MP do ensino médio já recebeu mais de 500 emendas
Boa parte das propostas de alterações está relacionada com as disciplinas que serão obrigatórias para os estudantes. Prazo para apresentação de emendas acaba as 10h desta sexta
A medida provisória 746/2016, que traz uma reformulação do ensino médio, já recebeu mais de 500 emendas de deputados e senadores até o início da noite desta quinta-feira (29). O prazo para a apresentação de propostas de alterações ao texto termina as 10h desta sexta-feira (30) e a expectativa é de que o número cresça ainda mais.
Boa parte das emendas está relacionada com as disciplinas que serão obrigatórias para os estudantes. Os senadores Paulo Bauer (PSDB-PR) e Eduardo Amorim (PSC-SE) querem que todos os alunos aprendam a língua inglesa e que seja garantida a oferta de outras línguas estrangeiras, como o espanhol. Já o senador Paulo Paim (PT-RS) e o deputado Marco Maia (PT-RS) querem que a língua espanhola também esteja fixa na grade curricular.
O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), autor de 30 emendas, considera que a educação física também deve ser mantida, mesma opinião do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que elencou também o ensino de artes. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) incluiu ainda as disciplinas de filosofia e sociologia. Romário (PSB-RJ) Também quer que o direito constitucional esteja no currículo.
Críticas
Embora considerem o assunto importante, uma das principais reclamações dos parlamentares é a apresentação da reforma através de medida provisória. "Isso só reduz o debate", disse Chico Lopes. O deputado Danilo Cabral (PSB-PE), que já foi secretário de educação de Pernambuco, também engrossou o coro. “É um ambiente que não aceita imposição”, disse ele, ao lembrar que as discussões sobre a educação são norteadas por debates aprofundados, com a participação da sociedade civil, inclusive de professores e estudantes.
Paulo Paim considerou a MP "arbitrária e antidemocrática" e pede a revogação integral da proposta, que já está em vigor. "A medida provisória apenas escancara o desejo do atual governo em limitar o acesso da população e das entidades educacionais sobre as decisões em torno da reforma do ensino médio", justificou.
Medida
A MP foi apresentada na semana passada pelo ministro da Educação Mendonça Filho, em cerimônia no Palácio do Planalto. Segundo ele, a ideia é colocar o Brasil entre os países com educação moderna e atrativa, com escolas em tempo integral, maior carga horária de aula e currículo flexível para os estudantes.