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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou neste sábado (30) a medida provisória (MP) que cria o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que visa a descarbonização da frota automotiva do país, por meio de incentivos fiscais.

A medida, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, amplia as exigências de sustentabilidade dos veículos e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística.

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Neste domingo (31), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, explicou que o Mover deve atrair investimentos no setor de energia e eficiência energética para o país, em razão dos benefícios tributários.

A MP prevê o estímulo à realocação de plantas industriais de outros países no Brasil. Essas empresas terão crédito financeiro equivalente ao imposto de importação incidente na transferência das células de produção e equipamentos e também terão abatimentos no Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativos à exportação de produtos e sistemas elaborados no Brasil.

O novo programa inclui também limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos e cobra menos imposto de quem polui menos, criando o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Verde.

O governo ainda dará incentivo fiscal para que as empresas invistam em descarbonização e se enquadrem nos requisitos obrigatórios do programa. Os recursos serão de R$ 3,5 bilhões em 2024, R$ 3,8 bilhões em 2025, R$ 3,9 bilhões em 2026, R$ 4 bilhões em 2027 e R$ 4,1 bilhões em 2028, valores que deverão ser convertidos em créditos financeiros.  

Para isso, as empresas devem dispender, no mínimo, entre 0,3% e 0,6% da Receita Operacional Bruta. Cada real investido dará direito entre R$ 0,50 e R$ 3,20 de créditos que poderão ser usados para abatimento de quaisquer tributos administrados pela Receita Federal.

O novo programa é uma expansão do antigo Rota 2030, criado em 2018 e já extinto. No Rota 2030, o incentivo fiscal médio anual foi de R$ 1,7 bilhão, até 2022. Em 2012, também foi criado programa semelhante, o Inovar Auto. Segundo o governo, todos têm como meta reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030, estabelecendo requisitos mínimos para que os veículos saiam das fábricas mais econômicos, mais seguros e menos poluentes.

Inovações

O Mover, entretanto, traz outros avanços, como a medição das emissões de carbono do setor "do poço à roda", ou seja, considerando todo o ciclo da fonte de energia utilizada, aumentando os requisitos obrigatórios de sustentabilidade para os veículos comercializados no país. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a medição tradicional “do tanque à roda” continuará sendo exigida.

“Nós estamos fazendo do poço à roda. Então, o Brasil fica na vanguarda do mundo na questão da descarbonização”, disse. “Eu vou estimular uma indústria menos poluente, com descarbonização, mas analisando desde o poço, ou seja, como é que eu formo esse combustível. Então, no caso do etanol, eu vou desde a produção da cana até o consumo do combustível”, explicou. O mesmo vale para as demais fontes propulsoras, como bateria elétrica, gasolina e biocombustível.

No médio prazo, o novo programa prevê uma medição ainda mais ampla, conhecida como “do berço ao túmulo”, que vai abranger a pegada de carbono de todos os componentes e de todas as etapas de produção, uso e descarte do veículo.

“A partir de 2027, continua do poço à roda, mas será também do berço ao túmulo. Para o estímulo da mobilidade verde, eu vou levar em consideração como é que esse carro é fabricado, os equipamentos que são utilizados, quanto tem de pegada de carbono, até o túmulo, ou seja, o descarte do veículo”, acrescentou.

O Mover também deixa de ser uma política limitada ao setor automotivo e é definido como um programa de Mobilidade e Logística Sustentável de Baixo Carbono, o que, segundo o MDIC, proporciona a inclusão de todas as modalidades de veículos capazes de reduzir danos ambientais.

Outro benefício do novo programa é a redução de Imposto de Importação para fabricantes que importam peças e componentes sem similar nacional, desde que invistam 2% do total importado em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação em programas prioritários na cadeia de fornecedores, em inovação e modernização industrial.

Para isso, a MP do Mover cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), a ser instituído e gerenciado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sob coordenação do MDIC. A expectativa é de que os investimentos nesses programas alcancem entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões por ano. No Rota 2030, o investimento médio nesses programas foi de R$ 200 milhões ao ano.  

Tributação

Já para o cálculo do IPI Verde, haverá um sistema de recompensa e penalização, a partir de indicadores que levam em conta a fonte de energia para propulsão dos veículos, o consumo energético, a potência do motor, a reciclabilidade e o desempenho estrutural e tecnologias assistivas à direção.

Segundo o governo, esse sistema não envolve renúncia fiscal, já que uns pagarão abaixo da alíquota normal, mas outros pagarão acima. As alíquotas serão definidas por decreto presidencial nos próximos meses.

Para as medidas com incentivos fiscais, o governo deve indicar as fontes de recursos orçamentários para aplicação do benefício. Segundo Alckmin, R$ 2,9 bilhões já estão previstos no orçamento de 2024 e o restante será compensado com a retomada do imposto de importação para veículos elétricos.  

A partir de janeiro de 2024, carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in comprados fora do país voltarão a ser gradualmente tributados, de acordo com decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de novembro deste ano. Foi estabelecida uma retomada gradual das alíquotas e a criação de cotas iniciais para importações com isenção até 2026.

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (13) a Lei 14.753/23, que estende até 2028 o prazo para a aprovação de projetos autorizados a receber benefícios fiscais nas áreas de atuação das Superintendências de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Amazônia (Sudam).  A norma, sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é oriunda do Projeto de Lei 4416/21, do deputado Júlio Cesar (PSD-PI). O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.

A nova lei altera a regra estabelecida em 2001 pela Medida Provisória 2.199-14/01, que fixou a data-limite para os incentivos em 31 de dezembro de 2023. A lei estende o prazo até 31 de dezembro de 2028. 

