Saída do PSB do governo pode beneficiar PMDB

Para especialistas a aliança entre PT e PMDB tende a ficar mais forte com a retirada do PSB do cenário político

qui, 19/09/2013 - 18:00

A saída do PSB do Governo Federal pode render bons frutos para outros partidos, entre eles o PMDB que protagonizou, há alguns meses, uma crise interna com o PT. A participação dos peemedebistas na gestão de Dilma Rousseff (PT), já tem um amplo leque, por ocupar a cadeira da vice-presidência, no entanto com o crescimento nacional do nome do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), o vice Michel Temer (PMDB), poderia ser substituído por Campos. Caso a vontade do ex-presidente Lula, de ter o socialista na chapa majoritária, se sobressaísse. 

Para o cientista político e professor da UFPE, Adriano Oliveira, a entrega dos cargos do PSB consolida a aliança do PT com o PMDB e deixa os petistas ainda mais dependentes dos peemedebistas. “A saída do PSB reforça a aliança entre o PMDB e o PT. Agora o PMDB tende a assumir os cargos que eram do PSB. E com certeza o PT fica cada vez mais refém do PMDB”, afirmou o estudioso.

Corroborando a opinião de Oliveira, o cientista Túlio Velho Barreto, o PMDB só encerra a aliança com o PT, caso aja uma perspectiva de derrota do PT nas eleições de 2014. “A saída do PSB do governo de certa forma favorece a estabilização da relação do PT e PMDB, durante este último período o PSB esteve se colocando como uma alternativa, que daria uma coloração mais a esquerda para o governo. Com o afastamento do PSB o PMDB vai ficar mais a espaço dentro do governo do PT. O PMDB só saí desta aliança se ele tiver uma perspectiva de derrota”, assegurou o especialista.

A iniciativa do PSB tem sido encara por muito como “louvável”, inclusive, para representantes do PMDB em Pernambuco. No entanto o estreitar de laços entre os peemedebistas nacionais e os petistas, foi encarado pelo vereador do Recife, Jayme Asfora (PMDB), como algo negativo. “Pode ser que venha a fortalecer a aliança dos dois partidos, mas acho isso ruim para o PMDB, pois assim a legenda fica ainda mais marcada pelo estigma de que vive a base de apadrinhamentos”, frisou Asfora. Sugerindo ainda que possivelmente os ministérios, antes ocupados pelo PSB, sejam agora ser encaminhados para a responsabilidade da vice-presidência.

O que segundo Velho Barreto, ainda é muito cedo para assegurar.“A presidenta pode usar os cargos para segurar outro partido, como o PDT, que queira seguir a mesma linha do PSB, mas a hipótese de ser dado para o PMDB não é descartada. Mas penso que ainda não existe nada definido”, disse.

COMENTÁRIOS dos leitores