Baderna é ter o Congresso de costa para o povo, diz Boulos

A afirmação do presidenciável foi em defesa das manifestações realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fechando rodovias no país

por Giselly Santos qua, 23/05/2018 - 13:35
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Ele ponderou que, se eleito, vai resolver o problema das ocupações fazendo cumprir a Constituição Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

Pré-candidato à Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL) rebateu, nesta quarta-feira (23), as críticas direcionadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual ele é coordenador nacional, e disse que os membros da entidade não são baderneiros, vagabundos ou terroristas. Além disso, o presidenciável também salientou que o MTST não faz protestos bloqueando avenidas porque gosta. 

“Ninguém bloqueia pista por diversão. Os caminhoneiros fazem bloqueios porque a gasolina chegou a R$ 5. Os sem-teto não bloqueiam porque gostam, mas porque lamentavelmente o Governo não tem canais de ouvir. Se alguém for protestar no sambódromo vai ser ouvido pelo poder público? Se houvesse uma democracia profunda no Brasil seria diferente, temos um sistema político reprovado pela maioria”, argumentou, ao ser questionado durante uma sabatina na Rádio Jovem Pan se continuaria defendendo invasões e bloqueios de rodovias caso seja eleito.

“Defendo o direito das pessoas se manifestarem. Mobilizações são legítimas e necessárias em qualquer democracia. É fácil sair chamando de baderneiro, vagabundo, terrorista e não ver o que leva as pessoas a se manifestarem. São seres humanos que estão atrás de uma lona preta, em um prédio ocupado ou na manifestação”, completou o psolista. 

Para Boulos, os “baderneiros” estão no Congresso Nacional e no PMDB. “Baderna é ter um Congresso Nacional que governa de costas para a população. Baderna é ter o PMDB chantageando e dando as cartas em todos os governos eleitos. Temos que fazer política de uma maneira em que possamos colocar o PMDB na oposição, para assim governar com a maioria social e diminuir o poder dos políticos”, frisou.

O presidenciável também foi indagado sobre o motivo que o faz, tendo moradia fixa e trabalho, ser líder dos sem-teto. “Sou representante dos trabalhadores sem teto por solidariedade, a gente não precisa passar fome para se sensibilizar com quem tem fome. Assim como não precisamos ser sem teto para lutar por moradia digna”, esclareceu. Ele ponderou que, se eleito, vai resolver o problema das ocupações fazendo “cumprir a Constituição”.

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