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Incentivos

Podem obter benefícios as empresas que apresentarem projetos de instalação, ampliação, modernização ou diversificação em setores da economia considerados prioritários para o desenvolvimento regional.

Os incentivos são: - redução de 75% do Imposto de Renda e adicionais calculados com base no lucro da exploração; e - possibilidade de reinvestir 30% do Imposto de Renda devido, acrescido de 50% de recursos próprios. 

Sudene e Sudam

A área de atuação da Sudene abarca toda a Região Nordeste, além de 249 municípios de Minas Gerais e 31 do Espírito Santo. 

A Sudam engloba toda a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão). 

 

*Da Agência Câmara de Notícias

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória (MP) que recria o Bolsa Família em substituição do Auxílio Brasil nesta terça-feira (30). A medida segue para análise do Senado Federal. O texto foi aprovado com valor mínimo de R$600 por família, além do acréscimo de R$150 por crianças de zero a sete anos incompletos, chamado de Benefício Primeira Infância. Os deputados ainda rejeitaram o destaque apresentado para autorizar que o benefício do Bolsa Família seja usado para a contratação de empréstimos consignados.  

O relator do projeto, deputado Dr. Francisco (PT-PI) também acrescentou na medida provisória a continuidade do pagamento do adicional do Auxílio-gás. Anteriormente, o valor pago era de 50% do botijão, a partir de uma média calculada nos seis meses anteriores. O governo federal tem pressa para aprovar essa medida provisória no Congresso para garantir o adicional do vale-gás. Esse ponto não estava previsto no texto original como editado pelo Executivo, mas foi incorporado na comissão mista do Congresso sobre o tema, sob relatoria do deputado Dr. Francisco (PT-PI).

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Nos termos técnicos do Congresso, foi aprovado hoje (31), portanto, um projeto de lei de conversão - uma medida provisória com alterações. O adicional do vale-gás estava previsto em outra medida provisória anterior sobre o assunto e também sobre o Bolsa Família. Porém, esta MP antiga vai perder a validade nesta semana, já que ela não teve andamento no Parlamento. 

O governo conseguiu transferir e aprimorar o Bolsa Família na medida provisória mais nova analisada e aprovada hoje pela Câmera. Já o pagamento do complemento turbinado do vale-gás seria extinto. O tópico, então, foi acrescentado pelo relator petista durante a tramitação da MP na comissão mista para tentar salvar a questão. A medida provisória terá força de lei assim que publicada no Diário Oficial da União. No entanto, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado em até 120 dias para não perder o efeito. Neste caso da MP do Bolsa Família, o prazo de vencimento é 29 de junho.  

 

A Medida Provisória 1164/23, que recriou o programa Bolsa Família e extinguiu o Auxílio Brasil, foi aprovada na noite desta terça-feira (30) pela Câmara dos Deputados. Com a aprovação, fica garantido o pagamento de R$ 600 para as famílias beneficiadas, adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos de idade e bônus de R$ 50 gestantes, crianças entre 7 e 12 anos e adolescentes com mais de 12 anos. O texto da MP será encaminhado ao Senado.

Os deputados federais aprovaram o texto de autoria do relator, deputado Dr. Francisco (PT-PI).

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Embora o texto tenha retirado a vigência das novas regras a partir de 1º de junho, se a lei derivada da MP for publicada nesta data não haverá diferença prática.

Pela MP, poderão receber o benefício famílias com renda mensal per capita igual ou inferior a R$ 218. Antes, a renda exigida era de R$ 210. 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu esforço para aprovar as medidas provisórias que estão com próximas a perder a validade. "Vamos votar no Senado dentro do prazo, vamos apreciar [essas MPs] ainda que tenhamos que avançar noite adentro", disse Pacheco. 

A MP do Bolsa Família está em vigor desde 2 de março.

Auxílio Gás

Foi incorporado ao texto a MP 1155/23, que prevê o pagamento de um complemento do Auxílio Gás. O benefício equivale a metade do valor médio do botijão de gás. O auxílio normal é de igual valor.

O complemento será depositado a cada dois meses. Ao todo, a família irá receber o valor equivalente à média de um botijão de 13 Kg.

* Com informações da Agência Câmara de Notícias e da Agência Senado

O governo federal vai editar uma medida provisória para regulamentar o mercado de apostas esportivas no país, informou hoje (11), em Brasília, o Ministério da Fazenda. O texto foi encaminhado para os ministérios coautores: Planejamento, Gestão, Saúde, Turismo e Esportes. Após avaliação e assinatura, a proposta será encaminhada à Casa Civil, antes de ser submetida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O texto se debruça especificamente sobre a regulamentação de apostas de quota fixa, conhecidas como mercado de bets. Segundo o Ministério da Fazenda, a partir desse processo, os ministérios terão a possibilidade de editar portarias com regras para criar mecanismos que evitem e coíbam os casos de manipulação de resultados.

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Fonte de receita

A proposta também vai assegurar uma nova fonte de receita para o país. Pelo texto, as empresas serão taxadas em 16% sobre a receita obtida com todos os jogos feitos (chamado Gross Gaming Revenue, GGR), subtraídos os prêmios pagos aos apostadores. Sobre o prêmio recebido pelo jogador, serão tributados 30% de imposto de renda, respeitada a isenção de R$ 2.112.

A medida provisória prevê ainda a criação de uma secretaria dentro da estrutura do Ministério da Fazenda. Ela será responsável pela análise de documentos para aprovação do credenciamento de empresas de apostas no país. Essa secretaria também acompanhará o volume de apostas e a arrecadação, garantindo maior controle sobre o mercado de apostas esportivas de quota fixa.

