Deputado abre seleção: "Direitos? Nenhum. Esqueça CLT"

Convocação para um processo seletivo de assessor pessoal e estagiário, o deputado eleito pelo Novo no Rio de Janeiro, Alexandre Freitas, causou polêmica

seg, 05/11/2018 - 12:06

Eleito deputado estadual no Rio de Janeiro, Alexandre Freitas (Novo), causou polêmica ao anunciar um processo seletivo para contratar assessor pessoal e estagiário jurídico para o seu gabinete na Assembleia Legislativa (Alerj). Na publicação em que convoca para a seleção, Freitas faz ironias e deixa claro que os contratados não terão os direitos trabalhistas assegurados.  

"Carga horária: a mesma do deputado: 24/7. Aviso, o deputado dorme pouco. Direitos trabalhistas: nenhum, vacilou será exonerado(a). Livre nomeação, livre exoneração. Esquece CLT", detalha no anúncio da seleção.

Já sobre o salário, o deputado eleito diz que para o cargo de assessor a mensuração será de R$ 5.125,62, líquido, com R$ 60 de vale refeição por dia. Quanto ao cargo de estagiário, ele alfineta: “A vida me ensinou que um bom estagiário não está preocupado com esse mísero detalhe”.

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UPDATE: estamos recebendo MUITOS currículos e muitas msgs pelo zap, bem mais do que o esperado. Os postulantes deverão indicar no assunto o cargo para qual estão aplicando [ASSESSOR] ou [ESTÁGIO] seguido do nome completo. Não obedecer está forma exclui o candidato. Acabamos de criar alguns critérios de seleção prévia, que resulta na eliminação: - fazer perguntas que já estão respondidas na postagem; - enviar currículo por zap ou fazer perguntas irrelevantes; - redigir um livro no corpo do e-mail. As respostas devem ser dadas de forma sucinta e objetiva, sem muita enrolação. Poder de síntese é uma qualidade; - não indicar o perfil nas redes sociais: LinkedIn, Facebook, twitter, Instagram. (Não ter todas, não é problema) - quem me chamar de Excelência será eliminado. Quem enviou o e-mail antes do meio dia, do dia de hj, 3 de novembro, não será eliminado. ------------- Estamos abrindo processo seletivo para as funções de assessor(a) pessoal e estagiário(a) jurídico. Carga horária: a mesma do deputado: 24/7. Aviso, o deputado dorme pouco. Direitos trabalhistas: nenhum, vacilou será exonerado(a). Livre nomeação, livre exoneração. Esquece CLT. Assessor pessoal Atribuições: organização, ética, elaboração da agenda, organizar eventos e etc. Irá tratar com os demais assessores do gabinete a fim de organizar todos os compromissos do deputado, bem como resolver assuntos diversos e aleatórios do dia a dia. Remuneração: 6.490,34 bruto 5.125,62 liquido Refeição: R$ 60/dia Mais gratificações por graduação Estagiário jurídico: assessorar os analistas do gabinete. *** Precisa estar cursando faculdade de direito. *** Remuneração: a vida me ensinou que um bom estagiário não está preocupado com esse mísero detalhe. Quer contribuir com um Rio de Janeiro melhor? Dar a vida por esse propósito? Se não tiver essa disposição, nem perde o seu tempo enviando e-mail pra: AlexandreNovoRio@gmail.com Se achar que esse trabalho é pra vc, no corpo do e-mail responda as seguintes perguntas: 1. Pq vc é a melhor pessoa a ocupar o cargo? 2. Como vc vai contribuir com os trabalhos do gabinete? 3. Se você fosse um animal, que animal vc seria? Boa sorte pessoal e vamos mudar o Rio!

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Além disso, Alexandre Freitas pontua também que por ter recebido muitos currículos adotará critérios de eliminação como a forma de tratamento. "Quem me chamar de Excelência será eliminado", dispara.

A publicação rendeu críticas ao deputado eleito pelo partido Novo. “Rapaz, você é uma vergonha. De ‘NOVO’ só tem o nome do seu partido porque suas ideias são do século 18/19”, reage um internauta. “O problema não é só a arrogância, são as condições de trabalho mesmo. Estágio não remunerado para estágio não obrigatório é ilegal. Trabalhar 24/7 é humanamente impossível. Isso só mostra que o Novo não tem nada de novo”, ressalta outro comentário.

Ainda é possível registrar reações de eleitores arrependidos. “Chega a ser triste, votei em um cara pra ele fazer piada com salário de estagiário, espero que faça um trabalho melhor do que suas piadas, porque caso seu trabalho seja tão ruim quanto suas piadas, não terá meu voto e ainda farei campanha contra”, salienta um eleitor do político.

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