Humberto: 'Ricardo Vélez conseguiu ser pior que Mendonça'
O senador salientou que a demissão do ex-ministro é um marco da falta de gestão do presidente Jair Bolsonaro nos primeiros 100 dias de governo
Líder do PT no Senado, Humberto Costa disparou, em discurso na tribuna da Casa Alta, contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que completa os 100 primeiros dias nesta quarta-feira (10). Um dos assuntos focados pelo parlamentar foi a demissão do ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, nessa segunda-feira (8).
Para Humberto, Vélez conseguiu ser um titular do MEC “pior do que Mendonça Filho”, que liderou a pasta durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Na ótica do petista, a demissão veio tarde, pois o ministro “causou um caos na pasta” em tempo recorde e “só abria a boca para dizer bobagem, assim como Bolsonaro”.
“Vélez conseguiu ser um ministro da Educação pior do que Mendonça Filho. Sua demissão está longe de solucionar os problemas. O substituto, Abraham Weintraub, é dos bancos, das corretoras e defensor entusiasta da reforma da Previdência. É esse o sujeito que vai ser colocado para comandar o MEC, um gerente de banco”, lamentou.
O senador acredita que a troca é o reflexo dias “prioridades de um governo torno e norteado pelo extremismo ideológico”, que tende a seguir o modelo instalado na gestão de Mendonça Filho.
“A finalidade é acelerar o desmonte das universidades federais e a privatização do ensino público. Um governo que acha que curso superior é somente direito de elite, que corta 13 mil cargos dos professores universitários e que tem um gerente de banco como ministro não quer outra coisa senão vender o ensino público para que as grandes corporações enriqueçam com cursos de baixa qualidade à custa dos mais pobres”, disparou.
O líder do PT no Senado ainda afirmou que o governo vai completar 100 dias na próxima quarta-feira sem nada a comemorar. No seu entendimento, não são “cem” dias com “c”, mas “sem” dias com “s”: “s de sem gestão, de sem comando, de sem proposta, de sem governo”.
“O Brasil está à deriva. Desde o início do ano, o Planalto enviou só 16 propostas ao Congresso. Nenhuma delas andou. Não dá para confiar em um governo assim. Mesmo os eleitores de Bolsonaro despertaram para o erro cometido ao apostar num sujeito incompetente como ele para a Presidência. Quase metade daqueles que votaram nele em outubro passado reprova o seu governo, segundo o Datafolha”, comentou.