Pastor Eurico rebate Tadeu Alencar: 'não sou selvagem'
O deputado federal do Patriota reagiu ao argumento do pessebista de que a reforma da Previdência era "cheia de selvagerias"
A discussão sobre a reforma da Previdência tem pautado embates entre os deputados nos últimos dias. Nesta segunda-feira (13), foi a vez do deputado federal Pastor Eurico (Patriota) fazer um discurso ácido e alfinetar as posturas do deputado Tadeu Alencar sobre o assunto. Os dois e mais outros nove parlamentares estavam na assembleia da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) que reuniu os prefeitos e a bancada federal para tratar da reforma e de outros temas.
Eurico foi o último dos deputados a discursar no evento e aproveitou para disparar contra argumentos apresentados pelos pares. No início da fala, ele declarou não ter tido apoio de prefeitos para ser eleito e ressaltou não poder citar o pai nem a mãe como exemplo de politico.
"Em meio às muitas falas têm as falácias, mas não vou discutir agora. Não tenho os privilégios que vocês têm...", disse Eurico. "Não posso citar meu pai como exemplo aqui, porque ele foi ministro da infraestrutura, era pedreiro; a minha mãe foi ministra das águas, lavava roupa de ganho. Então não posso citar minha família como exemplo, alguns podem", acrescentou, ironizando e sem citar nomes.
Seguindo a linha crítica, o deputado que também é um líder religioso, questionou o fato de Tadeu Alencar ter observado que o governo não lista os privilégios combatidos com a aprovação da reforma da Previdência e rebateu a afirmativa do pessebista de que a proposta era "cheia de selvageria".
"É difícil chegar aqui e dizer 'eu não sei de nada' e, quando vai fazer o discurso, diz um monte de estatística. Para mim isso é hipocrisia. E outra coisa, pode dizer a quem saiu, não tenho medo de falar, eu não sou selvagem, sou um cidadão de bem, porque dizer 'quem aprova a reforma é selvagem ou não vai aprovar essa selvageria', é me chamar de selvagem", disparou Eurico.
Na fala anterior a dele, Tadeu chegou a dizer que na proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a reforma "tem regras de uma selvageria inaceitável". "O que não dá é para apreciar essa selvageria que penaliza os mais pobres e mantém os que estão no andar de cima intocáveis", salientou o pessebista.
A crítica a Tadeu no discurso também foi indireta e ele ponderou também que respeitava o deputado citado, a quem classificou como um nome que já poderia ter governado Pernambuco. Contudo, ao ser questionado sobre quem seria o alvo, Eurico deixou claro que era Tadeu Alencar. "E ele vai me ouvir em Brasília", soltou.