Mendonça: Retomada da Decasp contraria muitos interesses

O deputado federal considerou a liminar uma vitória do interesse público. A delegacia de combate à corrupção foi extinta por uma nova lei sancionada pelo governador Paulo Câmara (PSB)

por Giselly Santos sab, 17/11/2018 - 11:01
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

A retomada dos trabalhos da Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), extinta por uma Lei sancionada pelo governador Paulo Câmara (PSB), foi considerada uma vitória do interesse público pelo deputado federal Mendonça Filho (DEM). O democrata comemorou a liminar assinada pelo juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Augusto Napoleão Angelim, nessa sexta-feira (16), que autorizou a delegada Patrícia Domingos voltasse ao cargo para concluir as investigações em andamento, no prazo de 45 dias.

Segundo Mendonça, a medida “certamente contraria muitos interesses”. “A pressa do Governo Paulo Câmara de extinguir a Delegacia de Combate à Corrupção, assim como, para afastar a delegada Patrícia Domingos das investigações é injustificável. Até porque, o Departamento criado pelo Governo contra o crime organizado só funcionará a partir de 2019”, observou Mendonça.

“A criação do Departamento Combate ao Crime Organizado poderia integrar o combate à  corrupção. Pelo trabalho competente e reconhecido, a delegada Patrícia Domingos deveria continuar no comando do combate à Corrupção. E não ser transferida, às pressas, para a  área de homicídios”, completou o democrata. Patrícia Domingos foi transferida nessa semana para atuar no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A Decasp, como é conhecida, foi extinta a partir da aprovação, sob protestos de movimentos sociais e delegados, na Assembleia Legislativa de Pernambuco e da sanção da lei que cria o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). Além da especializada em corrupção, a nova legislação prevê também a extinção da Delegacia de Crimes contra a Propriedade Imaterial (Deprim). O serviço feito pelas duas será acumulado pelo Draco.

A postura governista foi altamente criticada por opositores. O senador Armando Monteiro (PTB), por exemplo, considerou “estranha” a extinção da delegacia “depois que algumas investigações e alguns inquéritos estão em curso e alcançaram figuras até ligadas a esse sistema dominante em Pernambuco, ao sistema de poder em Pernambuco". A avaliação do petebista fazia referência, mesmo sem citar nominalmente, ao indiciamento do ex-secretário de Administração da gestão de Paulo Câmara, Milton Coelho (PSB), oriundo de um inquérito apurado pela delegada.

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