Familiares e amigos dão adeus a Fernando Lyra

Segundo familiares, mesmo com a doença o ex-ministro se interessava pelo cenário político de PE

sex, 15/02/2013 - 16:04

Semblantes tristes e molhados por lágrimas. Este foi o cenário do velório do ex-ministro da Justiça Fernando Lyra, iniciado por volta do meio dia desta sexta-feira (15) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). No local, a viúva Márcia Lyra, demais familiares, amigos, políticos e até admiradores fizeram questão de se despedir do político.

Logo na entrada da Casa Joaquim Nabuco, centenas de pessoas aplaudiram a chegada do corpo trazido por batedores da cavalaria da Polícia Militar. No plenário da Alepe, onde ocorreu o funeral, diversas coroas de flores foram enviadas por amigos, políticos e por alguns órgãos como o Tribunal de Justiça de Pernambuco, entre outros.

A deputada estadual e sobrinha do ex-ministro, Raquel Lyra (PSB), frisou a forma articuladora que o ex-ministro agia no cenário político e lamentou a morte do tio. “Este é um momento de profunda tristeza que eu não queria que chegasse, mas fica o legado de Fernando Lyra inquestionável pela defesa política de sua generosidade de sua forma de articular as coisas como a luta pelo fim da censura e da ditadura militar”, citou a socialista.

A sobrinha do ex-ministro também relembrou que mesmo enquanto Fernando Lyra esteve doente não deixou de se preocupar com a política. “Ele sempre acompanhava as coisas do Estado e queria saber como estavam acontecendo à política em Pernambuco, inclusive há muito tempo que disse que Eduardo é brilhante no cenário nacional”, relembrou a deputada questionada sobre o apoio do ex-ministro a possível candidatura do governador á presidência da República em 2014.

O irmão do ex-ministro e também vice-governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PDT) afirmou a forma futurística que Lyra enxergava Eduardo Campos. “Ele sempre disse que Eduardo seria um nome de política nacional”, comentou. O vice-governador disse também, que apesar do irmão ser otimista, estava ciente da gravidade da doença. “Desde novembro que ele estava ciente da sua fragilidade na saúde”, disse João Lyra.

Além de familiares, admiradores e populares também lamentaram a morte de Fernando Lyra. Para o vendedor autônimo e cadeirante, Severino Sandro Albuquerque, 39 anos, que conheceu o político num semáforo do Recife, o que mais admirava no ex-ministro era a forma humilde de ser. “Ele realizou meu sonho que era participar do desfile oficial de 7 de setembro. Ele tinha capital financeiro, mas mesmo assim, sempre me tratou bem, apesar de eu ser deficiente e sem renda. Desde então, nos tornamos amigos, ele me deu o telefone dele e sempre nos comunicávamos. A última vez que falei com ele foi no natal”, disse o vendedor muito emocionado.

Outra popular que também falou da forma humilde de Fernando Lyra foi a aposentada Severina da Silva, 87 anos. “Para mim ele é uma estrela. Trabalhei em várias campanhas eleitorais dele e sou grata por ter me conseguido um emprego de agente administrativa na Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes”, conta a aposentada.

Fernando Lyra morreu na tarde dessa quinta-feira (14) no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, onde estava internado desde o dia 5 de janeiro deste ano. O corpo do político será encomendado às 16h dessa sexta-feira pelo Monsenhor Olivaldo Pereira. Em seguida, ocorrerá o enterro marcado para às 17h no cemitério Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana do Recife.

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