Mendonça: ‘Sempre agi com respeito às universidades’
O ministro da Educação afirmou que todos sabem que jamais iria fazer “qualquer tipo de censura” em relação a cadeira sobre ''o golpe'' oferecida pela UnB
Durante entrevista concedida nesta semana, o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), falou novamente sobre a polêmica de que ele queria intervir na decisão da Universidade de Brasília (UnB), ao oferecer a cadeira “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”. O democrata negou afirmando que nunca falou que iria procurar a Justiça para resolver o assunto.
“Eu disse que poderia provocar órgãos de controle para identificar ou não o uso indevido do espaço público tendo como propósito exclusivo o interesse partidário. Longe de mim querer tutelar a universidade, todos que me conhecem sabem que sempre agi com respeito às universidades do Brasil, aos reitores e a autonomia universitária”, afirmou.
O auxiliar ministerial de Michel Temer, no entanto, falou que não imagina se confundir educação com o estabelecimento de mecanismos apenas de propagação de propaganda política. “Então, essa tutela não será minha, jamais será minha ou de qualquer que ocupe o cargo de ministro da educação. A gente tem muito claramente esse posicionamento. Ao lado disso, acho relevante que o debate se estabeleça. Longe de mim querer censurar. A UnB é uma grande universidade, tem o meu respeito e o meu apreço”.
No início deste mês, no plenário do Senado Federal, o senador Humberto Costa (PT) detonou Mendonça Filho em um longo discurso afirmando que sua intenção era intervir na decisão da UnB. “Sua atitude de intervir na universidade Brasília e perseguir professores pela elaboração de uma disciplina sobre o golpe de 2016 foi tão bizarra, tão repulsiva que provocou exatamente o efeito inverso. A disciplina tem hoje lista de espera e já foi adotada por quase 20 outras universidades federais”, chegou a dizer.