“A medida provisória estabelece que somente as empresas habilitadas poderão receber apostas relacionadas a eventos esportivos oficiais, organizados por federações, ligas e confederações. As empresas não habilitadas incorrerão em práticas ilegais e estarão proibidas de realizar qualquer tipo de publicidade, inclusive em meios digitais”, disse o Ministério da Fazenda.

Diante do impasse em torno da instalação das comissões mistas para analisar medidas provisórias, senadores articulam a aprovação de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que garanta protagonismo para o Senado na discussão das MPs. A questão foi o tema central de reunião de líderes realizada nesta quinta-feira (16) na Presidência do Senado.

A ideia que vem sendo costurada é a alternância entre Câmara e Senado na tramitação das medidas editadas pelo Executivo e o fim das comissões mistas. Também está em discussão a possibilidade de essa mudança na Constituição valer para todas as MPs editadas pelo governo desde o dia 1º de janeiro. Medidas provisórias precisam ser analisadas em até 120 dias sob risco de perderem a validade ou, no termo usado pelos parlamentares, “caducarem”. Líderes do governo estão otimistas com uma solução nos próximos dias.

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"Interessa para o governo a resolução o quanto antes dessa controvérsia. Temos 15 MPs importantíssimas para o país. Não temos temor de que as medidas venham a caducar. Ainda temos 80 dias. Estou muito otimista. Estamos muitos próximos dessa solução", disse o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). 

A Constituição determina que comissões mistas formadas por deputados e senadores discutam e votem previamente as MPs antes de serem encaminhadas para os Plenários da Câmara e do Senado. Mas, em razão da pandemia, as MPs passaram a ser votadas diretamente pelos Plenários da Câmara e do Senado.

Com o fim da emergência sanitária, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, assinou um ato, no início do mês, para a retomada do funcionamento desses colegiados. Contudo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, ainda não assinou o documento, o que paralisou a análise das MPs. O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente da Câmara dos Deputados cumpra a determinação constitucional.

Na avaliação do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), o acordo em torno das MPs vai possibilitar avançar rapidamente na aprovação de uma PEC.

"Se tiver acordo, as coisas acontecem muito rapidamente. Como foram dois anos trabalhando em outro formato, as pessoas querem rediscutir o formato. Eu acho que o acordo vai acabar prestigiando as duas casas", apontou o senador.   

Para o senador Renan Calheiros (MDB-AL), a discussão sobre a PEC não afasta a necessidade de Arthur Lira cumprir a Constituição imediatamente: "A PEC, você pode discuti-la. É do processo legislativo. Só que a tramitação das PECs não tem nada a ver com o cumprimento da regra constitucional. Esse cumprimento tem que se fazer imediatamente. Ele [Arthur Lira] não pode impedir que o Senado cumpra o seu papel", disse o senador.

Por sua vez, Izalci Lucas (PSDB-DF) considera que qualquer mudança no rito das MPs deve garantir mais tempo para os senadores analisarem os textos. Uma queixa comum entre os senadores é que as propostas passam a maior parte dos 120 dias na Câmara dos Deputados (por onde começavam a tramitar durante a pandemia).

"Hoje, as MPs chegam aqui muito em cima da hora. Estamos cobrando esse tempo, essa comissão ou outra forma de tramitação das medidas provisórias. Não dá para continuar do jeito que está: o Senado carimbador de medida provisória", disse.

*Da Agência Senado

O senador Sérgio Moro (União-PR) quer blindar a definição do regime de metas de inflação da ingerência política. Ele propôs que mudanças no regime só possam ser decididas por unanimidade no Conselho Monetário Nacional. 

O ex-juiz acrescentou que, caso não seja possível alcançar a unanimidade, valerá a meta mais baixa. A proposta foi apresentada por meio de emenda à medida provisória (MPV 1158/2023) do novo governo que atualizou os nomes dos ministérios que participam do Conselho.

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A meta de inflação é determinada hoje pela maioria do Conselho Monetário Nacional, formado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. 

Para evitar a ingerência de um governo populista na definição das metas, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), acredita que o ideal é assegurar que todos os integrantes concordem com qualquer alteração.

“A proposta estabelece que para fixar ou alterar as metas de inflação e os intervalos de tolerância, a decisão teria que ser por unanimidade. Isso visa proteger e blindar a nossa economia de interferências populistas, necessário para estabilidade e pro crescimento econômico nós termos a inflação em patamares controlados. Mas apelos populistas podem enfraquecer esse regime de metas. Ao estabelecermos a unanimidade blindamos a economia dessas interferências”, disse Moro.

Sérgio Moro acrescentou que, caso não seja possível alcançar a unanimidade, valerá a meta mais baixa. “Além disso, se prevê que: caso não se consiga a unanimidade que prevaleça dentre os três votos aquele que contempla a proposição de índices menores, fixando assim um viés de redução progressiva, decrescente, dos índices de inflação que vai proteger salário do trabalhador e impulsionar nossa economia”, complementou. 

A proposta de Sérgio Moro foi apresentada por meio de emenda à medida provisória do novo governo que atualizou os nomes dos ministérios que participam do Conselho.

*Com informações da Agência Senado

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), assinou Medida Provisória que eleva de R$ 1.212 para R$ 1.302 o valor mensal do salário mínimo no País a partir de 1º de janeiro de 2023. A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) e, segundo a Secretaria-Geral da Presidência a correção considera uma variação prevista de 5,81% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de janeiro a dezembro de 2022, mais ganho real em torno de 1,5%.

Segundo a MP aos trabalhadores que recebem por dia ou por hora, o valor mínimo a ser pago na jornada será, respectivamente, de R$ 43,40 e R$ 5,92.

