Brasileiro que vota nos EUA fala sobre fraude nas eleições

O técnico em informática que vota em Utah falou sobre a fragilidade das eleições em alguns estados do país

ter, 06/11/2012 - 20:32
Gutemberg Lucena/Cortesia Gutemberg (segurando o bebê) e seus familiares nos EUA Gutemberg Lucena/Cortesia

A reportagem do LeiaJá conversou com um brasileiro que mora há treze anos nos Estados Unidos sobre o período de campanha e os problemas encontrados no sistema eleitoral. Segundo o técnico em informática, Gutemberg Lucena, morador da cidade de Orem, no estado de Utah, as eleições nos EUA podem ser burladas - não existe compra de votos, mas sim atividades fraudulentas nos estados onde não é necessário o cidadão se identificar para validar o seu voto.

“De fato, foi reportado hoje que algumas gangues estavam tentando intimidar as pessoas. Tem muita gente que pega as informações de eleitores e vão votar cedo no lugar deles. Aí o eleitor fica impedido, pois alguém já havia votado por ele antes. Isso já aconteceu nesta eleição”, declarou Gutemberg.

Em outros estados é preciso levar um documento de identificação como passaporte americano, carteira de motorista ou certidão de nascimento.  “Aqui no estado de Utah, todos os eleitores tem que mostrar pelo menos um tipo de identificação, mas muitas pessoas já foram demitidas por causa de atividades fraudulentas quando trabalhavam com a apuração de votos. Penso que seria melhor se todos tivessem um cartão de eleitor, como aí no Brasil”, comentou.

Casado com uma americana e pai de quatro filhos, Gutemberg fala sobre a campanha presidencial nos Estados Unidos. Segundo o brasileiro, não há boca de urna nem pessoas distribuindo panfletos e santinhos, muitas pessoas só conhecem os candidatos por meio da internet, jornais ou TV. “Aqui a eleição acontece muito rápida, demorei no máximo três minutos para votar.”

Muitos candidatos só vão a eventos marcados por antecedência e não há o corpo a corpo direto com os eleitores, igual ao Brasil. “Eu penso que seria mais eficaz se eles visitassem algumas vizinhanças quando estão participando de comícios”, afirmou Gutemberg, que também opinou sobre os presidenciáveis nos Estados Unidos.

De acordo com o brasileiro, o candidato à reeleição Barak Obama prometeu ajudar os latinos americanos e os negros na última eleição, mas veio realizar algo de concreto há poucos meses. “Suas ações tentaram comprar os votos quando deu a permissão de trabalho para jovens estudantes que não possuem uma documentação legal. Os negros ainda são minoria aqui e têm muitos programas que ajudam a entrar nas faculdades com bolsas pagas pelo governo”, contou.

Para Gutemberg, o republicano Mitt Romney tem mais experiência na parte privada e competência comprovada para tornar o governo mais eficaz, pois os Estados Unidos precisam de uma liderança financeira. “No governo de Obama houve mais gastos públicos do que no de outros presidentes. Se ele ganhar os impostos vão aumentar e as pequenas e médias empresas terão dificuldades para empregar as pessoas”, defendeu.

Mesmo passando por uma das maiores crise financeiras e com um alto índice de desempregados, o brasileiro finalizou afirmando que a América do Norte é a terra "que da grandes oportunidades para todos" e que tem o desejo de ser bem sucedido por lá.

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