Mauro Iasi propõe iniciação científica na educação básica
Candidato do PCB à Presidência da República também defende uma política de Estado de longo prazo para o setor
O candidato do PCB à Presidência da República, Mauro Iasi, disse nesta segunda-feira (25) que pretende incentivar a iniciação científica na educação básica brasileira. Segundo ele, a proposta é fundamental para garantir o avanço científico e tecnológico do país. A afirmação foi feita durante encontro com o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis.
No encontro, na sede da ABC, no Rio de Janeiro, Iasi recebeu um documento com propostas que a academia está entregando a todos os candidatos à Presidência. “Não é possível desenvolver uma política sustentável de ciência e tecnologia de longo prazo, se não criarmos uma base educacional, cultural na nossa sociedade. É necessária uma escola pública de qualidade universal e gratuita para todos, onde a gente possa desenvolver ali programas especiais de iniciação científica e iniciação ao desenvolvimento da pesquisa”, disse Iasi.
De acordo com Iasi, além desse incentivo à ciência e tecnologia nas escolas, é necessário também ter uma política de Estado, de longo prazo, para o setor. “A política de ciência e tecnologia no Brasil tem respondido a programas e linhas de financiamento que oscilam muito, na direção e na natureza, de governo para governo. Ou mesmo dentro de um mesmo governo”, afirmou.
Um terceiro eixo de sua proposta para ciência e tecnologia é o estímulo à produção científica nacional. “As grandes empresas têm seus centros de desenvolvimento em tecnologia fora do país, desenvolvendo aqui o que é necessário, simplesmente transferindo tecnologia e conhecimento na medida de seus interesses, protegendo suas patentes. Reflexo disso é o pouco número de pesquisadores brasileiros envolvidos nas grandes empresas multinacionais”, disse.
Segundo ele, é importante ainda que o país tenha um controle maior sobre pesquisadores estrangeiros que se aproveitam, por exemplo, de recursos naturais brasileiros para desenvolver produtos farmacêuticos por empresas de outros países. Em relação ao gasto anual de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em ciência e tecnologia, segundo números da ABC, Iasi disse que o valor é pequeno e que é preciso investir mais.