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"O valor de R$ 1.302 se refere ao salário mínimo nacional. O valor é aplicável a todos os trabalhadores, do setor público e privado, como também para as aposentadorias e pensões. A Medida Provisória será enviada ao Congresso Nacional para ser confirmada em convertida em lei, mas já começa a produzir efeitos a partir do dia 1º de janeiro de 2023", informou a Secretaria-Geral da Presidência.

O presidente Jair Bolsonaro editou nesta sexta-feira (17) uma medida provisória para permitir que a iniciativa privada possa comprar vacinas contra a Covid-19 diretamente com os fabricantes. 

A medida é decorrência do fim do estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), decretado em função da pandemia de Covid-19 no Brasil.

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De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência, a medida não trará prejuízos ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação. 

O órgão justifica que a vacinação no país atingiu doses suficientes para contemplar 100% dos grupos prioritários. Além disso, o Ministério da Saúde mantém contrato com a Pfizer para compra de 100 milhões de doses e a possibilidade de compra adicional de 50 milhões. 

"O que se vivenciava em 2021 - ante a escassez de vacinas no Brasil e no mundo, a iniciativa privada não estava autorizada a adquirir vacinas contra a covid-19, em detrimento do Poder Público - se modificou, e a escassez de vacinas restou superada, tendo o Estado sido capaz de ofertar vacinas à população em geral, em quantidade suficiente, conforme dados demonstrados pelo Ministério da Saúde", informou a secretaria. 

Líder do PSD no Senado, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) avaliou nesta quinta-feira, 5, que o Senado dificilmente não chancelaria a decisão da Câmara de retomar o despacho gratuito de bagagem na aviação comercial.

A medida foi aprovada pelos deputados no final de abril, por meio de emenda à Medida Provisória do Voo Simples, e agora precisa ser avaliada pelo Senado. Em audiência pública com representantes do setor e do governo, realizada pelas comissões de Infraestrutura e Assuntos Econômicos do Senado, Trad afirmou que, por conversas que mantém com os colegas da Casa, "dificilmente" a taxação da franquia de bagagem seria aprovada no Senado.

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"Vou manifestar o sentimento que tenho na planície do Senado, que é o plenário, dificilmente essa questão vai passar, de taxar a bagagem, é o que a gente sente conversado com os colegas", afirmou Trad nesta manhã.

O senador ainda questionou os convidados presentes na audiência se o retorno do despacho gratuito implicaria no aumento geral das passagens aéreas. "Agora, isso vai implicar no que? Se vincularem isso, 'se não deixarem a gente cobrar a bagagem, nós vamos aumentar mais ainda o que já está aumentado'", especulou Trad.

Um dos argumentos levantados pelo setor que defende a possibilidade de cobrança é que a franquia gratuita não existe, já que, quando o despacho não pode ser cobrado do passageiro que carrega uma mala com mais de 10 kg, o custo é transferido e diluído na tarifa de todos os clientes.

Trad disse ainda que o Brasil já viveu um período em que a passagem era mais barata, o despacho não era cobrado, e o atendimento era melhor.

"Isso aconteceu. Se aconteceu, o que podemos fazer para pelo menos chegar perto ao que o setor já fez pela sociedade brasileira?", questionou Trad, que ressaltou ainda o auxílio recebido pelo setor aéreo para amenizar os impactos da pandemia.

"Quando o poder público foi chamado para auxiliar o setor, em razão da pandemia, o governo e o Congresso fizeram sua parte. Estão aqui elencadas folha inteira de isenções, benefícios, para que o setor pudesse sentir o menos possível o impacto de toda essa majoração negativa que a economia teve", disse.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), que é próximo ao governo, também apontou contrariedade com o modelo atual de cobrança. "Alguns pagam, porque despacharam no guichê, e outros não pagam, é esquizofrênico isso", disse Portinho, referindo-se aos pedidos das companhias aéreas para os passageiros despacharem as bagagens que levariam na cabine do avião. As malas permitidas na cabine, por sua vez, não podem ultrapassar 10kg.

Na audiência, o secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, reforçou a posição contrária do governo à gratuidade do despacho de malas com até 23 kg. Ele e outros integrantes do setor destacaram que o alto preço das passagens aéreas não está relacionado à cobrança pela franquia, mas a problemas estruturais, como o preço do combustível e o processo de reorganização do setor aéreo após o impacto da pandemia.

Em uma distopia não muito distante de nós, Lázaro Ramos nos apresenta seu novo longa “Medida Provisória”. O filme chega às telas do cinema nesta quinta-feira e conta com um elenco coberto de grandes nomes. A trama conta com Taís Araújo, Alfred Enoch e Seu Jorge como protagonistas, além de outros 77 atores, entre eles Emicida, Renata Sorrah, Adriana Esteves, Mariana Xavier e Paulo Chun.

De acordo com o diretor, a estética do filme tem algumas referências tiradas de obras mais contemporâneas, como “The Handmaid’s Tale” e “Black Mirror”. O roteiro do filme é a adaptação de uma peça de teatro de 2011, que imaginava um futuro tido como “impossível” de acontecer. “Infelizmente, de lá pra cá muito se assemelha a pontos da história contemporânea, e aí a ficção, mais uma vez, se confunde com a realidade”, afirmou Lázaro.

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Na sinopse, o governo brasileiro cria um “aparato de reparação histórica” que incentiva os negros a irem “voluntariamente” para a África. O verdadeiro objetivo desta ação fica claro ao ser decretada a Medida Provisória 1888 (Ano de aprovação da Lei Áurea). Esta nova medida obriga os cidadãos de melanina acentuada (como são descritos no filme) a voltarem compulsoriamente ao continente africano.

