“Temer está tentando reerguer o país”, diz Maria Dulce

A representante do Vem Pra Rua, movimento que encabeçou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, disse que “o Brasil estava falido” e que Temer mudou o rumo da economia com uma excelente equipe econômica

por Taciana Carvalho qui, 11/05/2017 - 15:28
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Em oposição ao Movimento Frente Povo Sem Medo que atribui ao presidente Michel Temer (PMDB) os retrocessos que vem acontecendo no país, o Vem Pra Rua acredita que o presidente tenta “reerguer” o Brasil. Em entrevista concedida ao LeiaJá, às vésperas de completar um ano de governo do peemedebista, a líder do movimento em Pernambuco, Maria Dulce, disparou: “Temer pode ser até ser odiado e xingado porque nós estamos em uma democracia, mas ele não pode ser responsabilizado por 13 anos do governo do PT”.

“Foram 13 anos de burrice planejada de um governo que priorizava a propina, que fez uma gestão irresponsável e que levou ao desastre do Brasil. Não podemos responsabilizar ele [Temer] por isso. Temer está tentado reerguer o país”, disse. Apesar dos argumentos, Dulce afirmou que o Vem Pra Rua defende a “independência” para poder ser livre para criticar o que for contra os valores do movimento. 

“Não fomos nós que elegemos Temer. Seu partido compunha a base aliada do governo do PT. O PMDB faz parte de uma grande parcela dos envolvidos em crimes de desvio de dinheiro, mas nós apoiamos iniciativas como a reforma do ensino médio que flexibilizou o conteúdo para os alunos. Algo muito positivo”, continuou. 

A dirigente também afirmou que o Vem Pra Rua é a favor das reformas propostas por Temer como a trabalhista e a previdenciária. “São reformas imprescindíveis para o país. A trabalhista flexibiliza as negociações entre empregado e empregador, as férias poderão ser parceladas em três vezes e combinar se preferir sair mais cedo. É um acordo. Tudo isso com o fim do imposto sindical obrigatório. É um absurdo o que os sindicatos ganham com essa obrigatoriedade e usam o dinheiro da forma que querem porque não tem que dar conta. Sem a [reforma] previdenciária, não se terá dinheiro para pagar os aposentados. Portanto, criticamos o que estiver errado e elogiamos as louváveis”, argumentou. 

Maria Dulce destacou que outro ponto positivo de Temer, segunda ela, foi a “retomada da independência do Banco Central”. “Que era como se fosse um ministério no [governo] do PT. Ele separou o Banco Central do governo, o que fez os investidores se sentissem mais seguros. Teve uma queda considerável da inflação e da taxa de juros em níveis que permitem a retomada do crescimento. Isso são fatores decisivos para retomada do crescimento, que aos trancos e barrancos estamos conseguindo apesar. Outro coisa positiva é a nomeação de diretores das estatais. Temer fez com que as nomeações deixassem de ser política utilizando vários critérios sendo mais pela meritocracia. Isso foi um fator importantíssimo”. 

“O Brasil estava falido e o presidente mudou o rumo da economia com uma excelente equipe econômica. Temer está tentando retomar a economia e está se saindo bem, vamos dizer assim. São medidas boas”, reforçou. 

Pontos negativos 

Apesar dos elogios, Dulce afirmou que há falhas grandes como a falta de comunicação do governo com a sociedade. Para ela, “a falta de transparência e a comunicação de Temer é muito deficiente nesse sentido”. Sobre as reformas, a líder acredita que é preciso esclarecer mais a população como elaborar uma cartilha explicando sobre os temas propostos. 

Dulce pontuou que o interesse de Temer, ao querer aprovar as reformas, o faz ficar “em cima do muro tentando agradar um e outro para que elas passem”. Ainda enfatizou que o peemedebista fica prejudicado diante do “difícil quadro político que compõe o Congresso Nacional”. 

“Muitos deles do próprio partido que ele pertence. São oito ministros citados nas delações da Lava Jato e outros envolvidos em crimes. Essa parte política deixa a desejar. Essa é a situação que nós temos. Vamos esperar para 2018 para fazer essa renovação e acabar com a velha política do conluio. É preciso mudar as regras do jogo. Barrar a corrupção e que os políticos sejam punidos. O problema maior é a impunidade”, lamentou. 

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