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Após dois anos de profunda crise, com diversos aspectos da economia brasileira afetados e efeitos sentidos por boa parte da população, o Brasil parece começar a esboçar uma retomada das atividades a níveis “normais”. Registramos deflação e a projeção para o PIB em 2022 é de crescimento próximo aos 3%. Os indicadores apontam para um futuro melhor, embora reflexos ainda não sejam plenamente sentidos no bolso do brasileiro. O cenário, somado à disputa eleitoral, traz desafios para a próxima gestão.

Chegamos a um momento definidor. As ações governamentais, daqui para a frente, devem estar pautadas no reforço da atividade econômica e no estímulo ao empreendedorismo, além do auxílio aos mais necessitados. Estes, de maneira especial, precisam ser atendidos pois são parcela importante da população e, podendo voltar a consumir, ajudam a movimentar toda uma cadeia econômica. Como defensor do empreendedorismo, também não posso deixar de citar os que empreendem, lidam com negócios e oferecem produtos e serviços que fazem a diferença no mundo. É preciso desburocratizar, tornar a abertura e mesmo o encerramento de empresas mais ágil (no último caso, para que o empreendedor possa partir para outra seara rapidamente), facilitar o acesso ao crédito – sem o risco dos juros altos. São diversas frentes que devem ser atendidas.

É hora de as disputas políticas ficarem de lado e os representantes escolhidos democraticamente pelo povo, em todas as esferas, trabalharem em sintonia para desenvolver uma retomada forte para o Brasil. É hora de incentivar a indústria, o setor de serviços, o turismo, a cultura, enfim, todos os setores que geram tanto lucro, quanto oportunidades. Uma agenda social bem estruturada também é capaz de impactar positivamente, uma vez que, se o dinheiro chega na mão do mais pobre, como falei anteriormente, circula e fortalece toda uma economia local, importante base para o desenvolvimento do país como um todo. São muitas frentes a se “atacar”, muito planejamento a ser feito, mas, principalmente, carecemos de ação.

Depois de amargarmos tantas perdas, em vidas e em economia, é hora de cuidar desses dois pontos. Ambos são essenciais para a manutenção do país, é assim que a grande máquina funciona. Um novo ano se aproxima, uma nova oportunidade de fazer dar certo. Sempre bom lembrar, também, que o governo sozinho não vai resolver tudo, é preciso que os empreendedores e a sociedade em geral se mobilizem e envidem esforços para realizar a grande retomada de que o país necessita.

"Estamos construindo uma cidade inteira praticamente do zero", afirma Jody Jones, prefeita de Paradise, pequena cidade do norte da Califórnia que foi arrasada há 12 meses pelo pior incêndio da história nesta região dos Estados Unidos.

Oitenta e seis pessoas morreram vítimas das chamas e 19.000 imóveis, incluindo 14.000 casas, foram destruídos pelo fogo, que em 8 de novembro de 2018 acabou com 90% da cidade.

Dos 26.000 moradores de Paradise antes do incêndio, hoje restam 4.000. As pessoas que decidiram retornar vivem nas poucas estruturas que ficaram de pé ou em trailers estacionados em lotes livres de escombros.

"As pessoas que estão voltando, que estão reconstruindo, não se veem como vítimas, nem mesmo como sobreviventes, mas como pioneiras", disse Jones à AFP antes de uma reunião comunitária sobre as obras na cidade.

O processo de recuperação não é fácil. Antes de reconstruir era necessário eliminar escombros tóxicos e resolver o problema da contaminação química do abastecimento de água.

Apesar das dificuldades, Jones informa que as autoridades locais aprovaram 280 licenças de construção e estão revisando outras 100.

"Isto não vai acontecer da noite para o dia", explica. "Se tivermos a sorte de emitir 500 licenças de construção a cada ano, levará de cinco a 10 anos".

"Acredito que seremos uma pequena cidade agradável com cerca de 5.000 pessoas em um ano e meio. E continuaremos crescendo", afirma otimista.

Mas é improvável que a cidade volte a se parecer com a comunidade pitoresca entre as montanhas que atraiu aposentados por sua acessibilidade.

"Não vai ser a mesma coisa", admite Jones. "Para muitos idosos, o processo de reconstrução é árduo, então muitos deles optaram por não voltar".

"Tudo será novo, então eu acredito que será atrativo para famílias jovens e pessoas que buscam um lugar acessível para morar".

- 100.000 árvores cortadas -

Jones, que perdeu sua casa no incêndio, enfatizou que para impedir a repetição da calamidade de 2018, a cidade aprovou normas rígidas, como a proibição de cercas de madeira que prosseguem até a casa, a instalação de calhas resistentes ao fogo e o aterramento das linhas de energia elétrica.

A cidade também trabalha para melhorar o serviço de notificação de emergências e para ampliar as rotas de evacuação.

