Moradores protestaram na BR-101 Reprodução/Instagram

Na noite da última quinta-feira (27), um jovem morador da comunidade do Detran, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, foi morto a tiros durante uma ação da Polícia Militar (PM). Rafael Paulo da Costa teria sido atingido por um policial, que, segundo moradores, é conhecido pela violência com que age no local.

Rafael Paulo foi morto por policiais. Foto: Reprodução/Redes sociais

O policial em questão já chegou a ser denunciado pela população local por impor medo e agir com violência. Segundo informações, a vítima, mais conhecida como Rafinha, tinha problemas psicológicos.

Rafael teria se deparado com a viatura do Grupo de Ações Táticas do Interior (Gati), cuja equipe lhe deu ordem de parada. Segundo o relato de testemunhas, Rafinha deu as costas e correu assustado. O policial disparou duas vezes, acertando na cabeça da vítima. Os policiais colocaram o jovem na viatura e o levaram ao Hospital Getúlio Vargas, mas ele não resistiu e veio a óbito.

Os moradores alegam que a vítima não era envolvida com tráfico e era bem quista por todos. Revoltados pelo ocorrido, atearam fogo na BR-101, próximo ao Atacadão, ainda na noite da quinta-feira (27), pedindo justiça pela vida do jovem. Eles também afirmam que não aguentam mais a violência imposta há tempos pelo policial envolvido no ocorrido. Um novo protesto foi realizado nesta sexta-feira (28).

Em uma publicação nas redes sociais sobre o ocorrido, uma internauta que diz ser prima de Rafinha defendeu que ele era inocente. “Meu primo não era errado, não era traficante nem pegava corre de bolsa, quem conhecia ele sabia que ele tinha problema mental e usava medicamentos, ele tinha sim necessidades especiais. O problema é que era pobre, favelado e de família humilde. Ele era muito inocente e tinha uma mentalidade de menino! Além de tudo, trabalhador, fez obra na minha casa e nunca mexeu em nada!”, disse no comentário.

A PM afirmou, por meio de nota, que na noite do ocorrido, dois homens dispararam contra a viatura, e os policiais reagiram. Os policiais também alegam que o jovem portava um revólver calibre .38 com seis munições, sendo uma deflagrada e quatro pinadas. O outro envolvido teria conseguido fugir.

Sobre o fato da vítima ter transtorno mental, a Polícia Militar dise não ter essa informação.

A Polícia Civil de Pernambuco registrou, por meio da Equipe de Força Tarefa de Homicídios da Capital, o homicídio decorrente de intervenção policial. As investigações seguem até o esclarecimento do ocorrido.