

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