Emenda pode alterar tramitação de Medidas Provisórias

PEC 70, do Senado, deve ser concluída este ano pela Câmara dos Deputados

por Giselly Santos ter, 14/01/2014 - 14:02

A Câmara dos Deputados deve concluir, neste ano, a análise de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 70/11) do Senado que altera a tramitação das Medidas Provisórias (MP). Uma comissão especial analisa a matéria que, se aprovada, deve ser votada em dois turnos pelo Plenário da Câmara para só então ser promulgada.

A PEC determina a análise da admissibilidade das MPs pelas comissões de Constituição e Justiça da Câmara e do Senado nos primeiros dez dias de tramitação em cada uma das casas. A Câmara teria prazo de 80 dias para votá-la; o Senado, 30, e, depois, mais 10 dias seriam dados à Câmara para o caso de o texto ter sido alterado pelos senadores.

Atualmente, quando chega ao Congresso, a Medida é enviada para análise e votação de uma comissão mista de deputados e senadores criada com essa finalidade e só então segue para os plenários das duas casas, primeiro a Câmara, depois o Senado. As MPs vigoram por 60 dias, podendo ser prorrogadas uma vez por mais 60 dias. Elas passam a trancar a pauta da Câmara 45 dias após o início da tramitação no Congresso, desde que tenham sido aprovadas na comissão mista.

O presidente da comissão especial que analisa a proposta, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), pediu a prorrogação dos trabalhos por mais 20 sessões no final do ano passado. Ele destaca as duas principais mudanças trazidas pelo texto: mais prazo para o Plenário analisar as medidas e a proibição de incluir assuntos diversos ao tema original da MP.

"Hoje, essa comissão mista acaba utilizando todo o tempo de tramitação da medida provisória e resta para o Plenário pouquíssimo tempo. O Plenário acaba tendo que votar em um dia e até em horas, no final do prazo, como já aconteceu, sem a possibilidade de conhecer melhor a matéria, de discutir melhor. O outro tema que a PEC aborda é a questão dos chamados ‘jabutis’, matérias estranhas que surgem nas medidas provisórias", frisou Picciani.

*Com informações da Agência Câmara

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