Reconstituição da morte de Marielle será na quinta (9)

O horário da simulação não foi divulgado. O deputado Marcelo Freixo (PSOL) garantiu que as investigações estão avançadas, mas ressaltou a complexidade do caso

por Mellyna Reis ter, 08/05/2018 - 09:14
Mellyna Reis/LeiaJáImagens A reconstituição será no Estácio, onde ocorreu o crime. O horário ainda não foi confirmado Mellyna Reis/LeiaJáImagens

RIO DE JANEIRO - A Secretaria de Segurança Pública do Estado (Seseg) confirmou que a reconstituição da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, serão realizadas na próxima quinta-feira (10), no Estácio, Centro do Rio. O horário, contudo, ainda não foi divulgado.

O crime ocorreu na noite do dia 14 de março, quando Marielle voltava de um evento realizado na ONG Casa das Pretas, na Lapa, acompanhada de uma assessora e do motorista. Nem a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, nem a Seseg confirmam uma linha oficial de investigação, mas há suspeitas de que grupos de milícia estejam envolvidos.

De acordo com o programa Domingo Espetacular da Record TV, exibido no domingo (6), a arma utilizada no crime é uma submetralhadora  HK MP5, de uso exclusivo de forças policiais especiais do Rio de Janeiro e não uma pistola, como ventilado inicialmente. O armamento utilizado por atiradores de elite também comporta as balas 9 mm, que servem para pistolas.   

A reportagem ainda revelou que os corpos da vereadora e do motorista não passaram por exames de raio x, para identificar a trajetória das balas, porque não havia um equipamento disponível. Outro ponto que dificultou as investigações é a ausência de imagens do momento da execução, já que cinco câmeras da prefeitura voltadas para a cena do crime estavam desligadas. 

A Secretaria de Segurança do Estado não comentou as informações divulgadas no programa. No entanto, depois de participar de um debate na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o deputado Marcelo Freixo (PSOL) conversou com o LeiaJá e ressaltou a complexidade do caso.

"A investigação está andando, mas não é uma investigação fácil. É uma investigação complexa, o crime é feito com muita sofisticação. Eles são muito profissionais, então tem um nível de sofisticação que talvez seja o mais sofisticado crime da história da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. Então não vai ser solucionado em pouco tempo", acredita.

Durante o debate intitulado "Quem mandou matar Marielle Franco?", promovido pelo coletivo RUA, o deputado disse que conversou com Marielle e assegurou que se houvesse algum risco, ela teria contado. "Não havia ameaça, nenhuma ameaça. Não havia qualquer suspeita de que poderia haver qualquer coisa no dia seguinte", conta. 

Marielle Franco atuou por dez anos na Comissão de Direitos Humanos da Alerj, presidida por Freixo, antes de se lançar vereadora e ser eleita na primeira tentativa. Ele a conheceu através da irmã, Anielle, de quem foi professor no ensino médio, antes de virar parlamentar.

"A gente vai ter que ter uma capacidade de equilibrar o tempo da nossa angústia com o tempo da investigação, o que é muito difícil. Dar assistência à família, estar próximo à família, mas, ao mesmo tempo, entender que a investigação não é pelo nosso desejo. Mas a investigação está acontecendo, as medidas estão sendo tomadas e a gente vai ter que conseguir manter o assunto vivo e manter a mobilização, porque isso é o mais importante", enfatiza.

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