Ministros do TST criticam declarações de Gilmar Mendes
Em ofício, os ministros lastimam o modo "desprimoroso e preconceituoso" das declarações de Gilmar e afirmam que esperam de um ministro do STF "tratamento respeitoso e cortês"
Dezoito ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) enviaram um ofício nesta sexta-feira, 28, ao Supremo Tribunal Federal (STF) criticando declarações feitas pelo ministro Gilmar Mendes na semana passada. Durante uma palestra, Gilmar disse que o TST desfavorece empresas em suas decisões. No documento, os ministros do TST manifestam "desconforto profissional e pessoal" sobre o episódio, além de "indignação, constrangimento e inquietação" sobre o que consideram ter sido uma ofensa.
No ofício, os ministros lastimam o modo "desprimoroso e preconceituoso" das declarações de Gilmar e afirmam que esperam de um ministro do STF "tratamento respeitoso e cortês". Eles afirmam ainda que as palavras de Gilmar buscam "amesquinhar e depreciar" o TST. No texto, também "repudiam as conotações de parcialidade" de Gilmar. Segundo os ministros, as declarações são "injustas" e são fruto de "má informação".
Para os magistrados, o teor das declarações de Gilmar "desprestigiam e enfraquecem" o Poder Judiciário. "O limite da autoridade, máxime judiciária, em qualquer nível, repousa na lei e na razão. O respeito, a tolerância e o juízo devem pautar as relações entre as instituições e as pessoas em uma sociedade civilizada, até por uma imposição da inteligência", diz o documento.
Assinam o ofício os ministros João Oreste Dalazen, Barros Levenhagen , Aloysio Corrêa da Veiga, Lelio Bentes, Luiz Philippe de Mello Filho, Caputo Bastos, Márcio Eurico Amaro, Walmir da Costa, Maurício Godinho, Kátia Arruda, Augusto César de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta, Delaíde Arantes, Hugo Scheuermann, Alexandre Belmonte, Cláudio Brandão, Douglas Rodrigues e Maria Helena Mallmann.