Silvio Costa diz que Moro cometeu excessos contra Lula
O deputado federal disse que o juiz não tinha necessidade de chamar o ex-presidente para prestar depoimento "cara a cara"
Após declarar, em entrevista ao LeiaJá, que tem muito parlamentar sem dormir em Pernambuco (referindo-se à lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF), na próxima semana), o deputado federal Silvio Costa (PTdoB) falou que a Operação Lava Jato é um marco para o Brasil, mas defendeu o ex-presidente Lula afirmando que alguns excessos forma cometidos contra ele.
"Após a Operação Lava Jato vai nascer um novo país. Acho que a operação está prestando um grande serviço ao país, mas achei a condução coercitiva do presidente Lula desnecessária. Eu acho que o juiz Sérgio Moro não precisaria ter levado Lula até Curitiba para fazer o depoimento cara a cara. Ele poderia fazer como fez com muitos através de teleconferência. Então, eu acho um exagero. Por outro lado, eu acho que ele [Moro] está, sim, prestando um grande serviço ao Brasil", contou.
No início deste mês, a defesa de Lula já tinha exposto, mais uma vez, a insatisfação em relação a como as investigações da Lava Jato estão sendo realizadas. A defesa do ex-presidente reclamou da demora na devolução de "dezenas" de aparelhos pertencentes ao Instituto Lula, entre eles, o laptop de um dos seus netos, que tem quatro anos de idade. "Um ano após a apreensão, nenhum dos aparelhos foi devolvido. Nenhum. Nem o tablet do garoto, que continha apenas arquivos de jogos e filmes infantis. Não se tem conhecimento de que o garoto seja investigado por qualquer crime", chegou a ironizar os advogados.
Silvio Costa acredita que todo esse processo que está acontecendo contra Lula e demais investigados irá amadurecer o país. Ele também espera que seja inaugurado um novo momento político, a partir das eleições de 2018. "Aqueles que efetivamente não foram citados em nada, que não foram condenados, eu acho que devem ser reeleitos e que os culpados sejam punidos tanto juridicamente como eleitoralmente", destacou.
O parlamentar garante que, de sua parte, não há o que temer. "Modéstia à parte, eu fui o primeiro deputado federal a enfrentar Eduardo Cunha [ex-presidente da Câmara dos Deputados]. Eu disse, na tribuna, que Eduardo Cunha iria para a cadeia. Eu não sei como um parlamentar consegue votar em Eduardo Cunha para presidente. As pessoas conheciam a história dele", relembrou.