Começa a reunião de análise de conjuntura do Copom
É o quarto encontro no novo mandato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem pressionado pela queda de juros desde o início do ano
Sob renovada pressão diante da melhora do cenário inflacionário, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou às 10h15 desta terça-feira (20). É o quarto encontro no novo mandato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem pressionado pela queda de juros desde o início do ano.
O Copom começou na manhã desta terça com a primeira sessão de análise de conjuntura, primeira parte da reunião em que o Copom revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic. A discussão sobre a conjuntura se estende pela tarde de hoje e a manhã da quarta-feira, 21.
Na quarta à tarde, ocorre a segunda parte do encontro, quando o colegiado define o nível da Selic, que é anunciado a partir de 18h30.
Apesar da forte ofensiva do governo, a expectativa majoritária é de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida. De 46 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, 45 esperam estabilidade e apenas uma espera queda para 13,50% ao ano.
Mas a maioria do mercado prevê que o BC inicie o ciclo de flexibilização em agosto, exatamente um ano após finalizar o aperto monetário mais longo de sua história. Desde o Copom de maio, um conjunto de notícias favoráveis se acumularam no cenário inflacionário e foram reconhecidas por membros do colegiado.
Houve surpresas desinflacionárias nos dados de curto prazo, incluindo em preços de serviços, descompressão de expectativas de inflação e apreciação cambial, além de continuidade da deflação nos índices de preços ao produtor.
No campo fiscal, o novo arcabouço fiscal foi aprovado na Câmara, com endurecimento de regras, e está em tramitação no Senado, o que já teve efeito sobre o mercado de juros futuros.
Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que esse movimento e a queda de expectativas inflacionárias abrem espaço para um juro mais baixo à frente, embora tenha pedido "paciência" em evento com executivos do setor do varejo.
No Boletim Focus, as medianas são de 5,12% para o IPCA - índice de inflação oficial - de 2023, ainda acima do teto da meta (4,75%), e de 4,04% para 2024, superior ao centro da meta (3,00%). No último Copom, as projeções do colegiado eram de 5,8% e 3,6%, nessa ordem, mas a expectativa é de que haja redução nessa reunião graças à descompressão das medianas na Focus e a apreciação cambial.