Como se prevenir das doenças de verão

Além da estação ser particularmente quente, as ondas de calor afetam a saúde de maneira mais agravante

por Rachel Andrade sab, 02/12/2023 - 08:00
Júlio Gomes/LeiaJá/Arquivo No verão as praias ficam mais cheias, causando aglomerações e riscos de contaminação Júlio Gomes/LeiaJá/Arquivo

O verão tropical brasileiro representa, para muitas pessoas, dias de praia e de festas, sendo comum que aconteçam viagens para outras cidades e estados. No entanto, uma consequência do calor elevado, juntamente com aglomerações em ambientes fechados, é a proliferação de vírus e bactérias, e a contaminação das pessoas. 

Para entender mais sobre as doenças comuns do verão, o LeiaJá conversou com Claudilson Bastos, médico infectologista e professor universitário, que explicou os principais quadros de saúde que podem acometer às pessoas durante o verão. 

Diarreias e gastroenterites infecciosas são alguns dos exemplos dados pelo médico, assim como algumas bactérias comuns nos períodos mais quentes do ano. Os problemas no trato gástrico e intestinal podem ocorrer devido à má conservação dos alimentos, principalmente em lugares onde as temperaturas aumentam vertiginosamente no verão. “O fato de você conservar a comida num lugar não apropriado, como por exemplo, fora da geladeira, exposto”, explicou. 

Outra doença comum nesse período do ano, e até bastante conhecida pela população, é a dengue, ainda uma das arboviroses que mais contamina as pessoas no Brasil. Segundo dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, 2022 registrou um total de 1.450.270 contaminados com a doença em todo o país. Em comparação, foram 174.517 casos de Chikungunya e 9.204 de Zika. 

Para além das arboviroses, Bastos pontuou que as aglomerações durante o verão também podem ser vetor de contaminação de outras doenças, muitas delas possíveis de ser prevenidas por meio da vacinação. “As pessoas que não estão se vacinando, infelizmente, e aí o vírus tem uma vantagem, que é a capacidade de sofrer mutações e variantes. Então, com isso, se você não é vacinado, e se você tem uma aglomeração e por maior tempo, o vírus tem maior oportunidade para ele sofrer mutações, porque passa de uma pessoa para outra”, comentou o médico. 

O especialista em doenças infectocontagiosas ressalta ainda os riscos de problemas na pele, como as micoses. Ele explica que no verão, as academias aumentam o número de pessoas matriculadas, e o uso de máquinas com pouca higienização pode ser porta de entrada para algumas bactérias ou fungos na pele. “Se perdeu um pouco [o costume de] limpar com álcool. Antigamente, até um tempo atrás, as pessoas limpavam. Não sei se em todas as academias, dependendo da academia, [existe material para] limpar, com papel e álcool”, aconselhou. 

Por fim, ele ainda aponta os riscos de doenças de pele na praia ou em banheiros públicos. “É bom relatar que as mulheres têm mais risco de infecção urinária, por exemplo, ao usar banheiros públicos. Elas podem ter contato nos assentos, e isso pode transmitir infecções. As mulheres já são mais propensas a contrair infecções urinárias, pela própria anatomia”, concluiu. 

Para evitar transmissões e infecções, no geral, em especial no verão, o médico indica alguns cuidados básicos, como a manutenção da higiene pessoal, como o hábito de lavar as mãos, evitar aglomerações, e sobre alimentos conservados, observar o que estiver à disposição para comer, além do uso de equipamentos de proteção individual, como a máscara, se for necessário. 

 

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