Delcídio: 'Não há hipótese de isentar Dilma em Pasadena'
O negócio é considerado um dos piores já feitos pela estatal
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse em depoimento de delação premiada, homologada nesta terça-feira, 15, pelo Supremo Tribunal Federal, não haver chance de a presidente Dilma Rousseff e demais conselheiros de Administração da Petrobras se livrarem de responsabilidade na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
Dilma era ministra da Casa Civil e chefe do colegiado em 2006, quando foi aprovada a aquisição da refinaria, feita em duas etapas: uma naquele ano e outra em 2012. O negócio é considerado um dos piores já feitos pela estatal. Conforme o Tribunal de Contas da União (TCU), gerou perdas de US$ 792 milhões à companhia.
O jornal O Estado de S.Paulo revelou em 2014 que Dilma deu aval à compra. Em resposta ao jornal, ela alegou que, em reunião do conselho, só votou favoravelmente porque foi enganada por um parecer que omitia cláusulas prejudiciais do contrato, como a "put option" e a Marlim. O documento, de duas páginas e meia, foi elaborado pelo ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró, preso em Curitiba. Conforme a versão, a presidente não tinha conhecimento integral dos termos do negócio e, portanto, responsabilidade sobre ele.
O resumo das declarações do senador relata que o senador sabe que Dilma tinha "pleno conhecimento de todo o processo de aquisição" de Pasadena "e de tudo que esse encerrava". "Nesse contexto, a alegação de Dilma de que ignorava o expediente habitualmente utilizado em contratos desse tipo (a cláusula 'put option'), absolutamente convencional, é, no mínimo, questionável", diz o documento.