Denúncia do LeiaJá repercute na Câmara do Recife

Reportagem foi veiculada no último domingo (30) e abordou o uso de cassetetes por parte de seguranças contratados pelas empresas de ônibus

por Elaine Ventura ter, 02/12/2014 - 16:00
Clélio Tomaz/LeiaJáImagens/Arquivo O parlamentar levou a denúncia veiculada pelo Portal LeiaJá para ser discutida na Câmara do Recife Clélio Tomaz/LeiaJáImagens/Arquivo

No último domingo (30), o portal LeiaJá publicou uma reportagem que denunciava o uso de cassetetes por parte dos seguranças contratados pelas empresas de ônibus. De acordo com a matéria, para controlar o acesso dos passageiros ao coletivo e inibir o vandalismo, os seguranças poderiam utilizar a ‘força’ para garantir a ‘ordem’ nas paradas de ônibus localizadas nas imediações do Pina e Boa Viagem.

Ao se deparar com a denúncia, o vereador do Recife Raul Jungmann (PPS) decidiu entrar com uma representação no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra as empresas de ônibus. Dentre os argumentos da ação está a denúncia de instituição de milícias privadas e o uso de violência contra passageiros nas paradas da Avenida Engenheiro Antônio de Góes.

Segundo  o líder da bancada de oposição na Câmara do Recife, a atitude ‘violenta’ é desumana, pois fere a dignidade da população. “Essa situação é desumana. Jamais poderia imaginar que chegaríamos a esse ponto. A população já apanha da polícia quando faz protestos nos ‘currais integrados’ – sim, porque não são terminais integrados. E agora, quando vai pegar o coletivo na volta para casa de um domingo de lazer na praia, é tangido como um gado e leva pancadas de cassetetes por parte de funcionários das empresas de ônibus. Isso é um absurdo sem tamanho”, criticou Jungmann.

O tema também foi levado à Câmara do Recife, nesta terça-feira (2). Na tribuna do legislativo municipal, o parlamentar se disse revoltado e declarou que a denúncia será formalizada no MPPE e Polícia Federal. “A população está sofrendo com a ação de milícias contratadas por empresas de ônibus que estão utilizando cassetetes e paus de forma irregular. Conforme denúncia, eles utilizam os instrumentos para inibir o tumulto, mas ferem os direitos humanos quando ameaçam os usuários dos transportes coletivos. É lamentável ver a população sofrendo esse tipo de agressão durante o seu momento de lazer. Não podemos deixar que isso aconteça”, indignou-se o vereador.

A data da representação junto ao Ministério Público ainda não foi definida, mas a assessoria informou que o vereador está aguardando apenas a documentação que está sendo finalizada pelos advogados de Raul Jungmann.

COMENTÁRIOS dos leitores