Fazenda reduz projeção de alta do PIB, de 3,2% para 3%

A estimativa para a expansão da atividade em 2023 passou de 3,2% para 3%. Para 2024, a revisão também foi para baixo, e a projeção para a expectativa de crescimento foi para 2,2%, ante 2,3%

ter, 21/11/2023 - 14:55
Diogo Zacarias A Fazenda ponderou que a perspectiva ainda é de aceleração no ritmo da atividade no último trimestre de 2023 Diogo Zacarias

O Ministério da Fazenda reduziu a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. De acordo com a grade de parâmetros divulgada nesta terça-feira, 21, pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade em 2023 passou de 3,2% para 3%. Para 2024, a revisão também foi para baixo, e a projeção para a expectativa de crescimento foi para 2,2%, ante 2,3% - estimativa usada na elaboração da peça orçamentária do próximo ano, que aguarda aprovação no Congresso Nacional.

De acordo com o Boletim Macrofiscal deste mês, o recuo na projeção de alta do PIB deste ano repercute a revisão na expectativa de crescimento da economia do terceiro trimestre, que caiu de 0,1% em setembro para 0,0%. Pesaram também as projeções menos otimistas para o setor de serviços no restante do ano. A Fazenda ponderou que, apesar dessas alterações, a perspectiva ainda é de aceleração no ritmo da atividade no último trimestre de 2023, motivada pelo crescimento de alguns subsetores menos sensíveis ao ciclo e pela resiliência do consumo das famílias, em função do aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores condições no mercado de crédito.

Para a projeção do ano cheio, esse menor crescimento esperado para o setor de serviços foi parcialmente compensado por um aumento na projeção de alta para a indústria, destacou a SPE. Para o setor agropecuário, a projeção de crescimento em 2023 permaneceu em 14%. Para a indústria, o crescimento esperado avançou de 1,5% para 1,9%, enquanto para serviços a projeção recuou de 2,5% para 2,2%.

Segundo a SPE, com o resultado projetado para o terceiro trimestre, o PIB deverá desacelerar de 3,2% para 2,8% no acumulado em quatro trimestres. Nessa mesma métrica de comparação, o PIB agropecuário deverá acelerar de 11,2% para 12,4% do segundo para o terceiro trimestre, o PIB industrial passará de 2,2% para 1,9% e o PIB de Serviços deverá desacelerar de 3,3% para 2,5%.

"Para o terceiro trimestre de 2023, a perspectiva é de desaceleração da atividade. Indicadores coincidentes, sobretudo relacionados à evolução da atividade em serviços e vendas, apontaram para menor crescimento nesse trimestre. Na comparação interanual, projeta-se crescimento de 2,0% para o PIB do terceiro trimestre, ante alta de 3,4% no segundo trimestre", explicou a secretaria.

Especificamente sobre o setor de serviços, a Fazenda pontuou que a desaceleração nos meses de julho, agosto e setembro (cuja expectativa de crescimento na margem foi revisada de 0,5% para 0,1%) acontece em decorrência dos resultados abaixo do esperado observados na PMS para Transportes terrestres; Armazenagem; e Serviços prestados às famílias em agosto e para Serviços Técnicos-Profissionais em setembro.

"Na PMC, também desapontou o desempenho de vendas de produtos alimentícios no atacado em agosto. Em parte, esses resultados repercutem o fim dos spillovers positivos vindos da forte colheita agrícola no primeiro semestre desse ano. Na comparação interanual, projeta-se desaceleração de 2,3% no 2T para 1,3% no terceiro trimestre, repercutindo, ainda nessa base de comparação, menores taxas de crescimento projetadas para Outros serviços; Informação e comunicação; e Atividades financeiras e queda para Comércio", pontuou a Fazenda.

Diferentemente de 2023 e 2024, as projeções da SPE sobre a variação do PIB foram mantidas em 2025 (2,8%), em 2026 (2,5%), e em 2027 (2,6%). No último relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 20, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central projetaram uma alta de 2,85% para o PIB de 2023. Para 2024, a estimativa no Focus é de alta de 1,50%. As projeções de mercado para os anos de 2025 e 2026 estão em 1,93% e 2,00%, respectivamente.

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