As equipes também trabalham sem descanso para reduzir a vegetação altamente inflamável, que ajudou a alimentar o incêndio do ano passado, que atingiu 62.000 hectares.

"Já cortamos 100.000 árvores ", disse Jones. "Ainda temos muitas árvores queimadas, estimamos cerca de 300.000 árvores mortas que ainda precisam sair".

"Não será o mesmo tipo de floresta que era antes", completou.

"Temos um plano de recuperação de longo prazo que cobre tudo isto", destacou a prefeita.

Ao ser questionada sobre o que falta na cidade para que os 4.000 residentes que retornaram possam sentir Paradise como seu lar, Jones respondeu: "Acho que todos diriam que gostariam de ver mais restaurantes abertos. E isso está acontecendo, acabamos de ver a abertura de um novo na semana passada".

Em oposição ao Movimento Frente Povo Sem Medo que atribui ao presidente Michel Temer (PMDB) os retrocessos que vem acontecendo no país, o Vem Pra Rua acredita que o presidente tenta “reerguer” o Brasil. Em entrevista concedida ao LeiaJá, às vésperas de completar um ano de governo do peemedebista, a líder do movimento em Pernambuco, Maria Dulce, disparou: “Temer pode ser até ser odiado e xingado porque nós estamos em uma democracia, mas ele não pode ser responsabilizado por 13 anos do governo do PT”.

“Foram 13 anos de burrice planejada de um governo que priorizava a propina, que fez uma gestão irresponsável e que levou ao desastre do Brasil. Não podemos responsabilizar ele [Temer] por isso. Temer está tentado reerguer o país”, disse. Apesar dos argumentos, Dulce afirmou que o Vem Pra Rua defende a “independência” para poder ser livre para criticar o que for contra os valores do movimento. 

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“Não fomos nós que elegemos Temer. Seu partido compunha a base aliada do governo do PT. O PMDB faz parte de uma grande parcela dos envolvidos em crimes de desvio de dinheiro, mas nós apoiamos iniciativas como a reforma do ensino médio que flexibilizou o conteúdo para os alunos. Algo muito positivo”, continuou. 

A dirigente também afirmou que o Vem Pra Rua é a favor das reformas propostas por Temer como a trabalhista e a previdenciária. “São reformas imprescindíveis para o país. A trabalhista flexibiliza as negociações entre empregado e empregador, as férias poderão ser parceladas em três vezes e combinar se preferir sair mais cedo. É um acordo. Tudo isso com o fim do imposto sindical obrigatório. É um absurdo o que os sindicatos ganham com essa obrigatoriedade e usam o dinheiro da forma que querem porque não tem que dar conta. Sem a [reforma] previdenciária, não se terá dinheiro para pagar os aposentados. Portanto, criticamos o que estiver errado e elogiamos as louváveis”, argumentou. 

Maria Dulce destacou que outro ponto positivo de Temer, segunda ela, foi a “retomada da independência do Banco Central”. “Que era como se fosse um ministério no [governo] do PT. Ele separou o Banco Central do governo, o que fez os investidores se sentissem mais seguros. Teve uma queda considerável da inflação e da taxa de juros em níveis que permitem a retomada do crescimento. Isso são fatores decisivos para retomada do crescimento, que aos trancos e barrancos estamos conseguindo apesar. Outro coisa positiva é a nomeação de diretores das estatais. Temer fez com que as nomeações deixassem de ser política utilizando vários critérios sendo mais pela meritocracia. Isso foi um fator importantíssimo”. 

“O Brasil estava falido e o presidente mudou o rumo da economia com uma excelente equipe econômica. Temer está tentando retomar a economia e está se saindo bem, vamos dizer assim. São medidas boas”, reforçou. 

Pontos negativos 

Apesar dos elogios, Dulce afirmou que há falhas grandes como a falta de comunicação do governo com a sociedade. Para ela, “a falta de transparência e a comunicação de Temer é muito deficiente nesse sentido”. Sobre as reformas, a líder acredita que é preciso esclarecer mais a população como elaborar uma cartilha explicando sobre os temas propostos. 

Dulce pontuou que o interesse de Temer, ao querer aprovar as reformas, o faz ficar “em cima do muro tentando agradar um e outro para que elas passem”. Ainda enfatizou que o peemedebista fica prejudicado diante do “difícil quadro político que compõe o Congresso Nacional”. 

“Muitos deles do próprio partido que ele pertence. São oito ministros citados nas delações da Lava Jato e outros envolvidos em crimes. Essa parte política deixa a desejar. Essa é a situação que nós temos. Vamos esperar para 2018 para fazer essa renovação e acabar com a velha política do conluio. É preciso mudar as regras do jogo. Barrar a corrupção e que os políticos sejam punidos. O problema maior é a impunidade”, lamentou. 

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