Saída para os réus é a devolução do dinheiro, diz analista
Cientista Hely Ferreira disse que os acusados dificilmente fugirão do regime de reclusão
A expectativa para a nova fase do julgamento do mensalão é que alguns dos réus podem ter sua sentença decretada pelo Superior Tribunal Federal (STF). Dos 25 condenados, 13 terão o último recurso possível analisado pelo órgão a partir desta quarta-feira (13). Os outros 12 possuem embargos infringentes só serão julgados em 2014. De acordo com o professor e cientista político, Hely Ferreira, alguns dos acusados não poderão fugir do regime de reclusão. Para ele, a saída mais pedagógica para os delatados é a devolução do dinheiro.
“Não vejo outra saída. Tem sentenças que são de regime de reclusão. A única saída deles é fugirem do País, a ideia de devolver o dinheiro seria melhor do que o cárcere privado, poderia se chegar a um acordo sobre isso”, disse o analista, em entrevista ao Portal LeiaJá.
O STF negou os recursos do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses por corrupção ativa. O réu deve cumprir a pena em regime fechado. Outros que estiveram o recurso negado foram os deputados federais Waldemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry(PP-MT) e os ex-parlamentares Roberto Jefferson (delator do esquema do mensalão), Pedro Corrêa, José Borba e Bispo Rodrigues. Eles foram condenados em regime semiaberto ou a penas alternativas.
De acordo com Helly Ferreira, a negação de recursos do STF é um desrespeito às leis do País. “É um direito dos acusados, o STF não poder negar isso (os recursos). Eles precisam avaliar e discutir o recurso para depois sim aplicar a devida pena que já foi posta”, disse.
Em sua opinião a declaração de inocência da maioria dos condenados não vai mudar a opinião do STF. “Eles não podem negar se não existe prova. Isso tecnicamente não pode. Eles devem cumprir pena, independente do discurso de dizer que são inocentes, isso não vai afetar nada”, ressaltou Hely.
O cientista político voltou a afirmar que grande parte da população não se importa com o julgamento do mensalão. “As pessoas estão mais preocupadas com o bolso delas. O povão não está preocupado com essas coisas e sim a classe média alta que foi a rua e participou das manifestações. Mas nesses protestos ninguém vê pessoas que participam do bolsa família.