Partes se posicionam sobre absolvição de Danilo Paes
Danilo Paes era acusado de ter participado da morte do pai. Acusação vai entrar com recurso
“Só Deus ouve, só Deus fala, a justiça dEle foi feita”. A frase foi a única fala feita por Danilo Paes, nesta quarta-feira (25), ao sair do Fórum Agenor Ferreira de Lima, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, após ter sido absolvido das acusações de envolvimento no assassinato do próprio pai, o médico cardiologista Denirson Paes, em maio de 2018.
Danilo Paes, absolvido. Foto: Júlio Gome/LeiaJá
Para Rafael Nunes, advogado de defesa que representou Danilo no caso, era uma questão de tempo para que uma resposta justa fosse dada pelo tribunal. “Desde o início eu falei que acreditava na justiça, que as provas do processo não eram capazes de condená-lo”, declarou.
Acusação vai entrar com recurso
O advogado assistente de acusação, Carlos André Dantas, afirmou que deverá entrar com um recurso contra a decisão do júri. “Para mim não é surpresa, porque tudo o que é possível não é surpresa. Mas nesse caso, nos resta agora recorrer. Aconteceram algumas situações dentro desse processo, foi dispensado um promotor de última hora, esse aí foi anunciado há dois dias que iria atuar sozinho, e isso interferiu, não deixa de interferir”, relatou o jurista.
Carlos André Dantas, advogado assistente de acusação. Foto: Júlio Gome/LeiaJá
Dantas disse que chegou a solicitar explicações à juíza ainda no primeiro dia do julgamento (24), tanto em relação à dispensa de um dos promotores, quanto ao fato de o promotor em exercício no caso é filho de uma juíza que trabalha na mesma Vara da magistrada que presidiu o julgamento, e que mora no mesmo bairro onde ocorreu o crime, em Aldeia. Os pedidos foram indeferidos pela juíza Marília Falcone Lócio.
O irmão mais novo de Danilo, Daniel, também se mostrou indignado diante da sentença proferida pela juíza, e afirmou que esperava justiça. “A gente acha que existe justiça, a gente esperava isso, acredito. Nunca fui revoltado a ponto de fazer alguma coisa, sempre fui na minha, estudando para trabalhar, seguir o legado do meu pai, então vou fazer isso, mas com muita tristeza e com sensação de impunidade, e que o trabalho da polícia serve de nada”, disse, de maneira veemente.
Daniel Paes, irmão de Danilo. Foto: Júlio Gome/LeiaJá
Justiça mantém única culpada
Danilo chegou a ser preso por seis meses no ano em que o crime ocorreu, mas foi posto em liberdade após pedido de Habeas Corpus. A esposa da vítima, Jussara Rodrigues, ré confessa, foi condenada a mais de 19 anos de prisão, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.