Fora do país, “Medida Provisória” fez sucesso em diversos festivais internacionais. No ano de 2020, o longa recebeu o prêmio de melhor roteiro no Indie Memphis Film Festival, nos Estados Unidos. Em 2021, a produção recebeu prêmios tanto no Pan African Film quanto no Festival de Huelva. Já no Festin Festival, em Lisboa, Lázaro Ramos recebeu um prêmio de melhor realizador.

Por Matheus de Maio

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (12) Medida Provisória (MP) que muda as regras do Programa Universidade para Todos (Prouni). O texto permite a oferta de bolsas pelas faculdades privadas a alunos vindos de escolas particulares sem bolsa. A matéria segue para o Senado.

Ao ser editada, em dezembro do ano passado, o governo federal justificou que a medida busca ampliar o acesso ao ensino superior a estudantes egressos do ensino médio privado que fizeram o curso com bolsas parciais. Na seleção, também está incluída a possibilidade de dispensa de apresentação do documento que comprove renda familiar e a situação de pessoas com deficiência, quando as informações estiverem disponíveis em bancos de dados de órgãos do governo.

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Além disso, houve alteração na reserva de cotas destinadas a negros, povos indígenas e pessoas com deficiência. Com a medida, o percentual de pretos, pardos ou indígenas e pessoas com deficiência será considerado de forma isolada, e não mais em conjunto.

A MP também prevê a inclusão de penalidade de suspensão imposta para quem descumpre as obrigações assumidas no termo de adesão e a readmissão da mantenedora da universidade punida com a desvinculação. Criado em 2005, o programa prevê a oferta de bolsas de estudos para estudantes de graduação em faculdades privadas em troca da isenção de tributos (IRPJ, CSLL e PIS/Cofins).

Segundo o relator, deputado Átila Lira (PP-PI), a medida modifica a sistemática de comprovação de quitação de tributos do fim do ano-calendário para periodicidade semestral a ser determinada pelo Ministério da Educação (MEC).

O relator explicou ainda que a MP foi editada após verificada necessidade de cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). “A esta motivação, acrescenta-se a necessidade de dar resposta a desafios que o Prouni tem enfrentado em função das repercussões oriundas da pandemia de covid-19, notadamente o crescimento de vagas ociosas nos processos seletivos mais recentes”, justificou. 

A mudança valerá a partir de julho de 2022 e estabelece uma ordem de classificação para a distribuição das bolsas, mantendo a prioridade para os egressos do ensino público:

- Pessoa com deficiência quando a reserva de vagas por cota for inferior a uma bolsa em curso, turno, local de oferta e instituição;

- Professor da rede pública de ensino para cursos de licenciatura, normal superior e pedagogia independentemente da renda;

- Estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;

- Estudante que tenha cursado parte do ensino médio na rede pública e parte na rede privada com bolsa integral da instituição;

- Estudante que tenha cursado parte do ensino médio na rede pública e parte na rede privada com bolsa parcial da instituição ou sem bolsa;

- Estudante que tenha cursado o ensino médio completo na rede privada com bolsa integral da instituição;

- Estudante que tenha cursado o ensino médio completo na rede privada com bolsa parcial da instituição ou sem bolsa.

O texto da MP estabelece que a quantidade total de bolsas para cotistas será calculada seguindo a proporção de pessoas que se autodeclararam pertencentes a qualquer um desses grupos, segundo o último censo do IBGE. Com as novas regras, o cálculo da cota seguirá o percentual de cada subgrupo.

O relator incluiu um novo subgrupo para os estudantes vindos de serviços de acolhimento familiar e institucional. É necessário que o candidato conste na base de dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Já o percentual será regulamentado pelo Poder Executivo.

Caso as vagas não sejam ocupadas por esses estudantes conforme o processo seletivo, deverão ser preenchidas pelos demais estudantes que preenchem os requisitos e por candidatos aos cursos de licenciatura, pedagogia e normal superior, independentemente da renda para os professores da rede pública.

Nesta semana, a Medida Provisória (MP) nº 1.108/2022 entrou em vigor, com alterações na legislação trabalhista do teletrabalho, como auxílio alimentação e regime de trabalho. Segundo informações divulgadas pelo Governo Federal, o objetivo é aumentar a segurança jurídica dessa modalidade de trabalho e otimizar o pagamento do auxílio-alimentação.

Para o advogado de direito empresarial e direito civil, Amadeu Mendonça, o trabalho home office ganhou muito espaço nas empresas, devido especialmente a pandemia da Covid-19. “O crescimento foi tão acentuado que o governo entendeu necessário promulgar a Medida Provisória nº 1.108/2022, apelidada de MP do teletrabalho” disse o especilista.

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Amadeu também explica que uma das objeções da nova MP é que a mudança do regime presencial para o remoto ficará à cargo do empregador, não sendo necessária a anuência do empregado. Porém, se a empresa optar por adotar o regime, deverá priorizar os empregados portadores de deficiências e os que tenham dependente até quatro anos de idade.

Por se tratar de uma MP, as mudanças terão validade por, no máximo, quatro meses e só poderá se tornar definitiva após aprovação do Congresso. Entre as regras principais que foram inseridas na MP, algumas podem ser destacadas. São elas:

- Contrato poderá dispor sobre os horários e os meios de comunicação entre empregado e empregador, desde que assegurados os repousos legais;

- Trabalhadores com deficiência ou com filhos de até quatro anos completos terão prioridade para as vagas em teletrabalho;

- A presença do trabalhador no ambiente de trabalho para tarefas específicas, ainda que de forma habitual, não descaracteriza o trabalho remoto.

