Álvaro Dias diz que Eduardo Cunha ajudou Dilma

O senador também definiu a defesa feita pela própria presidente afastada como patética e ressaltou que esse era um “Governo fracassado”

por Taciana Carvalho ter, 30/08/2016 - 18:22

O senador Álvaro Dias (PR-PV), no plenário do Senado Federal, nesta terça (30), disse que mais fatos poderiam ter sido agregados ao processo de impeachment caso não fosse a atuação do ex-presidente afastado da Câmara Federal Eduardo Cunha (PMDB). “Cunha excluiu crimes estarrecedores como o da Operação Lava Jato. Fatos que não constam neste processo, mas que deveriam estar sendo aqui considerados neste julgamento histórico”, declarou.

Além da Operação Lava Jato, Álvaro disse que havia outros fatos criminosos. “Poderiam também ter sidos agregados fatos relacionados ao BNDES de maior gravidade nos quais R$ 716 bilhões teriam sido transferidos do tesouro nacional ao Banco. É evidente que o que julgamos é um detalhe no conjunto da obra tão referido nos últimos dias. Nós poderíamos sim agregar aqui, no Senado, fatos relevantes que acrescentariam justificativas ao processo”, expôs o senador.

Sobre a defesa de Dilma, nessa segunda (29), o senador definiu como patética. “Poderia ser considerada, por alguns mais exigentes, como uma defesa patética. Um discurso que ignorou o drama vivido pelos brasileiros. O que há é a consagração da incompetência administrativa que empurrou o país para uma crise sem precedentes. Este é um governo fracasso. Fracassou eticamente, politicamente e administrativo e tem que ser substituído”, disparou.

“Respeito aos que divergem do nosso posicionamento, mas, estou convicto de que o impeachment é o caminho. Existem pressupostos indispensáveis e o apelo popular com multidões de brasileiros carregando sonhos e esperança de mudança para melhor, além da convicção pessoal de que há a justificativa de natureza jurídica. Estamos avalizados por juristas renomados, pelo Ministério Público de Contas e por técnicos do Tribunal de Contas da União. Esses pressupostos estão postos de forma irreversível. Crimes de responsabilidade sim porque as pilastras básicas da Lei de Responsabilidade Fiscal foram violadas e o atentado contra o Poder Legislativo”, finalizou Dias.

A fase de discussão dos senadores no julgamento da presidenta afastada Dilma Rousseff deve durar ainda cerca de nove horas. Cada senador fala por dez minutos ininterruptos e improrrogáveis. 

 

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