Presidente de Belarus pede trégua na Ucrânia e negociações
Lukashenko, que culpa o Ocidente e a Ucrânia pelo conflito, também disse que teme uma guerra nuclear devido ao apoio ocidental a Kiev
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, aliado da Rússia, pediu nesta sexta-feira (31) uma "trégua" na Ucrânia e negociações "sem condições prévias" entre os governos de Moscou e Kiev.
"Temos que parar agora, antes que a escalada comece. Arrisco sugerir o fim das hostilidades (....) para declarar uma trégua", disse Lukashenko, que está no poder desde 1994, em um discurso à nação.
"Todas as questões territoriais, de reconstrução, de segurança e outras devem e podem ser resolvidas na mesa de negociações, sem condições prévias", acrescentou.
Lukashenko, que culpa o Ocidente e a Ucrânia pelo conflito, também disse que teme uma guerra nuclear devido ao apoio ocidental a Kiev.
"Como resultado dos esforços dos Estados Unidos e de seus satélites, uma guerra total foi desencadeada na Ucrânia", o que significa que uma "terceira guerra mundial com incêndios nucleares surge no horizonte", afirmou em um discurso anual à nação.
"Todos vocês entendem e sabem que há apenas uma solução: negociações. Negociações sem condições prévias", insistiu.
Ao destacar que "complexo militar-industrial funciona a todo vapor na Rússia" e que a Ucrânia está "inundada de armas ocidentais", Lukashenko se declarou preocupado com uma "escalada" que provocaria muitas mortes.
Belarus não participa diretamente no conflito na Ucrânia, mas cedeu seu território ao exército russo para a ofensiva na capital ucraniana no ano passado e para a execução de ataques, segundo o governo de Kiev.