- O teletrabalho também poderá ser aplicado a aprendizes e estagiários;

- Caso a contratação seja por jornada, a MP permite o controle remoto da jornada pelo empregador, viabilizando o pagamento de horas extras caso ultrapassada a jornada regular;

- No contrato por produção, não será aplicado o capítulo da CLT que trata da duração do trabalho e que prevê o controle de jornada;

- Ao teletrabalhador que reside em localidade diversa da sede da empresa, será aplicada a legislação e os acordos coletivos da região onde vive.

Auxílio-alimentação

Além das principais mudanças, também houve alterações no auxílio-alimentação. A MP 1.108 determina que o benefício seja destinado apenas a restaurantes e produtos alimentícios. O governo explica que a mudança tem como objetivo impedir que o auxílio seja usado para outros tipos de produtos.

A MP também proíbe companhias de receber descontos na contratação de empresas fornecedoras de tíquetes de alimentação. O governo afirma que o custo do desconto é, posteriormente, transferido aos restaurantes e supermercados por meio de tarifas mais altas, e estas aos trabalhadores.

O governo ainda estabeleceu um prazo de transição das normas para evitar insegurança jurídica nos contratos que já estão em vigor. Haverá cobrança de multa para as empresas em caso de descumprimento das novas regras, podendo variar de R$ 5.000 a R$ 50 mil.

Calamidade pública

Em situações de calamidade pública, o empregador terá a possibilidade de alterar o regime de trabalho para o teletrabalho, ou retornar para o presencial, sem que exista um acordo individual ou coletivo prévio, ou alteração contratual.

A MP também estabelece que nas situações de calamidade, a empresa precisa informar ao profissional sobre a antecipação das férias com pelo menos 48 horas de antecedência. O período de descanso não pode ser inferior a 5 dias corridos.

Caso a empresa e o funcionário desejem negociar a antecipação dos períodos futuros de férias, deverá ser por meio de contrato individual.

Em caso de rescisão do contrato, durante o período de calamidade pública, o valor das férias que não foram adquiridas serão descontas do valor da rescisão.

Regime de produção

O governo estabeleceu também a possibilidade de um profissional ser contratado para realizar o trabalho remoto no regime de produção. Nesses casos, não existe o controle do tempo de jornada de trabalho, cuja duração não é fixa.

“Passa a considerar o trabalho remoto como a prestação de serviços fora das dependências do empregador, de maneira preponderante ou não, podendo o labor ser desempenhado por jornada, por produção ou por tarefa, desde que conste expressamente no contrato de trabalho”, explica Amadeu Mendonça.

Dessa forma, o empregado poderá realizar as atividades em forma de demandas, no horário em que desejar trabalhar.

Amadeu Mendonça, ressalta que o comparecimento às dependências do empregador não descaracteriza o teletrabalho. “Na prática, a MP flexibilizou o controle de jornada para quem trabalha em home office ou regime híbrido, caso o contrato seja por produção ou tarefa, cabendo ao empregado comprovar apenas os resultados esperados pelo empregador”, explicou, ainda, Amadeu.

A medida estabelece que no caso de home office por produção ou tarefa, não haverá pagamento de horas extras nem do adicional noturno, devido a não estar sujeito a controle de jornada. Poderá existir acordo entre empresa e trabalhador para definir horários em que as comunicações podem ser feitas entre as partes, desde que exista os repousos previstos por lei.

“Vale destacar que a questão da ausência do controle de jornada, se não for expressamente prevista no contrato de trabalho – e respeitada pelo empregador -, poderá culminar na judicialização do caso” conclui Amadeu.

Equipamentos de trabalho

A responsabilidade de adquirir, manter e fornecer equipamentos de trabalho e infraestrutura para o home office é da empresa, e caso o funcionário tenha gastos com isso, será necessário realizar reembolso, com prazo previsto em contrato ou em 30 dias a partir da mudança do modelo de trabalho.

Caso o profissional tenha recebido equipamentos de trabalho para realizá-lo de forma remota, incluindo softwares, máquinas e ferramentas digitais, o tempo de uso delas fora do horário de atividades não pode ser configurado como regime de sobreaviso ou prontidão para trabalhar, apenas se existir previsão em acordo individual ou coletivo.

Profissionais de outras regiões

“Outra inovação é a aplicação desta legislação aos nômades digitais, profissionais que prestam serviço no Brasil, mas residem no exterior, bem como para estagiários e aprendizes”, explica Amadeu.

Quem presta serviços para empresas estrangeiras, mas residem no Brasil, são assegurados da legislação trabalhista brasileira.

A antiga legislação não permitia que o teletrabalho pudesse ser feito de forma alternada ou em regiões diferentes da empresa contratante.

Vale ressaltar que o custo deslocamento do profissional para o trabalho presencial será responsabilidade do próprio empregado, salvo disposição em contrário estabelecido entre as partes.

O Cinema São Luiz promove, nesta segunda-feira (4), a pré-estreia de Medida Provisória, com a realização de debate após exibição com a presença do diretor Lázaro Ramos. A sessão está marcada para às 19h, com ingressos à venda a partir das 18h. O elenco do filme é formado por nomes como Taís Araújo, Seu Jorge e Alfred Enoch. Este último é britânico, filho de mãe brasileira, e iniciou a carreira na franquia Harry Potter.

O enredo se passa num futuro distópico em que o governo brasileiro decreta uma medida que obriga cidadãos negros a voltarem à África como forma de reparar os tempos de escravidão. A partir desse conflito e da história de amor vivida pelos personagens de Taís e Alfred, o filme debate questões sociais e mistura humor, drama e suspense.

