Grupo Gay da Bahia divulga vídeo com críticas a Presidente
Parlamentares da bancada evangélica também foram alvos da crítica
O conhecido coletivo pela luta dos direitos civis do homossexuais, o Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou um vídeo em que o fundador da organização, o antropólogo e professor doutor da UFBA, Luiz Mott, ataca os posicionamentos tomados pela presidente até o momento em seu mandato. As principais queixas foram relacionadas ao veto do kit anti-homofobia nas escolas.
"Infelizmente, nunca antes na história desse país tivemos um presidente ou presidenta tão homofóbica como a senhora", disparou no começo do vídeo. Mott continua falando do que ele considera um dos grandes equívocos do governo com as causas LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). "Esse Kit não foi inventado de última hora. Ele foi preparado com verba do Ministério da Educação e custou R$ 2 milhões aos cofres públicos. Teve pesquisa, apoio da Unesco, do Conselho de Psicologia, Mais de seis milhões de jovens deixaram de ser capacitados para respeitar, mais de três mil professores e de seis mil escolas".
Mott ainda diz que Dilma só vetou o Kit por pressão da bancada evangélica, citando os deputados Magno Malta, Antony Garotinho, Marcelo Crivela “e fez sem nem ao menos ter visto os três filmes, sem ter lido as cartilhas, sem sequer ter conversado com seu ministro na época, o Haddad”, continuou
Em outro momento, o líder do movimento gay responsabiliza a presidente pela morte do menino capixaba Rolliver de Jesus, de 12 anos, que se enforcou com um cinto da mãe por causa de homofobia no ambiente escolar. "Cometeu o suicido por sua causa! Ele não aguentava mais o bullyng nas escolas.” acusou.
O antropólogo também comentou as declarações de Dilma de que o governo não faria propaganda de homossexuais: "Nós, gays e lésbicas somos 16% da população brasileira, não queremos privilégios, queremos direitos iguais. Tudo o que é da causa gay é vetado pelo governo. É ignorância falar em opção sexual. Não é opção, é orientação. Uma presidenta da república, falar em opção sexual reflete um baixíssimo nível de conhecimento intelectual".
Além de Dilma, ele falou sobre a decisão do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de proibir a veiculação dos filmes de prevenção à Aids para gays no carnaval. "Entre os gays e, sobretudo, entre os jovens gays o nível de contaminação de HIV chega à 11%, enquanto que entre os héteros é de 1%. E a senhora proibiu um filmete que não havia sequer beijo gay, enquanto a televisão mostra cena de sexo. Vetou pela homofobia". Em outro momento ele fala “você e seu ministro se ajoelham aos pés dos evangélicos, que dão chute em imagens de nossa senhora em cadeia nacional, e que não querem qualquer respeito às religiões de matrizes africanas”.
Outro ponto foi a onda de violência contra gays no Brasil. O antropólogo mencionou o episódio do espancamento de uma casal homossexual na Estação Pirajá, em Salvador: "Nós estamos no fundo do poço em termos de direitos humanos para os homossexuais. Queremos uma nação livre, justa e igualitária. Reconheça o mal feito e que foi um equívoco. Libere o kit, libere o filme de prevenção". De acordo com o levantamento feito pelo GGB, somente em 2012, foram mortos 81 homossexuais no Brasil.