Governo nega negociar idade mínima para aposentadoria

Esse é um dos pontos mais polêmicos da proposta enviada ao Congresso, assim como as regras de transição

por Dulce Mesquita sex, 09/12/2016 - 09:02

O governo federal divulgou, em nota, que não pretende negociar a diminuição da idade mínima de 65 anos para requerer a aposentadoria na proposta da reforma da Previdência. "Esse ponto é central para que se encontre um equilíbrio futuro nos gastos com aposentadorias e se baseia no envelhecimento da população brasileira".

Esse é um dos pontos mais polêmicos da proposta enviada ao Congresso, assim como as regras de transição.

"Uma coisa é trabalhar até os 65 anos com bons salários, plano de saúde e ambiente saudável.  Outra é a rotina de um trabalhador rural ou da construção civil, que ficam expostos ao sol, a condições de trabalho inadequadas, começam a trabalhar na adolescência. Essas pessoas não podem ser tratadas de forma igual ao filho de um médico, engenheiro ou advogado, por exemplo, que começam a trabalhar aos 24/25 anos ou mais, quando decidem fazer especialização e MBA", sustentou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "A CUT jamais irá aceitar que desiguais sejam tratados de forma igual”.

O deputado Paulinho da Força (SD-SP), presidente da Força Sindical,  já adiantou que vai apresentar uma emenda em relação à idade mínima. “Você já tem hoje uma reforma em andamento, a fórmula 85/95, que vai chegar a 90/100, tempo de contribuição somado à idade. A sugestão que fizemos foi de antecipar para 2021, já que o governo disse que não tem como chegar em 2024. A partir dali você acrescenta a expectativa de vida. À medida que as pessoas vivem mais, elas podem contribuir mais".

"O  governo fará todo o possível junto a sua base aliada no Congresso Nacional para a manutenção do texto original da reforma", disse o governo, em nota.

Apesar de a matéria já causar polêmica, inclusive entre os parlamentares, a proposta só será discutida de fato em fevereiro, após o recesso parlamentar e das eleições para as presidências da Câmara e do Senado.

COMENTÁRIOS dos leitores