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Medida Provisória entra na programação do circuito nacional dia 14 de abril. Para o debate no Cinema São Luiz após a exibição, além do diretor, participam Érico Andrade e Alfred Enoch. Érico é psicanalista, filósofo e professor de Filosofia da UFPE, com doutorado na Universidade de Sorbonne, pesquisando identidades e racismo.

Além de atuar na saga dos filmes Harry Potter, o ator Alfred Enoch conseguiu notoriedade como Wesley Gibbins, personagem que viveu na série Como Defender um Assassino (How to Get Away with Murder, em inglês), protagonizada por Viola Davis e à disposição do público no catálogo da Netflix.

É a estreia de Lázaro Ramos como diretor. Ator, apresentador, cineasta e escritor, o baiano iniciou a carreira no Bando de Teatro Olodum. Madame Satã (2002) foi seu primeiro longa como protagonista. Escreveu quatro livros infantis e Na Minha Pele, um dos mais lidos da atualidade.

SESSÃO MEMÓRIA - Entre a quinta (31) e a quarta-feira (6), tem início também a Sessão Memória, com a exibição no sábado (2) de Lavoura Arcaica (2001) e debate após a exibição com Renata Pimentel. Ela é doutora em Teoria Literária e professora da UFRPE.

O espaço na grade do Cinema São Luiz para a Sessão Memória tem o objetivo de exibir filmes não-contemporâneos, que olham para o passado ao mesmo tempo que merecem ser revisitados e debatidos à luz da atualidade.

Lavoura Arcaica é uma adaptação do livro de Raduan Nassar pelos olhos de Luiz Fernando Carvalho. No Festival de Brasília de 2001, levou o título de melhor filme e Selton Melo, o de melhor ator. A produção teve estreia no Recife há 20 anos. No enredo, André deixa a família, a paixão incestuosa pela irmã e as rígidas regras do pai. Mais adiante, porém, volta para casa atendendo ao pedido do irmão. Neste retorno, questionamentos se transformam em violência.

SESSÃO FAMÍLIA - Entra na programação o infantil Passagem Secreta. No filme, Alice é obrigada a se mudar sozinha para uma pequena cidade, onde encontra um novo grupo de amigos. Ao invadir um parque de diversões para resgatar um dos seus colegas, ela descobre segredos sobre a sua identidade e precisa fazer escolhas. Seguem em cartaz Drive My Car, Licorice Pizza e A Felicidade das Pequenas Coisas.

*Via assessoria de imprensa.

"Como a gente deixou chegar nesse ponto? Como a gente riu disso?", questiona um personagem no longa "Medida Provisória", uma distopia na qual o governo brasileiro ordena o "retorno" das pessoas negras para a África sob o pretexto de reparar o passado escravocrata.

Estreia do ator Lázaro Ramos na direção, o filme segue sem previsão de lançamento comercial, em meio a dificuldades com a Agência Nacional do Cinema (Ancine). Foi exibido pela primeira vez no Brasil durante o 23º Festival Internacional de Cinema do Rio, com uma calorosa recepção.

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A liberação para o público geral depende da Ancine, que há mais de um ano não dá retorno conclusivo aos recursos submetidos pela produção, segundo sua assessoria.

Desde que o imbróglio veio à público, a agência tem sido acusada de censura velada ao filme, em especial por opositores ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

"Não vou dizer se é burocracia, ou censura, qualquer um dos dois é um entrave para a cultura", declarou Lázaro Ramos em debate posterior a uma exibição no festival.

Em abril, Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, de promoção da cultura afro-brasileira, pediu boicote ao longa, descrevendo-o como "pura lacração vitimista e ataque difamatório contra o nosso presidente".

'Sensibilizar'

A obra já rodou o mundo em festivais, com uma ótima recepção pela crítica e prêmios no Indie Memphis Film Festival, no Pan African Film (ambos nos Estados Unidos), no Festival de Huelva (Espanha) e no Festin Festival (Lisboa).

"O propósito do filme é sensibilizar. Quero que a pessoa assista, chore e pense que ela é capaz de fazer alguma coisa na luta antirracista. Quero que a pessoa sorria e se sinta forte", disse à AFP o diretor, que apontou que a narrativa brinca com sua linguagem, passeando entre o drama, a comédia e o thriller.

No Festival do Rio, o elenco e a equipe viram pela primeira vez a reação do público brasileiro.

"Foi muito emocionante", contou à AFP a atriz Taís Araújo. Ela interpreta a médica Capitu, casada com o advogado Antônio, papel do anglo-brasileiro Alfred Enoch, conhecido por "Harry Potter" e "How to Get Away with Murder".

Sua personagem é uma "mulher negra que inicialmente não está a fim de falar sobre racismo, só quer se dar o direito de viver, mas a vida chama e ela precisa mergulhar" no tema, explicou.

"Medida" é uma adaptação da peça "Namíbia, não!", de 2011, também dirigida por Lázaro Ramos e escrita por Aldri Anunciação, que também é ator e corroterista do longa.

'Filtro'

A Ancine alega que o projeto está em "fase de análise do pedido de investimento para a sua distribuição em salas de cinema" e segue o "trâmite normal".

A produção rebateu, detalhando que o que impede o lançamento é "a demora da Ancine em concluir os trâmites necessários para a troca de distribuidora do filme", pedido feito no final de 2020.

A área técnica do órgão público não encontrou nenhum obstáculo e já deu sinal verde, mas ainda falta aprovação final de sua Superintendência de Fomento, segundo a advogada do filme.

Assim, a data de estreia já precisou ser alterada duas vezes. Por ter recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) investidos em sua produção, esclareceu ela, o primeiro destino comercial do longa precisa ser o cinema.

