Campos e Marina anunciam pré-candidatura do PSB

Chapa será formada por PSB, Rede, PPS e PPL. Candidatura deve ser homologada em junho, durante a Convenção Nacional do PSB

seg, 14/04/2014 - 20:28
Renato Costa/Estadão Conteúdo Eduardo Campos é o pré-candidato do PSB a presidente, tendo Marina como postulante a vice Renato Costa/Estadão Conteúdo

Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (Rede Sustentabilidade) lançaram, nesta segunda-feira (14), em Brasília, a pré-candidatura à Presidência da República. Com discurso afinado e apoio do PPS e PPL, eles defenderam o debate das propostas de governo, mas fizeram duas críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff. 

“O Brasil parou. O Brasil perdeu o rumo estratégico. O povo brasileiro foi perdendo fé e a crença de que a vida pode melhorar no futuro. O mundo perdeu o interesse pelo Brasil. E nós não podemos deixar o povo brasileiro desanimar de seu futuro”, considerou Campos.  “Hoje aqui anunciamos que estaremos juntos pelas ruas do Brasil para construir um novo Brasil. Estaremos juntos não só na campanha, mas também no governo. O Brasil quer uma liderança que construa o diálogo com a sociedade. Esse país merece de nós a capacidade de realizar sonhos”, frisou.

“Nesses seis meses, nós começamos a tecer juntos com uma força autêntica da mudança que não quer voltar atrás, mas que andar para frente. Aqueles que apostavam que a aliança não ia dar certo hoje nos veem anunciar as nossas pré-candidaturas. A nossa aliança programática hoje se transforma numa aliança eleitoral”, disse Marina Silva durante o discurso. “Estamos aqui para demonstrar que aquilo que dissemos há três anos de que a esperança tinha vencido o medo não era mentira, porque isso é o que o povo brasileiro está vivendo: acreditando no seu futuro, para fazer esse país se tornar um lugar bom de se viver”. 

O ex-governador de Pernambuco prometeu uma campanha propositiva. “Vamos fazer um debate como sempre fizemos. Limpo, mas aguerrido de quem sabe vencer as dificuldades. Vamos pra cima fazer o debate que devemos fazer”, disse Eduardo.

A indicação das pré-candidaturas de Campos e Marina deve ser homologada em junho, na Convenção Nacional do PSB. Até lá, eles devem finalizar o programa de governo através de debates que estão sendo realizados em todos as regiões. 

Críticas

Durante o discurso na cerimônia de anúncio da candidatura, Campos admitiu que o Bolsa Família e o Cadastro Único dos Programas Sociais (CadÚnico) são uma boa ação, mas que precisam ser aprimorados. “Só o Bolsa Família não adianta. Essas pessoas precisam ter acesso a vários programas que deem base para a melhoria de vida. Tudo isso para que as filhas do Bolsa Família não se tornem as mães do Bolsa Família”, salientou.

Ele não deu certeza sobre a continuidade do programa, caso vença as eleições, mas deu indicações de que a iniciativa será mantida com reformulações. “Nós temos que acabar com o terrorismo eleitoral de que ‘temos que votar em tal candidato para garantir a manutenção de tal programa’. Isso não existe. Esse direito é uma conquista do povo e não de qualquer partido”, frisou.

Eduardo Campos também propõe uma reformulação da gestão pública, inclusive no primeiro escalão do governo federal. “Precisamos diminuir o número de ministérios. Talvez para a metade. O número de ministérios, eu ainda não sei, mas o importante é aprimorar os mecanismos da governança para combater e prevenir a corrupção, com mais transparência”. 

Ele negou que os partidos aliados serão beneficiados com o comando das pastas, caso vençam o pleito de outubro. “Temos que parar com essa política de distribuir os ministérios para os partidos políticos. Não se pode entregar os ministérios como se fosse propriedade privada de tal partido. Temos que ter pessoas competentes no comando e isso independe de filiação política”, destacou. “Os partidos que quiserem chegar até nós com esse interesse, não adianta”, completou.

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