A atuação das mulheres na política

Ao longo dos anos o gênero feminino vem ampliando os espaços adquiridos e se engajando em funções decisivas à sociedade

sex, 08/03/2013 - 10:26

Elas são mães, esposas, mulheres e porque não políticas? No Dia Internacional das Mulheres, o portal LeiaJá faz um levantamento do cenário político do gênero feminino em atuação no Brasil. Ao longo dos anos, esse quadro apesar de ainda ser pequeno, vem ocupando espaços nas prefeituras, câmaras, senado e ainda na Presidência da República.

Um fato inusitado ocorrido no Brasil foi à escolha da presidente da república Dilma Rousseff (PT). Mas, não é apenas a gestora nacional que ganhou espaço no exercício de mandatos. Mesmo com uma quantidade ainda inferior em relação ao gênero masculino, as mulheres já são presença atuante em vários órgãos representativos da sociedade. 

No Senado Federal existem oito mulheres em exercício representando os diferentes Estados brasileiros. Na Câmara Federal este número aumenta para 41, sendo uma pernambucana, a deputada Luciana Santos (PCdoB), que inclusive é a primeira líder do partido na Casa Federal do sexo feminino. Já na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) o número cai para cinco representantes, igualmente ocorre na Câmara do Recife. Nos municípios do Estado, as prefeitas somam um pouco mais que uma dezena.

Segundo a deputada federal Luciana Santos, a atuação do gênero feminino na política é uma necessidade ao bem da democracia brasileira. Ele afirma que é necessário refletir no âmbito das políticas o que já é real na sociedade, porque as mulheres já são mais de 42% da população economicamente ativa do País. “Nos últimos 10 anos diminui muito a desigualdade das mulheres, mas hoje no Nordeste, crescemos mais do que os homens em relação ao empreendedorismo. Somos maioria nas universidades e em escolaridade. No entanto, apesar de termos uma presença muito marcada ainda somos muito pouco no espaço de decisão política então, é preciso resolver esse paradoxo”, contextualizou a parlamentar.

A deputada estadual, Terezinha Nunes (PSDB) também pontuou o crescimento das mulheres, mas reconheceu que a presença ainda é pequena. “Eu acho que estar cada vez maior a atuação da mulher, embora temos muito a andar ainda, considerando que temos menos de 10% dos cargos eletivos”, argumentou a tucana.

Terezinha também citou que no Estado ainda há poucas atuações do gênero feminino e que, segundo ela, existe ainda preconceitos oriundos das famílias. “Em Pernambuco nunca tivemos uma mulher governadora, em Recife nunca houve uma prefeita e também nunca tivermos representatividade no Senado Federal. Nosso estado é muito machista, as famílias evitam que as mulheres entram na política, os pais quando escolhem os filhos são sempre homens, e as mulheres são produtos do voto de opinião pública”, ressaltou.

Para Luciana Santos é necessário implementar uma reforma política que diminua essa diferença, já que na Câmara Federal, por exemplo há apenas 8,7% de mulheres. “É verdade que a gente vive um momento de muita firmação do papel da mulher no espaço público, a exemplo disso temos a presidente Dilma que valorizou o papel das mulheres nos ministérios, que nunca tivemos na história do País, mas precisamos de reforma política para poder melhorar essa relação”, frisou.

A parlamentar citou que algumas melhorias nas políticas públicas podem ajudar o crescimento do gênero feminino no cenário político. “Precisamos de mais creches, programas integral da saúde da mulher, combate a violência doméstica e sexual. Outros fatores importantes é a inserção de livros didáticos para poder massificar outros conceitos entre homens e mulheres”, sugeriu.

A líder do PCdoB na Câmara Federal e ex-prefeita da cidade de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR) comentou também sua atuação no município e a quantidade pequena de mulheres liderando partidos em Brasília. “Quando prefeita eu costumava dizer que meu governo era um governo rosa choque, metade do meu secretariado era de mulher, procurando mostrar a capacidade política que a mulher tem de gerir, tomar decisão e fazer mudança. Já na Câmara Federal eu sou a terceira mulher da história da Casa Federal a liderar um partido. Antes de mim só passou Ana Arraes e Cristina Tavares”, acrescentou.

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