Três deputados disputam a presidência da Câmara

Para ser eleito, candidato precisa de maioria absoluta em primeiro turno ou maioria dos votos em segundo turno. Eleição será no dia 1º de fevereiro

por Dulce Mesquita qua, 14/01/2015 - 11:20
Câmara dos Deputados Julio Delgado, Arlindo Chinaglia e Eduardo Cunha disputam a Presidência da Câmara Câmara dos Deputados

No dia 1º de fevereiro, a Câmara dos Deputados irá eleger a nova Mesa Diretora. Nesse período de recesso, os candidatos à Presidência da Casa estão em campanha para conseguir o maior número de votos possível.

O processo de eleição em primeiro turno prevê a vitória para o candidato que alcançar a maioria absoluta dos votos dos 513 deputados, ou seja, 257 votos. Se nenhum dos concorrentes chegar a esse número, os dois mais votados disputarão a eleição em segundo turno. Assim, o presidente será o que obtiver a maioria dos votos válidos.

Os candidatos

Favorito para assumir o comando, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é líder do partido na Câmara. O economista de 56 anos vai para o quarto mandato como deputado federal. No Legislativo, ele também já exerceu o cargo de deputado estadual no Rio de Janeiro. Já no Executivo, ele presidiu a Telerj (Telecomunicações do Estado do Rio de Janeiro) e a Companhia Estadual de Habitação (Cehab) e foi subsecretário de Habitação do Governo do Rio de Janeiro.

Nessa reta final de campanha, Cunha está tendo que enfrentar a citação do nome dele em um suposto esquema de desvio de dinheiro, revelado durante as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Cunha negou as acusações e disse que essa é uma estratégia dos adversários “para atrapalhar a campanha pela Presidência da Câmara”. Sobre a relação com o governo de Dilma Rousseff, ele disse que a “Câmara não deve ser submissa ao Executivo” nem aceitar ser transformada “num puxadinho do Palácio do Planalto”.

Para conquistar votos, ele visitou todos os estados para conversar com deputados. A campanha está terminando no Nordeste. Nas próximas semanas, ele deve apenas reforçar o apoio dos aliados.

O petista Arlindo Chinaglia (SP) é o principal opositor de Cunha. Eles têm trocado acusações quanto à postura na Câmara e à relação com o governo. O médico de 65 anos vai para o sexto mandato, é o atual 1º vice-presidente da Casa e já assumiu a presidência entre 2007 e 2009. Ele também já foi deputado estadual e secretário de governo da cidade de São Paulo.

Visto no PT como conciliador, Chinaglia tem dito que o presidente da Casa precisa agir com imparcialidade, respeitando a Constituição, o regimento interno e o plenário, e que não pode atuar de forma isolada. Se eleito, ele pretende promover uma disputa honesta, limpa e respeitar a vontade da maioria, para fortalecer o Parlamento. Embora defenda a harmonia entre os poderes, o petista admite que "não há como conviver eternamente sem conflito com qualquer outro Poder".

Em campanha, Chinaglia deve viajar para vários estados até o final do mês. Na semana passada, o foco dos trabalhados foi no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Já nesta semana, o deputado está percorrendo vários estados do Nordeste, para conquistar votos. Além do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, a comitiva também irá passar pela Paraíba, Aracaju e Salvador. Na quinta (15), ele estará no Recife.

O socialista Júlio Delgado (MG) tenta mais uma vez a Presidência da Câmara. Em 2012, ele foi derrotado pelo atual presidente, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O advogado de 48 anos vai para o quinto mandato e é atualmente 4º secretário da Câmara. Ele também já foi secretário-adjunto na Secretaria de Trabalho e Assistência do Estado de Minas Gerais.

O mineiro prevê uma relação de maior embate entre Congresso e Executivo nos próximos anos, já que a base aliada estará mais enxuta na próxima legislatura. O parlamentar disse esperar que as medidas nas áreas trabalhistas e previdenciárias anunciadas nos últimos dias pelo governo federal inspirem outras reformas. Nesta semana, Delgado está fazendo campanha no Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.

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