Governadores do NE repudiam impeachment
Segundo os líderes estaduais, a decisão é uma tentativa de jogar a nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional
Depois da abertura de impeachment contra a presidente Dilma Roussef, oficializado e divulgado pelo presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha, nesta quarta-feira (3), vários políticos se posicionaram quanto à decisão. Nesta quinta-feira (4), os governadores do Nordeste manifestaram repúdio ao ato. Em nota, segundo os líderes estaduais, a decisão é uma tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional.
Entre os governadores que assinam o posicionamento estão: Robinson Farias (PSD – Rio Grande do Norte), Flavio Dino (PCdoB – Maranhão), Ricardo Coutinho (PSB – Paraiba), Camilo Santana (PT – Ceara), Rui Costa (PT – Bahia), Paulo Câmara (PSB – Pernambuco), Wellington Dias (PT – Piaui), Jackson Barreto (PMDB – Sergipe) e Renan Filho (PMDB – Alagoas).
Confira a nota na íntegra a seguir:
Nota dos Governadores do Nordeste
"Diante da decisão do Presidente da Câmara dos Deputados de abrir processo de impeachment contra a Exma Presidenta da República, Dilma Roussef, os Governadores do Nordeste manifestam seu repúdio a essa absurda tentativa de jogar a Nação em tumultos derivados de um indesejado retrocesso institucional. Gerações lutaram para que tivéssemos plena democracia política, com eleições livres e periódicas, que devem ser respeitadas. O processo de impeachment, por sua excepcionalidade, depende da caracterização de crime de responsabilidade tipificado na Constituição, praticado dolosamente pelo Presidente da República. Isso inexiste no atual momento brasileiro. Na verdade, a decisão de abrir o tal processo de impeachment decorreu de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente desvio de finalidade. Diante desse panorama, os Governadores do Nordeste anunciam sua posição contrária ao impeachment nos termos apresentados, e estarão mobilizados para que a serenidade e o bom senso prevaleçam. Em vez de golpismos, o Brasil precisa de união, diálogo e de decisões capazes de retomar o crescimento econômico, com distribuição de renda."