O caso lembra o ocorrido com "Marighella", sobre o guerrilheiro Carlos Marighella, morto pela ditadura militar. Dirigido por Wagner Moura, o filme teve dois recursos negados pela Ancine em 2019.

Em julho do mesmo ano, Bolsonaro havia expressado o desejo de filtrar produções do cinema nacional.

"Se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine. Privatizaremos, ou extinguiremos", afirmou o presidente.

Atrasado ainda pela pandemia, "Marighella" - protagonizado por Seu Jorge, que também atua em "Medida", no papel do jornalista André - acabou estreando em novembro deste ano.

Questionado sobre as dificuldades de se abordar temáticas sociais no Brasil, Lázaro Ramos ressaltou o papel da arte: "A gente não vai parar de debater, porque é um tema importante, é pensar como esse país foi construído [...] A arte é muito poderosa, a gente não pode abrir mão desse lugar".

Com objetivo de promover o acesso gratuito à internet em banda larga móvel aos alunos da educação básica da rede pública de ensino integrantes de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais, o governo federal cria o Programa Internet Brasil. A Medida Provisória nº 1077, de 7 de dezembro de 2021, que institui o programa está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (8).

De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência da República, o Internet Brasil será “implementado de forma gradual, observada a disponibilidade orçamentária e financeira, e poderá alcançar outras pessoas físicas, beneficiárias de políticas públicas instituídas pelo Poder Executivo federal nas mais diversas áreas”.

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Diz ainda que acesso gratuito à internet em banda larga móvel poderá ser realizado, sem prejuízo de outros meios, por intermédio da disponibilização de chip, pacote de dados ou dispositivo de acesso, além de poder ser concedido a diferentes alunos integrantes da mesma família.

Caberá ao Ministério das Comunicações, entre outras medidas, a gestão e coordenação das ações, monitorar e avaliar os resultados, assegurar a transparência na divulgação de informações e estabelecer as características técnicas e a forma de disponibilização do serviço de acesso gratuito à internet em banda larga móvel.

Para a implementação do programa, o ministério poderá ainda fazer contratos de gestão com organizações sociais, realizar parceria com organizações da sociedade civil de interesse público e dispor de outros instrumentos de parceria com organizações da sociedade civil, previstos em lei. Poderão ser firmadas também parcerias com entidades privadas para a consecução dos objetivos do Internet Brasil, desde que haja interesse comum na execução do programa.

A medida provisória prevê que os órgãos e as entidades da administração pública federal, estadual, distrital e municipal poderão aderir ao Internet Brasil, devendo, para tanto, celebrar instrumento próprio, se houver repasse ou transferência de recursos financeiros.

*Com informações da Secretaria-Geral da Presidência da República

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) assinar Medida Provisória (MP) que permite que o Programa Universidade para Todos (ProUni) passe a aceitar estudantes de escola privada sem bolsa integral, o ex-ministro da educação, Fernando Haddad (PT), afirmou que Bolsonaro "começa a destruir o ProUni".

O programa foi criado durante a gestão de Haddad no Ministério da Educação, em 2004, e tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação e de cursos sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior.

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O foco era os estudantes que vinham de escolas públicas ou que estudavam em escolas privadas com bolsas integrais. A Medida Provisória de Bolsonaro mudou essas regras.

"Hoje, por MP, Bolsonaro começa a destruir o Prouni. Um dos programas que eu mais me orgulho de ter concebido, junto com minha companheira Ana Estela. Quase 3 milhões de jovens, pobres, pretos e periféricos beneficiados. A Câmara deveria devolver para o Planalto esse lixo. Nojo", declara o ex-ministro da Educação.

Foi divulgada, nesta terça-feira (7), no Diário Oficial da União, uma medida provisória (MP) assinada pelo presidente Jair Bolsonaro que altera o Programa Universidade Para Todos (Prouni). O programa, que concede bolsas de estudos integrais e parciais em instituições particulares, passa, agora, a atender também alunos de escolas privadas sem bolsa. A medida também altera as porcentagens na reserva de cotas.

A Secretaria-Geral da Presidência afirma que a decisão tem como objetivo ampliar o acesso a estudantes egressos do ensino médio privado que fizeram o curso com bolsas parciais. No novo processo, não será necessária a apresentação de documentação que comprove a renda familiar e a situação de pessoas com deficiência, desde que as informações estejam disponíveis em bancos de dados de órgãos do governo.

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Outra novidade é com relação a reserva de cotas destinadas a negros, povos indígenas e pessoas com deficiência. O percentual, que antes considerava o grupo como um todo, agora passa a ser considerado de forma isolada. A medida também prevê penalidade de suspensão a casos em que se descumpre as obrigações assumidas no termo de adesão e de readmissão da mantenedora da universidade punindo com a desvinculação.

Na véspera dos atos do dia 7 de setembro - convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) -, o chefe do Executivo assinou uma medida provisória que altera o Marco Civil da Internet, "combatendo a remoção arbitrária e imotivada de contas, perfis e conteúdos por provedores". A medida foi anunciada na página da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) da Presidência da República, no Twitter. 

Além da exigência de justa causa e motivação em caso de cancelamento, suspensão e exclusão de conteúdos e funcionalidades das contas nas redes sociais, o dispositivo prevê ainda direito de restituição do conteúdo disponibilizado pelo usuário na rede.

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A Secom aponta que "o governo do Brasil segue buscando meios de garantir todas as justas e morais liberdades desta nação". Esta MP pode favorecer os bolsonaristas, já que publicações do próprio presidente Bolsonaro e de seus apoiadores foram excluídas das redes sociais durante a pandemia da Covid-19 por desinformar sobre a doença.

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